Torcidas uniformizadas do Santos são punidas por tempo indeterminado por atos contra Peres; entenda

Uniformizadas santistas foram notificadas pelo Sexto Batalhão de Polícia Militar do Interior e não poderão instalar as suas faixas e bandeiras na Vila Belmiro

José Carlos Peres
Torcida do Santos faz campanha para a renúncia de José Carlos Peres (Foto: Ivan Storti/Santos FC)

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A Torcida Jovem e a Sangue Jovem do Santos foram impossibilitadas de estender faixas e bandeiras na Vila Belmiro por tempo indeterminado. A punição partiu do Sexto Batalhão de Polícia Militar do Interior, por conta das manifestações do grupo à frente da Vila Belmiro e CT Rei Pelé no dia 23 de julho, e já estão valendo para o confronto entre Peixe e Ponte preta, às 21h30, pelas quartas de final do Campeonato Paulista.

Desde o dia 20 de julho, diversos protestos coletivos e isolados direcionados ao presidente José Carlos Peres acontecem, tanto na Baixada Santista, quanto na Grande São Paulo. No primeiro, um grupo de cerca de 30 torcedores chegaram a cobrar pessoalmente Peres no Santos Business Center, sede santista na capital, no único encontro recente entre os torcedores e o mandatário santista.

Desde então, outros atos aconteceram durante as duas últimas semanas, em pontos espalhados de São Paulo, na porta do prédio onde mora Peres, inclusive com pichações ao muro do local pedindo a sua renúncia, e o da última quinta-feira, que culminou na determinação da punição da Torcida.

Em nota oficial, a Torcida Jovem admitiu consternação pela punição e alegou cerceamento de direitos, como liberdade de expressão e ir e vir, mencionando inclusive o Ato Institucional Número Cinco, instaurado em 1968, durante a Ditadura Militar.

– Diante disso, fica visível a tentativa de transformar atos constitucionais em cerceamento de direitos através de uma decisão com caráter unicamente punitivista. Durante um período obscuro do Brasil, a liberdade de locomoção sofreu limitações graças à emenda constitucional radical adotada pelo presidente da época, Artur da Costa e Silva, em dezembro de 19689, o Ato Institucional Número Cinco (AI-5) – diz um trecho do comunicado.

– Entre as suas diversas arbitrariedades, as que atacam o direito de ir e vir eram, principalmente, a ilegalidade das reuniões políticas não autorizadas pelo Estado e os toques de recolher que foram implementados em too o país – acrescenta.

Com a ausência de torcedores no retorno do futebol, que ficou paralisado durante mais de quatro meses, por conta da pandemia do novo coronavírus, os clubes têm buscado alternativas para ambientar os estádios, como o som da torcida nos alto-falantes, bonecos com imagens de torcedores, além de faixas e bandeiras instaladas por Uniformizadas.

No entanto, nos próximos jogos do Peixe, apenas outras agremiações, fora a Torcida Jovem, poderão instalar os seus materiais nas dependências da Vila Belmiro.

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