Australiano, 204º do mundo, diz que Federer fala uma coisa e faz outra

Tenista diz que apenas Djokovic, entre os melhores, está lutando por atletas de baixo ranking

Andrew Harris no Australian Open 2020
Tennis Australia

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O australiano Andrew Harris, 204º do ranking, foi convidado pelo podcast australiano Break Point, e falou muito da situação enfrentada pelos atletas profissionais durante a pandemia da COVID-19. Harris também criticou o Big 3 e o CEO da ATP Andrea Gaudenzi.

O tenista comentou a respeito da reunião através da plataforma Zoom, realizada há algumas semanas com cerca de 400 tenistas. Segundo Harris, a reunião foi confusa porque cada grupo de jogadores, tops 100, de challengers ou futures, buscavam defender "seus próprios interesses". "Deixei essa ligação sem tirar nada, exceto mais perguntas e ficar mais frustrado”, revelou ele que disse que essa foi a primeira comunicação direta da ATP com os atletas.

A reunião, apontou que em cinco dias os tenistas seriam avisados sobre o posicionamento da realização do US Open, porém, afirma o australiano os tenistas souberam de tudo pela imprensa e redes sociais. "Isso foi realmente frustrante e todo mundo estava expressando suas preocupações”.

O CEO da ATP, o italiano Andrea Gaudenzi participou da reunião e foi criticado pelos participantes por sua "ausência" em comunicar o que ocorre. Segundo Harris, Gaudenzi disse estar trabalhando o dobro e propôs um corte nos valores de premiações em todos os níveis: "Ele disse algo como 'Depois de um dia de trabalho com o que venho fazendo, parece que joguei uma partida de cinco sets', algo nesse sentido. Eu era tipo... na verdade, é um insulto, isso como uma razão para não aceitar um corte nos salários. Ele foi jogador, então você pensaria que ele teria um pouco mais de compreensão, em vez de ser tão surdo", criticou.

Andrew Harris ressaltou que o público não consegue ter "noção da discrepância de premiações entre o topo do tênis e as demais camadas". O tenista desabafou que o esporte faz dinheiro para revertê-lo "ao topo e aos órgãos organizadores do esporte" e de torneios.

As críticas de Harris não ficaram apenas no CEO da ATP, mas chegou ao suíço Roger Federer e até mesmo ao presidente do Conselho dos Jogadores, o sérvio Novak Djokovic. "Roger, Rafa (Nadal) e Novak. Eles estão no topo há tanto tempo que quase esquecem como é estar nessas posições mais baixas. Eu sei que Federer é todo pelo dinheiro no topo. Ele pode dizer em público o que as pessoas querem ouvir, que ele é todo redistribuído por jogadores de nível mais baixo ... mas quando se trata de votação, sua preferência é mantê-lo no topo", acusou.

“Acho que a Novak, entre os três primeiros, está pressionando a agenda para dar mais dinheiro aos escalões inferiores. Não tenho certeza se isso é suficiente, mas desses três, acho que ele está fazendo o máximo que pode. Isso (menor premiação) não os afeta, então eles não investem tanto. Como nº 1 ou 2, você tem muita coisa acontecendo. Novak nem se juntou à chamada de Zoom ... Ele é o presidente do Conselho de Jogadores e nem estava na chamada, não mostrou seu rosto. Havia imagens dele jogando futebol ao mesmo tempo. Isso (o descaso) é bastante comum", desabafou.

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