Patrick de Paula fala sobre momento no Paulistão, comenta críticas e diz estar ‘realizando sonho no Palmeiras’

Jovem volante concedeu entrevista exclusiva ao LANCE!/NOSSO PALESTRA e abordou desde oscilação de desempenho no ano passado até Taty Castellanos e propostas da Europa

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(Arte: Murilo Dias)

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Nesta quarta-feira (28), o autor do gol 12 mil da história do Palmeiras, Patrick de Paula, concedeu entrevista exclusiva ao LANCE!/NOSSO PALESTRA e comentou sobre sua ótima fase, rebateu críticas que sofreu no passado, analisou a situação do Verdão no Paulistão e até mesmo falou sobre uma possível chegada de Taty Castellanos como reforço do ataque alviverde.

De início, o jovem volante descreveu a emoção de ter crescido na Taça das Favelas e hoje fazer história no Palmeiras, marcando gols históricos e sendo titular nas principais competições:

– Eu sempre falei em todas as minhas entrevistas. Há três anos eu estava jogando a Taça das Favelas, jogava na várzea, e eu vim para o Palmeiras disposto a me entregar para o futebol, a ser feliz, e graças a Deus estou podendo ser feliz e dar alegria para minha família. Marcar o gol 12 mil e vestir a camisa do Palmeiras é uma sensação única, um momento único, e agradeço a Deus, primeiramente. Eu sempre trabalhei, sempre fui em busca do meu objetivo e hoje eu estou podendo realizar sonhos, né? Realizar meu sonho de criança que era ser um jogador profissional, realizar o sonho da minha família, poder dar uma vida melhor para minha família.

Em alguns momentos de 2020, especialmente após o protagonismo no título do Campeonato Paulista, o desempenho do camisa 5 oscilou e, mesmo estando em sua primeira temporada no profissional, foi alvo de críticas da torcida, que achava que o atleta estava deixando o sucesso subir à cabeça. Sobre isso, ele afirma:

– Eu sempre trabalhei, né? Eu sempre fui de trabalhar bastante e nunca fui de deixar nada subir para a minha cabeça, até porque de onde eu vim, foi de um bairro bem pequeno. Nunca tive essa fama toda e acontece. Futebol tem momentos bons, tem momentos ruins e eu mantive a cabeça muito boa. Sempre vai haver crítica, e eu sofri muitas críticas, mas sempre corri atrás para estar ajudando a minha equipe de alguma forma, numa marcação, num passe, num gol, sempre ajudando, então, sempre trabalhei, sempre fui atrás do meu objetivo, e hoje eu dei a volta por cima fazendo bons jogos.

A Cria da Academia também ponderou sobre as críticas feitas ao Verdão neste início de temporada após as perdas dos títulos da Recopa e da Supercopa e, principalmente, pela complicada situação no Paulistão 2021, onde a equipe tem seis pontos a menos que o segundo colocado no Grupo C para avançar aos mata-matas. Sobre isso, Abel Ferreira revelou em entrevista coletiva concedida ontem (27) que o novo lema para a temporada 2021 é “contra tudo e contra todos” e Patrick comentou:

– A gente não liga para o que o povo de fora fala. Procuramos nos fechar para chegarmos dentro de campo e fazer um bom jogo. Então, a gente está focado no que a gente quer, porque sempre queremos o mesmo objetivo, de fazer um bom jogo, sair com a vitória, ser campeões, então a gente procura se blindar, né? A gente se blinda bastante, esquece as críticas e só trabalha. Futebol é sempre aprovação. Hoje você perde, amanhã você já pode provar de novo que você é bom, então futebol é bom por causa disso, é muito rápido. A gente perdeu dois títulos e agora já estamos provando de novo que somos os campeões da América.

