CIS classifica gestão do Santos como temerária e indica novo processo de impeachment contra Peres

Parecer foi emitido no dia 28 de agosto e será votado pelo Conselho Deliberativo na próxima segunda-feira (28), podendo culminar em afastamento do presidente santista

José Carlos Peres
Peres pode ser afastado dois meses antes do fim do seu mandato (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos)

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Após analisar a reprovação das contas da administração santista em 2019 pelo Conselho Fiscal e ouvir a defesa do Comitê Gestor, a Comissão de Inquérito e Sindicância do Santos classificou a atual gestão do clube como temerária e indicou a abertura de um novo processo de impeachment contra o presidente José Carlos Peres.

Por sua vez, em defesa apresentada separadamente, o vice-presidente Orlando Rollo, rompido com Peres ainda no primeiro ano do mandato, apresentou documentos que alegam a sua não participação nas irregularidades apontadas e foi absolvido da indicação.

Já aos demais gestores não tiveram o pedido de impedimento apontado, por não terem suas condutas analisadas de forma individual. Contudo, a CIS destaca que a apresentação coletiva da defesa dos membros do Comitê Gestor demonstra que nenhum integrante teve conduta distinta do grupo, o que prevê perda de mandato, suspensão ou afastamento. Para que isso aconteça, processos específicos precisam ser protocolados separadamente.

O parecer será analisado, apreciado e votado pelo Conselho Deliberativo na próxima segunda-feira (28), em reunião virtual. Uma ala do conselho defende que Peres responda ao pedido de impeachment afastado do cargo, alegando indicativos com a alteração do Estatuto Social do Santos em 2019, devido as diretrizes do Profut, programa de refinanciamento de dívidas dos clubes brasileiros.

Indicativos

A Comissão de Inquérito e Sindicância levantou 11 pontos onde classifica irregularidades da gestão santista em 2019, como o pagamento de comissões e intermediações a agentes em empréstimos e renovações contratuais, a não apresentação de documentos solicitados pelo Conselho Fiscal em relação ao pagamento de valores a uma empresa ligada ao empresário Renato Duprat, na venda do atacante Bruno Henrique ao Flamengo, não recolhimento de impostos, pagamento e compromissos e cumprimentos de prazos estatutários.

Em um dos pontos vistos como irregulares, a CIS afirma que a própria defesa do Comitê de Gestão confessa o mau uso do cartão corporativo, quando aponta que houve ressarcimento, o que também é questionado pelo órgão avaliador, que pontua que o último informativo de devolução informado por José Caros Peres aconteceu no dia 16 de março.

A defesa dos gestores analisada pela Comissão menciona que o Conselho Fiscal, primeiro órgão a reprovar as contas de 2019, excedeu as suas funções, ao apresentar um primeiro parecer, e que não houve infrações que justificassem a reprovação das contas e tampouco a sua classificação como temerária. Também foi dito que o aumento em R$ 41 milhões na folha de pagamento representa 13,27% acima do orçamento e se justifica pela montagem e manutenção de um elenco profissional qualificado para obtenção de títulos e prêmios, e que o pagamento de comissões e intermediações no Santos foi inferior a média de 22 clubes brasileiros.

* Sob supervisão de Vinícius Perazzini

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