Virada sensacional e título para o Brasil no Sul-Americano de vôlei

Em Santiago (CHI), Argentina abriu 2 a 0, teve match points, mas o Brasil virou

Ataque de Alan na final
Ataque de Alan na final (CSV Divulgação)

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A Seleção Brasileira masculina de vôlei está se especializando em virada históricas. Na noite deste sábado, em Santiago, capital chilena, o time de Renan Dal Zotto salvou quatro match points para vencer a Argentina no tie-break, parciais de 24-26, 22-25, 31-29, 25-20 e 15-13, e conquistar o Campeonato Sul-Americano.

Comparável com a virada de Varna, na Bulgária, para conquistar a vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no mês passado, também saindo de um 0 a 2.

Foi a 32ª conquista verde-amarela em 33 edições. A única “falha” aconteceu em 1964, quando o Brasil não participou da competição em Buenos Aires.

A Argentina valorizou demais a conquista brasileira. O time de Marcelo Mendez entrou em quadra com a tática de forçar o saque com todos os jogadores, tentativa de desestabilizar a linha de passe Douglas-Leal-Thales. E, mesmo errando bastante em alguns momentos, a Argentina conseguiu ficar no comando do placar em grande parte do primeiro set.

No ataque, Bruno Lima começou quase imparável. Foram sete pontos do oposto na parcial inicial. Pelo lado brasileiro, Douglas e Alan tiveram dificuldade na virada de bola. Também custaram caro erros de saque no fim, permitindo que os hermanos fechassem após um contra-ataque de Jan Martinez.

Segura no passe, a Argentina aproveitava para usar bastante os centrais, dificultando a vida do bloqueio brasileiro. Saiu atrás no segundo set, mas virou após passagens de Palacios e Lima pelo saque. Renan Dal Zotto parou o jogo e pediu garra e disposição aos atletas, um pouco apáticos em um clássico sempre importante: “Isso aqui é uma final!”. O jogo estava equilibrado até Palacios voltar ao saque, voltar a abrir pequena vantagem e depois fechar em nova falha da recepção brasileira.

A registrar a ausência do vídeochallenge no Sul-Americano. Vários erros da arbitragem, para ambos os lados, aconteceram durante a final. Uma pena!

No terceiro set, Renan voltou com modificações na escalação brasileira. Saíram Thales e Douglas Souza para entrada de Maique e Hugo, respectivamente. O que não mudou foi o panorama da partida.

Com uma aula da defesa, a Argentina abriu 4 a 1. O Brasil parecia perdido e não esboçava reação. Com a confiança nas alturas, o ataque dos hermanos não desperdiçava uma bola. A diferença chegou a 13 a 8. Renan colocou Carísio e Roque e voltou com Thales, em um tudo ou nada. De 16 a 10, o Brasil empatou em 16 a 16, com três aces de Felipe Roque e virou com um bloqueio. O jogo ficou igual, com ponto cá, ponto lá. Com 22 a 20 para os hermanos, Palacios atacou e pediu desvio no bloqueio. A arbitragem não marcou, houve muita reclamação e Martin Ramos levou o vermelho: 22 a 22. Nervosismo, provocações, encaradas e quatro match points para a Argentina. Com Flávio e Alan decisivos na virada de bola, o Brasil salvou todos e fechou a parcial em 31 a 29, após bloqueio de Flávio.

A tensão do fim do set anterior foi vista logo no início da quarta parcial. A arbitragem precisou pedir calma aos jogadores com o placar apontando 1 a 1. O saque argentino voltou a funcionar e logo a primeira vantagem foi construída: 4 a 1. Renan trocou Isac por Matheus e foi com um ace do central que a virada brasileira aconteceu. Com os nervos no lugar, um passe bem mais consistente e com a eficiência ofensiva de volta, a Seleção soube administrar para forçar o tie-break.

No quinto set, um Brasil vibrante não parecia em nada com aquele apático dos sets iniciais. Lutando por todas as bolas, defendendo bolas impossíveis e jogando vôlei de alto nível. Uma defesa com o pé de Alan terminou com um baita levantamento de Cachopa com um dos mãos, num pontaço. Thales voltou muito melhor, assim como Douglas. Matheus pontuou no saque outra vez. E, jogando na frente do placar, a Seleção jogou a responsabilidade para o lado argentino. E os hermanos não largaram o osso, chegando a empatar em 9 a 9. A virada aconteceu com um erro de arbitragem, após ataque para fora de Lazo, que foi marcado como desvio no bloqueio. Mas o Brasil tinha Alan, gigante na virada de bola. E com um ataque de Douglas fechou o tie-break para decretar a histórica virada. E sobrou reclamação argentina sobre dois toques no levantamento de Thales.

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