Gerente do São Paulo diz que ação de Maicon é ‘descabida e preocupante’

Alexandre Pássaro diz que clube lamenta a atitude do jogador do Grêmio, que entrou na Justiça contra o São Paulo cobrando, entre outras coisas, adicional noturno

Maicon fez dois gols no clássico entre Corinthians e São Paulo
Maicon entrou na Justiça cobrando adicional noturno do São Paulo - FOTO: Rubens Chiri/saopaulofc.net

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Por meio do gerente-executivo de futebol, Alexandre Pássaro, o São Paulo manifestou-se pela primeira vez sobre a ação judicial movida pelo meio-campista Maicon, hoje no Grêmio. Na semana passada, o jogador ganhou em segunda instância um processo trabalhista que moveu contra o clube cobrando remuneração referente a adicional noturno, domingos e feriados, algo que o dirigente considera "descabido" e "preocupante".

- A gente lamenta profundamente e ao mesmo tempo a gente também se preocupa que apareça uma maior quantidade de ações desse tipo, porque ela é simplesmente descabida dentro do nosso ambiente do futebol. E talvez um ou outro juiz que analise isso friamente, sem entender a complexidade e a diferença do futebol, possa dar decisões como essa - disse Pássaro, em entrevista ao LANCE!.

O São Paulo ainda pode e vai recorrer da condenação, que inicialmente ficou em R$ 200 mil. Depois que o assunto veio à tona e gerou revolta entre torcedores nas redes sociais, o jogador manifestou-se pedindo "menos mimimi" e teve apoio de diversos atletas nos comentários da publicação

- Essa ação já existe há um tempo. O que foi julgado agora foi o recurso dela, e o São Paulo lamenta uma ação cobrando esse tipo de coisa. A gente não pode falar muito da ação do Maicon, porque ela está em segredo de Justiça, mas como ele já falou a gente fica um pouquinho mais à vontade. Não há, na ação dele, qualquer pedido de valores atrasados, seja de salários ou de imagem. O que tem na ação é um pedido de diferença de direito de arena, que ele não ganhou, de horas extras, que ele não ganhou, de adicional noturno, que ele ganhou, ou seja, ele vai ganhar um adicional pelos dias que trabalhou depois das 22h, e de descanso semanal remunerado, ou seja, precisa ganhar em dobro nos feriados que ele trabalhou, seguindo a regra comum - emendou Pássaro, lembrando que Maicon entrou com o processo em 2016.

Pássaro
Alexandre Pássaro, gerente de futebol do São Paulo - FOTO: Rubens Chiri/São Paulo FC

- O que mais nos surpreende é que esses jogadores só ganham três dígitos de salário porque a televisão paga altos valores pelos direitos de transmissão, inclusive eles têm 5% disso pelo direito de arena. Então entrar pedindo um adicional noturno além disso, para a gente que sabe que no mundo inteiro o futebol é disputado também à noite e também em feriados, surpreende. A gente espera que isso não vire comum, porque ao passo que o São Paulo foi processado pelo Maicon talvez o Grêmio também seja, porque no Grêmio ele continua jogando à noite e continua jogando aos feriados. Então criaria um passivo e uma imagem não muito boa para os clubes que querem contratar jogadores com esse histórico de ações - concluiu o gerente são-paulino.

Não é mesmo um processo comum. O único caso semelhante de que se tem notícia é o do ex-zagueiro Paulo André, que processou o Corinthians pelo mesma razão e motivou o presidente Andrés Sanchez a  enviar uma carta a CBF, FPF e TV Globo pedindo que não sejam agendados jogos do clube à noite ou aos domingos. O São Paulo não deve repetir a atitude, embora a tenha visto com bons olhos. Nos bastidores, os clubes estão confiantes na possibilidade de reverterem as decisões que lhes foram desfavoráveis em instâncias superiores.

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