Jurídico diz que Santos não sabia de punição e compara sistema a imóvel

Rodrigo Gama espera bom senso da Conmebol para avaliar suposta irregularidade no caso de Carlos Sánchez e diz que Alvinegro confiou no sistema disponibilizado pela entidade

Carlos Sanchez
Carlos Sánchez em ação durante jogo do Santos contra o Independiente, na Argentina (Foto: Ivan Storti/Santos)

Escrito por

O gerente jurídico do Santos, Rodrigo Gama, disse, em entrevista ao Sportv, que o clube não sabia que o volante Carlos Sánchez foi punido com três jogos de suspensão em 2015, ainda quando atuava pelo River Plate e que, mesmo com anistia de 50% da pena, não poderia ter entrado em campo na partida contra o Independiente, na noite da última terça-feira, em Avellaneda, província de Buenos Aires.

De acordo com Gama, o Peixe consultou o sistema Comet da Conmebol, que apontava para uma liberação do jogador, mas não houve nenhum tipo de consulta formal direta à entidade. Tampouco o próprio jogador informou o clube a respeito do problema de 2015. A Conmebol já abriu investigação para apurar o caso e se a irregularidade for constatada, o Santos perderá o jogo de ida das oitavas de final por 3 a 0. 

- Não é uma consulta periférica. É como se fosse comprar um imóvel, olhar a matrícula do imóvel. Eu chego no cartório Conmebol e vejo se o atleta pode atuar. É o único instrumento que podemos nos calcar. É a palavra da Conmebol. Zerado desde 24 de maio de 2018. Interpretamos que está zerado. Não havia mais o que o Santos pudesse fazer. A punição foi comunicada para o River Plate em 2015, via e-mail. Como o Santos poderia saber? Tenho de ligar para o River e ele não vai mentir para mim? Houve anistia. Vem a própria Conmebol e zera no sistema. Segurança é entrar no sistema e ver se está zerado - alegou Gama, enfatizando que Santos não sabia de nada: 

- O Santos não tinha conhecimento que ele tinha três partidas de suspensão. Ficamos sabendo pela imprensa. Isso aí não é publicado para terceiros. Temos de nos pautar pelo sistema da Conmebol. Foi dito apenas para o River Plate. Aliás, isso devia estar no sistema à disposição para o Santos. Em maio, estava zerado. Contratei ele como zerado.

Sánchez foi expulso em partida contra o Huracán, em novembro de 2015, no jogo de volta da semifinal da Copa Sul-Americana, após dar um tapa em um dos gandulas do jogo. A partida foi a última do River no torneio do qual acabou eliminado. O volante recebeu cartão vermelho direto. No ano seguinte, se apresentou já ao Monterrey, do México. Desde então, não disputou mais nenhum torneio da Conmebol.

De acordo com o regulamento e com o julgamento do caso, foi suspenso por três jogos. O problema é que no ano seguinte, 2016, a Conmebol, em seu centenário, concedeu anistia para praticamente todos os casos do ano anterior. O Independiente alega que a anistia foi de 50% da punição. Sendo assim, o jogador teria de cumprir ao menos um jogo de suspensão em torneios da entidade. Portanto, não poderia ter atuado contra os Rojos em Avellaneda.

News do Lance!

Receba boletins diários no seu e-mail para ficar por dentro do que rola no mundo dos esportes e no seu time do coração!

backgroundNewsletter