De contestado a responsável pela salvação: a passagem de Luxemburgo pelo Vasco

Treinador foi a última alternativa do Cruz-Maltino após a demissão de Alberto Valentim e sofreu com a desconfiança, mas mudou a vida vascaína

São Paulo x Vasco - Luxemburgo
Luxemburgo teve boa passagem pelo Vasco (Foto: Carlos Gregório Jr./Vasco)

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Os 47% de aproveitamento de Vanderlei Luxemburgo à frente do Vasco mostram pouco ou quase nada da importância do treinador nos meses em que ficou na Colina. Mais do que tirar o time da "zona da confusão" e se livrar do rebaixamento sem grandes sofrimentos, o veterano recuperou a confiança do Cruz-Maltino, que passava pelos primeiros meses do ano de forma turbulenta, apesar do título da Taça Guanabara em fevereiro.

Quando Luxa desembarcou no Rio de Janeiro, o Vasco tinha apenas um ponto conquistado no Campeonato Brasileiro e vinha de negociações frustradas com outros treinadores. O português Jorge Jesus, inclusive, ganhou ainda mais destaque no cenário nacional após uma investida do Cruz-Maltino. Fato é que ele foi uma das últimas cartadas do presidente Alexandre Campello, que já havia descartado o nome em um primeiro momento. Pesou a experiência e o fato de conhecer o clube. E, apesar da desconfiança, o casamento deu certo.

Na chegada, Luxemburgo já precisou responder os questionamentos sobre estar ou não ultrapassado. Com o jeito de ser já conhecido, foco no trabalho físico e na relação com o elenco, o treinador logo mudou o ambiente vascaíno. Se antes os problemas financeiros ficavam em evidência pelo constante clima de tensão na equipe, pouco tempo depois de Vanderlei chegar a impressão passada era oposta.

É importante entender que a relevância de Vanderlei Luxemburgo no Vasco foi muito além dos resultados em campo. Internamente, inclusive, apesar de todos entenderem que as contratações são fruto de um trabalho em grupo, se reconhece que o técnico foi fundamental para que alguns atletas aceitassem o convite. É o caso de Richard e de muitas das renovações que estavam sendo discutidas, como Fredy Guarín e Oswaldo Henríquez.

Os números em campo

Foram 12 vitórias, 12 empates e 10 derrotas para o Vasco sob o comando de Vanderlei Luxemburgo. Contando as 34 rodadas do Brasileirão em que o treinador estava no clube, o Cruz-Maltino seria o 10º colocado na competição. Essa posição, inclusive, era a terceira meta traçada pelo clube após se livrar do rebaixamento e conquistar a vaga na Copa Sul-Americana. Os vascaínos, porém, terminaram o Campeonato Brasileiro em 12º.

Dentre as partidas de maior destaque, a vitória por 2 a 0 contra o São Paulo em São Januário, considerada por Luxemburgo como a melhor do Vasco sob seu comando, e o empate por 4 a 4 com o Flamengo. Essas duas partidas mostraram a essência do que era pedido por Luxa, com a determinação em campo, e a aplicação tática.

Depois de sair do Z4 e encaminhar a Sul-Americana, porém, o rendimento da equipe teve um nível muito abaixo. Para se ter ideia, nos 15 primeiros jogos, o aproveitamento era de 62,2%. A oscilação evidenciou os problemas vascaínos.

Vanderlei Luxemburgo e Vasco não chegaram a um acordo e o treinador optou por não permanecer no cargo. O LANCE! contou mais sobre o não acordo entre as partes.

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