Quem é o egípcio que deve entrar para a história logo no 2º dia de Copa

Essam El-Hadary, aos 45 anos, irá se tornar o jogador mais velho a atuar na história das Copas do Mundo se for a campo na estreia do Egito, contra o Uruguai, em 15 de junho

Essam El-Hadary, ídolo e goleiro do Egito
AFP

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Se nada fora do comum acontecer nos próximos dias, Essam Kamal Tawfik El-Hadary, ou apenas El-Hadary, irá entrar para a história das Copas do Mundo logo no segundo dia de Mundial, às 9h (de Brasília) de 14 de junho. O goleiro, ídolo, capitão e camisa 1 do Egito se tornará o atleta mais velho a jogar uma Copa na partida contra o Uruguai, em Ecaterimburgo, aos 45 anos e 5 meses.

Após a confirmação dos 736 atletas inscritos na Copa da Rússia, na última segunda-feira, El-Hadary, nascido em 15 de janeiro de 1973, foi confirmado como o atleta mais velho do torneio. Ao entrar em campo, ele irá superar o também goleiro Mondragón, colombiano que bateu o recorde na Copa do Mundo do Brasil, ao atuar com 43 anos e 3 meses - a marca anterior era do atacante camaronês Roger Milla, que jogou em 1994 com 42 anos e 1 mês.

Natural da pequena cidade de Damieta, com pouco mais de 200 mil habitantes, El-Hadary irá estrear em Copas no mesmo dia em que baterá o recorde. O goleiro é uma espécie de lenda viva no Egito, desconhecido na Europa - teve breve passagem pelo Sion, da Suíça, entre 2008 e 2009. Ele fez toda sua carreira por clubes egípcios, com passagens por Sudão e Arábia Saudita, onde joga atualmente pelo Al Taawon. São 22 anos desde a sua estreia na seleção do Egito, em 1996, somando um total de 157 partidas.

Campeão de quatro Copas das Nações Africanas com a seleção, em 1998, 2006, 2008 e 2010, dono de oito campeonatos nacionais defendendo o Al-Ahly, clube mais popular do país, El-Hadary teve de esperar até o limite para realizar o sonho de jogar uma Copa. O Egito não se classificava para um Mundial desde 1990, três anos antes de o goleiro iniciar a carreira profissional no Damietta Club. Deu tempo: ninguém conseguiu tirar o atleta da condição de titular.

- Fiz quase tudo na minha carreira de futebolista. Ganhei 37 troféus e estive em alguns momentos memoráveis com a seleção. Sempre fui muito determinado e persistente para continuar a jogar, esta é a minha forma de ser. A única coisa que me falta é jogar uma Copa - disse, em entrevista recente, El-Hadary, que irá defender o Egito contra Uruguai, Rússia e Arábia Saudita no Grupo A.

O curioso é que o goleiro já "se aposentou" uma vez da seleção. Aos 41 anos, em 2014, ele fez o anúncio, alegando que chegava a hora de dar espaço aos mais jovens. Mas em 2016 ele voltou a ser convocado e tomou conta da posição na Copa das Nações Africanas no começo de 2017, logo depois de cogitar aposentadoria por conta de críticas. Ele seria apenas o terceiro goleiro no torneio, mas o reserva se machucou antes da competição e o titular lesionou-se na estreia. Sobrou para El-Hadary, que teve atuações destacadas, pegou dois pênaltis na semifinal e acabou vice-campeão com o Egito.

O goleiro já defendeu sua seleção em duas Copas das Confederações, no México, em 1999, e na África do Sul, em 2009 - ano em que o Egito quase venceu o Brasil após abrir 3 a 1 na equipe de Dunga (jogo acabou 3 a 3). Na mesma edição, há 11 anos, os faraós venceram a Itália por 1 a 0.

Não se surpreenda também se El-Hadary se tornar também o primeiro goleiro a marcar um gol em Copas do Mundo. No ano passado, aos 44 anos, ele começou a se arriscar cobrando pênaltis pelo Al Taawon. Muito antes disso, em 2002, um gol inusitado entrou para a história do goleiro, que defendia o Al-Ahly contra o Kaizer Chiefs pela Supercopa Africana. Ele deu um chutão em falta no campo de defesa e acertou o gol adversário (assista abaixo).

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