Com renovação incerta, São Paulo tenta manter patrocinador exposto durante pandemia

Contrato com o Banco Inter vence em 30 de abril e ainda não foi renovado. Negociações foram impactadas pela pausa do futebol, que gera muitas incertezas

SPFC Banco Inter
São Paulo aumentou destaque ao patrocinador em sua TV oficial - FOTO: Reprodução/SPFC tv

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Dentre as diversas incertezas geradas pela pausa do futebol devido à pandemia do novo coronavírus, uma das que preocupam o São Paulo diz respeito à negociação para renovar o contrato de patrocínio máster com o Banco Inter, que estampa a camisa do clube desde 2017 e tem vínculo assinado apenas até 30 de abril de 2020.

As conversas para ampliar o vínculo já haviam sido iniciadas pelo departamento de marketing do Tricolor. O clube buscava um aumento nos valores do contrato (os atuais não foram divulgados) sob o argumento de que o Banco Inter cresceu muito após atrelar sua imagem à do São Paulo e que a receptividade da torcida às suas ações é alta. A empresa tem a seu favor o desaquecimento do mercado de patrocínios no Brasil e a dificuldade que o clube provavelmente terá para encontrar um novo parceiro caso não chegue a acordo para renovar.

As conversas foram congeladas devido à pausa do futebol. Pessoas ouvidas pela reportagem citaram as dúvidas sobre quando os campeonatos serão retomados como um fator que impede a assinatura de um acordo agora. Sem futebol, a exposição das marcas atreladas aos clubes cai vertiginosamente. Há o temor no mercado do futebol, não só no São Paulo, de que a maioria dos patrocinadores peça a suspensão dos contratos vigentes enquanto a crise não se resolve. Isso seria muito prejudicial, já que, até segunda ordem, os salários dos jogadores continuarão sendo pagos normalmente.

O São Paulo tenta manter a exposição de seu patrocinador como pode. Na semana passada, por exemplo, abriu um vídeo de sua TV oficial que mostrava os atletas mantendo a forma em casa com "Banco Inter apresenta". As redes sociais também estão sendo utilizadas para que as marcas continuem sendo atreladas ao nome do clube.

O clube teve um prejuízo de aproximadamente R$ 50 mil ao realizar o clássico contra o Santos com portões fechados, pouco antes da suspensão das competições. Se considerar a projeção da renda que essa partida teria, o prejuízo é muito maior. Isso sem contar que neste mês e no próximo aconteceriam partidas muito atrativas para o torcedor, pela Libertadores e pelos mata-matas do Estadual, cujas bilheterias eram essenciais para o fluxo de caixa são-paulino.

- Acho que eram cerca de 22 mil ou 23 mil ingressos vendidos (para o clássico). Talvez R$ 1 milhão líquido em renda. É um desfalque grande. A gente não sabe até onde isso vai, mas o mais importante é a saúde de todo mundo. As decisões que foram tomadas são todas de muito bom senso e mínimas. Sobre a questão do desencaixe financeiro, isso vai existir. O impacto é grande, vai existir, mas a gente precisa entender ainda - disse o gerente de futebol do São Paulo, Alexandre Pássaro, à ESPN Brasil.

A negociação com o Banco Inter está atrelada à permanência da MRV nas omoplatas da camisa, já que as duas marcas têm os mesmos donos. Este vínculo se encerra em junho. Neste mês, encerra-se também o contrato com a AOC, que estampa sua marca no peito da camisa do São Paulo, e ainda não há notícia sobre renovação. Veja abaixo todas as marcas associadas ao clube e a duração dos contratos:

Banco Inter - máster - abril de 2020
AOC - peito - março de 2020
MRV - omoplatas - junho de 2020
Urbano - mangas - dezembro de 2020
Gazin Colchões - barra traseira - dezembro de 2020
SPFC Chip - frontal do calção - dezembro de 2020
Cartão de Todos - frontal do calção - dezembro de 2020
Betsul - traseira do calção - dezembro de 2020
Cimento Cauê - mangas - março de 2021

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