Campo Neutro: O tiro saiu pela culatra

Cera do Newcastle contra o Liverpool é debate na coluna desta semana

Liverpool x Newcastle
Firmino comemora seu gol contra o Newcastle (Foto: PAUL ELLIS / AFP)

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Esta semana sucedeu ao time inglês do Newcastle United algo que deveria servir de exemplo para técnicos que procuram táticas antiesportivas e talvez até devesse levar a uma mudanças das regras.


Aconteceu simplesmente que ontem, quarta-feira, o Newcastle pulou à frente do marcador no jogo contra o Liverpool, no campo do adversário, lá pelo meio do primeiro tempo, e desde então passou a fazer cera.

Primeiro, para garantir a vitória. Depois, quando Roberto Firmino empatou para o Liverpool, no segundo tempo, faltando ainda algo em torno de 20 minutos para o fim do jogo, para sair ao menos com o empate.

O resultado de suas táticas negativas levou a cinco minutos de acréscimo. E, como mesmo dentro do acréscimo, os jogadores do Newcastle insistiam em pretextar câimbras (exemplo, o meio-campista brasileiro Joelinton) ou cair fulminados na área (exemplo, o goleiro inglês Nick Pope), o juiz deu mais três minutos dentro dos cinco minutos.

Com 97 minutos e muitos segundos no relógio, veio a cobrança de um corner, confusão na área, a bola sobrou para o português Fábio Carvalho, que entrara como substituto, - e, pimba na gorduchinha, aconteceu o gol da vitória do Liverpool.


Jürgen Klopp, o técnico alemão do Liverpool, deve estar muito satisfeito consigo mesmo, por duas razões: primeiro, por ter feito a substituição e colocado Carvalho, de apenas 20 anos - que, por feliz coincidência tivera seu aniversário na véspera - em campo, e, depois, por ter ficado durante os cinco minutos de acréscimo buzinando no ouvido do quarto árbitro, insistindo para que fossem dados minutos de acréscimo dentro do acréscimo que já existia.

Tudo perfeitamente dentro das regras. Mas isto me leva a outro ponto: por que não mudar logo o regulamento e, em vez de 90 minutos de jogo corrido, termos 60 minutos de tempo efetivamente jogado no relógio?

É o que, afinal, acontece em outros esportes. A ação parou, o relógio também para. Com o cinismo de técnicos a orientar seus times para fazer cera, posso garantir que 60 minutos com “clock stopping” viriam a ser mais do que 90 minutos de jogo corrido.

Enquanto isto não acontece, digo daqui: bem-feito para o Newcastle United. Foi vítima de sua própria maldade. O tiro saiu pela culatra.

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