A um ano da estreia olímpica, Zé Roberto não gostou do sorteio

Técnico da Seleção feminina de vôlei gostaria de ter caído no outro grupo

José Roberto Guimarães
Zé Roberto é tricampeão olímpico (Alexandre Loureiro/CBV)

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José Roberto Guimarães, técnico da Seleção Brasileira Feminina de vôlei, disse em uma live, na noite de quinta-feira, que gostaria de ter ficado no Grupo B da Olimpíada de Tóquio-2020, que é, na opinião dele, o mais forte.

O Brasil está no Grupo A, ao lado das donas da casa japonesas, Coreia do Sul, Sérvia, República Dominicana e Quênia. O B tem: China, EUA, Rússia, Itália, Argentina, Turquia e Argentina.

– O outro grupo é mais forte. Eu gostaria de ter caído no outro grupo – disse Zé Roberto.

Lembrando que, na primeira fase, os times se enfrentam entre si dentro da própria chave. Os quatro primeiros de cada grupo avançam e se enfrentam em esquema de cruzamento olímpico, em jogos mata-mata (1 de A x 4 de B; 2 de A x 3 de B; 3 de A x 2 de B e 4 de A x 1 de B).

– Na Olimpíada ou você passa ou você fica pelo caminho. Não que o nosso grupo seja fácil. A República Dominicana melhorou; Coréia e Japão estiveram bem em Londres. No Rio não, a gente ganhou delas por 3 a 0, mas foram bem em Londres. Quanto mais formos testados na fase de grupos, melhor. A gente não quer moleza. A gente quer dificuldade. A gente quer entender se o time está pronto ou não. Se não estiver bem, é melhor que fique fora logo e acabou. Pelo menos você sabe onde você pode chegar. Tomara que os nossos adversários estejam bem, assim como espero que o nosso time esteja bem. Eu não tenho dúvida que a Coreia do Lavarini vai chegar bem, com a Kim, que é uma das melhores ponteiras do mundo, que foi treinada por mim no Fenerbahce; tem o Japão, que que jogando em casa vai dar trabalho, tem a Sérvia, que é grande candidata à medalha de ouro; a República Dominicana vai incomodar, treinada pelo Marcos Kwiek – disse o treinador.

Zé Roberto admite estar preocupado com o cruzamento nas quartas de final. Nos Jogos do Rio-2016, o Brasil fez o dever de casa, terminou na primeira colocação do Grupo, pegou a China, quarta colocada na outra chave a foi eliminado na derrota, de virada, por 3 sets a 2.

– O cruzamento é que vai ser muito complicado, porque do outro lado vai ter Itália, China, EUA, Turquia e todas são difíceis de ser batidas… Vai ser muito complicado. Espero que os nossos adversários nos deem muito trabalho, para que a gente passe bem – completou o tricampeão olímpico.

Zé Roberto disse também que está tendo dificuldade para manter o seu projeto em Barueri, que conquistou o título do Campeonato Paulista deste ano ao derrotar o favorito Osasco/Audax/São Cristóvão na final, após de ter eliminado o também favorito Sesi/Bauru na semifinal.

– Trabalho com a base é caro hoje em dia. Estou com muita, mas muita dificuldade de manter meu projeto em Barueri. Sei que tem pessoas no Brasil correndo atrás também.

O treinador criticou o fato de o governo não ter um Ministro do Esporte.

– O esporte no Brasil precisa de um ministério. Não adianta ser só secretaria. Somos grandes. Podemos fazer diferença na vida de muitos. Acham que não estamos pensando na base, mas não falta interesse. Precisamos é de ajuda para fazer – disse.

Zé Roberto lamentou não ter conseguido convocar a Seleção Brasileira este ano, por conta da pandemia do novo coronavírus.

– As perdas são inevitáveis. Por outro lado, o tempo foi ideal para elas tomarem mais cuidado com o físico e, em muitos casos, se recuperarem. Não estão no ideal, mas puderam fazer alguma coisa. Com a bola tem sido mais complicado, mas acredito que a retomada será rápida, porque elas se conhecem e estão acostumadas a jogarem juntas. Além disso, não foi um privilégio do Brasil – completou.

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