Brasil estreia no Mundial em busca de jogo mais veloz e de taça inédita

Seleção feminina tem o desafio de atuar com mais velocidade para se adaptar a desafios do vôlei atual. Estreia das comandadas de Zé Roberto será contra Porto Rico, nesta madrugada

Dani Lins é a levantadora titular da Seleção. Aos 33 anos, ela disputa seu terceiro Mundial
Divulgação/FIVB

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A Seleção Brasileira feminina de vôlei quer mostrar um equilíbrio entre velocidade e precisão para se colocar entre as candidatas ao título do Campeonato Mundial, que começa na madrugada deste sábado. A equipe, que busca uma conquista inédita, estreia no torneio contra Porto Rico, à 1h40 (de Brasília), em Hamamatsu (JAP).

Das mãos das levantadoras Dani Lins, de 33 anos, e Roberta, de 28, sairão as jogadas com o objetivo de driblar bloqueios poderosos das melhores seleções do planeta. Neste ano, as brasileiras tiveram a oportunidade de enfrentar a mais exemplar delas no quesito velocidade atualmente, os Estados Unidos, em amistosos.

Foram quatro derrotas em quatro confrontos, que mostraram uma série de falhas a serem corrigidas. Depois, a Seleção disputou o Torneio de Montreux, na Suíça, e ficou em quarto lugar. Com o grupo completo e após uma série de treinamentos, as levantadoras esperam apresentar um desempenho à altura dos rivais.

– O vôlei brasileiro não era tão rápido, mas temos de entrar no ritmo mundial. Estamos tentando acelerar mais nosso jogo também. Precisamos ser mais velozes para dificultar. Se jogarmos com bola alta, teremos sempre bloqueio duplo, e será mais difícil passar. Estamos treinando para isso – disse Dani, que vai para o terceiro Mundial, ao LANCE!.

A titular lembra que não são só as americanas que se destacam pela velocidade. A China tem a tradição de apostar em jogadas aceleradas, e até mesmo times que se acostumaram a utilizar bolas altas, como Rússia, Sérvia e Turquia, mudaram o estilo.

Para Roberta, que estreará na competição, as americanas são um modelo, mas o Brasil não pode pular etapas e correr risco de falhar.

– Temos de buscar o melhor dentro do que temos e respeitar o estilo de cada atacante. É um jogo rápido, mas também de risco. Os Estados Unidos dão uma aula, mas levaram anos para encaixar da forma que fazem hoje. A bola precisa ser extremamente precisa– diz Roberta.

O técnico José Roberto Guimarães anunciou nesta sexta-feira o último corte no time que disputará o Mundial: a ponteira Amanda. Ele levou 15 jogadoras para o Japão, mas só pode contar com 14 no torneio. O treinador prolongou ao máximo a definição para avaliar as condições de Natália, que recupera o ritmo de jogo após uma tendinite crônica no joelho direito.

A equipe terá as levantadoras Dani Lins e Roberta, as ponteiras Natália, Fernanda Garay, Gabi e Drussyla, as opostos Tandara e Rosamaria, as centrais Carol, Adenízia, Bia e Thaisa, e as líberos Suelen e Gabiru.

Nos últimos dias, o desafio das atletas foi se adaptar ao fuso horário.

– Estamos treinando forte e todas as jogadoras já entraram no fuso horário. Tem aquela ansiedade natural por ser um Mundial. Vejo nosso grupo muito focado – disse Dani Lins.

Depois de Porto Rico, o Brasil enfrenta as dominicanas no domingo, as sérvias na segunda-feira, as quenianas na quarta-feira e as cazaques na quinta, pela primeira fase. A competição vai até o dia 20 de outubro. 

BATE-BOLA

Dani Lins Levantadora do Brasil, ao L!

‘A pressão será muito maior e todos querem ganhar no Brasil’

O Brasil teve um ano difícil e algumas atletas demoraram para se juntar. Que lição você tira?
Nós aprendemos nas derrotas. O saque tem de melhorar, ser mais agressivo. O vôlei mundial está muito acelerado, e não são só os Estados Unidos. A China também joga assim, e a Rússia está mais rápida. Conseguimos trabalhar vários aspectos e nos preparamos na parte física e em entrosamento. Sobretudo eu, voltei depois de uma gravidez.

Quem mais promete vir forte?
A Sérvia e a Turquia têm atletas que atacam bola alta, mas não são todas. As equipes, em geral, estão rápidas.

O que tem passado para as mais novas sobre a experiência de jogar um Campeonato Mundial?
As mais novas não têm noção de como é jogar um Mundial, mas sabem da importância do torneio, por ser um título que não temos. A pressão é muito maior e todos os times querem jogar contra o Brasil. Temos conversado com elas e só o que falta é melhorarmos dentro de quadra.

BATE-BOLA
Roberta Levantadora do Brasil, ao L!

‘Nós temos de entrar muito mais focadas. É hora de nos fecharmos’

Como analisa o ano difícil que a Seleção teve, sem nenhum pódio?
Todo mundo entra no jogo para ganhar. Não ficamos felizes com as derrotas, mas foram ótimos treinos. Os Estados Unidos foram um parâmetro que precisávamos ter de velocidade. Alguns times jogam com bolas mais altas, com um jogo mais parecido com o nosso, mas precisávamos ver vídeos e treinar em cima do que aprendemos. Tentamos pegar mais ritmo em Montreux. Precisamos ganhar é no Mundial.

O que passa pela cabeça sobre jogar um Campeonato Mundial?
Eu não fazia ideia do que esperar. Estou muito feliz de estar aqui, com a Dani Lins como dupla de posição. Aprendo diariamente com ela. Nossa troca é muito importante e trará ainda mais crescimento. As meninas mais velhas, como a Garay e a Natália, contam todo dia algo novo. É um campeonato extremamente rápido e cansativo. Um jogo atrás do outro. Temos de entrar muito mais focadas. É hora de nos fecharmos.

O MUNDIAL

Como funciona
São 24 times, divididos em quatro grupos de seis. As equipes se enfrentarão dentro da chave e as quatro melhores vão para a segunda fase.
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Os grupos
- A: Argentina, Camarões, Alemanha, Japão, México e Holanda - B: Bulgária, Canadá, China, Cuba, Itália e Turquia - C: Azerbaijão, Coreia do Sul, Rússia, Tailândia, T. e Tobago e EUA - D: Brasil, Sérvia, Porto Rico, R. Dominicana, Cazaquistão e Quênia
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Brasil em Mundiais
São três pratas (1994, 2006 e 2010) e um bronze (2014).

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