Fria cidade de Moscou ainda está longe do clima de Copa do Mundo

Pouca referência nas ruas, torcedores desanimados com a seleção e uma temperatura gelada às portas do verão. Animação só deve chegar com a bola rolando 

Aeroporto de Moscou neste sábado
Carlos Alberto Vieira

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A Copa do Mundo começa na quinta-feira e, no Brasil, a pergunta é: o povo não está animado? Onde estão as ruas multicoloridas pelo país?

O que dá para dizer é que essa sensação de que o Mundial está demorando para pegar é vista também outros lugares. Em Portugal, na sexta-feira passada,  era mais fácil ver cartazes de festa junina ou do Rock In Rio (sim, o evento rolará na última semana deste mês em Lisboa) do que algo de Copa. E olhe que o torcedor de Portugal, o atual campeão europeu, tem motivos (leia-se CR7 no auge) para estar animado. Porém, manifestação da Copa somente um evento que a maior cervejaria portuguesa está fazendo - colocando um telão na Praça do Comércio, a principal de Lisboa.

Bem, então, na Rússia, o clima de Mundial está quente? Nada disso. Talvez  seja a temperatura, que não anda ajudando. É quase verão e o termômetro bate entre 10 e 14 graus. Inverno brasileiro é mais aconchegante.

A seleção local também não anima.

- Vamos passar da primeira fase, ganhar da Arábia. Depois, eu não sei – disse num inglês macarrônico Guly, um adolescente que observava um dos quatro quiosques que vendem produtos do Mundial, todos às moscas, mesmo com uma multidão que passa ao lado, na entrada do Aeroporto Domodedovo.

Domodedovo é um dos três grandes aeroportos de Moscou. É o mais conhecido, o mais icônico. Dentro dele, há banners eletrônicos que mostram nove inserções publicitárias e uma sobre a Copa. Tirando isso, há um quiosque para a retirada de tickets (que funciona de 10 às 16h) e uma pequena área para informações sobre transporte durante a Copa, com uma dúzia de voluntários e apenas um arranhando no inglês. E mais nada.

Um pouco mais animada está a região da Praça Vermelha, onde fica o Kremlin e que é o maior cartão postal do país. Não ter nada por lá seria demais. Fora isso, o torcedor-detetive vai achar alguma coisa na região dos dois estádios. O principal é o Luzhniki, que tem uma estação do metrô que deixa o torcedor na cara dele. Ali há banners, panfletos. Mas nada de vendedor de bandeira, ou algo barulhento.

No estádio do Spartak, é lá que o Brasil vai encarar a Sérvia, a coisa é ainda mais fria. Diferentemente do Luzhniki, ele fica numa área nova da cidade. O mais rabugento diria, fica no meio do nada. Assim, o povo não passa por lá, apenas voluntários e alguns poucos jornalistas.

Bem, é assim, com um pré-verão gélido, com o seu povo não acreditando muito na sua seleção fraquinha e com a cidade nada fantasiada para o maior evento esportivo em suas terras desde os Jogos Olímpicos de 1980, que a Rússia se prepara para a Copa do Mundo.

- No Brasil a animação deve estar grande, o Brasil é favorito – perguntou Guly, se escondendo da foto e pedindo par o irmão Ilya (com a mãe) sorrir para uma pose. Mal sabe ele que, nas ruas, o clima não está tão diferente entre russos e brasileiros.

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