Dando sequência ao tópico, o jovem meio-campista analisou a situação complicada do Palmeiras no Campeonato Paulista, deixando claro que o elenco não pensa em abrir mão da competição, já que todos dentro do clube almejam conquistar todos os títulos:

– A gente não gosta de perder, eu não gosto de perder. Felipe Melo e Abel não gostam de perder. O Palmeiras não gosta de perder! Porque somos os atuais campeões do Paulistão, da Copa do Brasil e da Libertadores. Então, a gente está bem focado nos campeonatos. Sempre vamos em busca deles. Não tem nada perdido no Paulista, tem bastante jogos ainda. Vamos atrás da vitória para nos classificar, para defender o que é nosso. Não queremos deixar passar título algum. Estamos em terceiro lugar no grupo do estadual, mas sabemos que dá para chegar. É claro que a gente vem numa sequência muito ‘louca’ por causa da pandemia, e tivemos poucos dias de descanso, mas o futebol é assim.

Assista à entrevista, na íntegra:

Confira mais da entrevista com Patrick de Paula:

Bom desempenho em jogos importantes e posicionamento preferido: mais avançado ou mais recuado?

– Quando eu estou dentro de campo, procuro ficar bem solto dentro do jogo, tirar todos os pesos que a gente tem, esquecer tudo, ficar com a cabeça boa. Ficar com a cabeça vazia e focado no campo. Quando eu jogo, eu gosto muito de chegar dentro da área, de fazer gol, dar assistência… Com o Vanderlei (Luxemburgo), eu fazia uma função, agora com o professor Abel eu já faço outra. Estou chegando mais dentro da área, ficando mais perto do gol, mas eu me sinto à vontade nas duas, tanto mais defensiva quanto mais ofensiva. Quando a gente é um jogador profissional, a gente tem que se sentir à vontade em tudo quanto é canto do campo. Então, me sinto bem a vontade, bem tranquilo para ajudar a minha equipe aonde for.

Competitividade com Danilo e Gabriel Menino e o impacto das Crias da Academia no grupo:

– A gente da base sempre anda junto. Crescemos juntos. A gente brinca bastante, mas sempre tem disputa, porque somos os três da mesma posição. Cada um quer seu espaço, mas sempre com respeito. Nunca fomos de brincar em relação a quem é melhor. A gente se respeita bastante, tanto no treino quanto no jogo. Com quem estiver jogando a gente está feliz, seja eu, o Danilo, o Menino, o Wesley… Viemos do mesmo círculo, subimos juntos. Todo mundo quer jogar, mas só jogam onze. Graças a Deus estamos podendo ajudar a nossa equipe.

Motivação após ganhar ‘tudo’ na primeira temporada como profissional, relação com Felipe Melo e interesse de clubes da Europa:

– Minha motivação sempre vai ser a mesma. Depois que eu piso dentro do CT, eu já entro motivado. Já entro querendo ganhar mais títulos. Marcar história. Como o Felipe sempre fala na roda, a gente tem que marcar época. E o nosso elenco está fazendo história. Sempre vamos querer fazer mais história. Querer pôr nossa foto no Allianz, no CT. O Felipe conversa bastante com a gente sobre deixarmos nossa marca.

Em relação aos times da Europa, eu deixo essas coisas para o Palmeiras. Deixo tudo para os meus empresários. Estou focado bastante no Palmeiras, tenho meu contrato até 2025 com o clube. Minha cabeça está virada para ajudar minha equipe, ajudar o elenco. Ajudar o Palmeiras com o que eu puder.

Taty Castellanos: já houve alguma interação do argentino com o elenco? Como os atletas enxergam a possível chegada do atacante?

– Ele nunca veio falar conosco, não. Se vier, vai ajudar bastante, virá para somar. Se não vier, a gente vai lutar também com quem já está aqui. O nome dele está rolando aqui no grupo, mas estamos mais concentrados nos campeonatos que a gente quer. Estamos focados em fazer história. Essas coisas (contratações) a gente deixa para o Palmeiras, deixa para o nosso diretor ou para o nosso presidente. Nosso negócio é dar títulos para o Palmeiras, dar alegria para o nosso torcedor.

A montagem do texto contou com colaboração de Artur Abramo, Matheus Bottura e Guilherme Paladino.
A entrevista foi realizada por João Gabriel Falcade, Celso Ardengh e Guilherme Paladino.

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