Campello x Monteiro: entenda a guerra fria na política do Vasco

Capítulo mais recente dos problemas entre os dois pode se desenrolar em uma reunião no Conselho Deliberativo para discutir punições a Monteiro

Montagem - Alexandre Campello e Roberto Monteiro
Campello e Roberto Monteiro vivem clima instável no Vasco (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco; Paulo Fernandes/Vasco)

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Instabilidade e ambiente conturbado sempre marcaram a política do Vasco. E desde que assumiu a presidência do clube, Alexandre Campello passa pela desconfiança dos torcedores e tem a constante necessidade de se equilibrar com seus adversários políticos. Um dos mais importantes é Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo. O capítulo mais recente desta história envolve a reunião entre conselheiros marcada para a próxima quinta-feira.

Luís Henrique Vieira Rocha, sócio remido do clube, protocolou uma denúncia afirmando que foi agredido por Monteiro no dia 7 de fevereiro de 2018, quando o Vasco venceu o Universidad de Concepción por 2 a 0 em São Januário, pela Copa Libertadores. Campello, então, convocou uma reunião extraordinária para debater uma possível punição a Monteiro. As sanções vão de advertência a suspensão ou até a eliminação do quadro social. Enquanto a situação alega que o encontro irá acontecer, o presidente em exercício do Conselho Deliberativo, Sergio Romay, publicou um edital de desconvocação.

Antes de se tornarem desafetos, Alexandre Campello e Roberto Monteiro foram aliados durante as eleições presidenciais de 2017. Quando Campello rompeu com a chapa de Julio Brant e se tornou candidato na disputa entre os conselheiros (o segundo turno), Monteiro virou o articulador na chapa, num acordo que também envolvia Eurico Miranda na intenção de não eleger Julio Brant. Este cenário de união, porém, durou apenas três meses. Treze vice-presidentes, mais ligados a Monteiro, debandaram da gestão e se voltaram contra Campello.

Presidente do Conselho Deliberativo, Monteiro se tornou uma pedra no sapato do atual presidente do Vasco. O Identidade Vasco é o grupo político que mais faz denúncias contra o mandatário. Em junho, a demissão de aproximadamente 200 funcionários e o não cumprimento de acordos judiciais quase terminou em abertura de sindicância contra o presidente do clube. Na reunião do Deliberativo, caso a investigação fosse iniciada, Campello teria renunciado ao cargo, o que causaria mais tumulto no dia a dia do clube. A sindicância, por pouco, não foi aberta.

Esse é apenas mais um capítulo do longo embate entre os dois personagens da política vascaína. A tendência é que essa reunião para discutir possíveis punições a Monteiro não represente um grande impacto para o cenário presente, mas sim para as eleições presidenciais do ano que vem no Vasco.

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