Superação e baixo rendimento de sul-americanos marcam quinta etapa da Copa do Mundo de escalada

Competição aconteceu no final d semana, em Munique, na Alemanha

Escalada: Superação marca quinta etapa da Copa do Mundo de Escalada
E eslovena Janja Garnbret confirmou a sua superioridade (Foto: Divulgação)

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A quinta etapa da Copa do Mundo de Escalada da International Federation of Sport Climbing (IFSC), realizada em Munique, na Alemanha, teve todos os ingredientes que fazem a alegria dos cronistas esportivos. Houve superação, soberania, resultados inesperados, reviravoltas surpreendentes e performance decepcionantes. Como vem acontecido em quase todas as etapas desde ano, a eslovena Janja Garnbret confirmou a sua superioridade e venceu, mesmo que de maneira apertada, suas concorrentes na categoria feminina. Na masculina, o austríaco Jakob Schubert venceu na categoria masculina em um resultado até certo ponto, surpreendente.

A audiência da etapa superou as expectativas. Durante a fase classificatória, haviam 3.000 espectadores no Olympiapark, local onde se realizava o evento. Para outros esportes é um número relativamente insignificante, mas para a escalada, a qual ainda é desconhecida para boa parte do público em geral, é um número considerável. Durante as semifinais e finais, o pulico era ainda maior.

Os atletas do continente americano não tiveram boa performance, ficando todos fora das semifinais. Todos os especialistas e analistas do esporte consideram que quanto mais perto do pelotão das semifinais estiver o atleta, melhor chance de se classificar para as olimpíadas. A atleta norte-americana Alex Johnson ficou em 10º, classificando para as semifinais mas não para as finais, tornando-se a atleta melhor colocada do continente americano.

Sean McColl, do Canadá, foi o atleta do continente americano melhor colocado. Com apenas dois atletas participando, os atletas brasileiros também ficaram muito aquém do que se esperava. Cesar Grosso ficou em 69º e Felipe Foganholo em 78º, de um total de mais de 120 atletas e ainda longe do pelotão das semifinais (20 primeiros atletas).

Jakob Shubert, a surpresa
Quando foi anunciada a participação doo tcheco Adam Ondra, o melhor escalador esportivo da atualidade, instantaneamente já era considerado favorito. Sem haver a participação da seleção japonesa, que preferiu descansar para a próxima etapa que irá acontecer nos EUA, Ondra era considerado o dono da medalha de ouro. Para as finais classificaram Adam Ondra (República Tcheca), Jan Hojer (Alemanha), Jakob Schubert (Áustria), Aleksey Rubtsov (Rússia) e mais dois jovens: AnzePeharc (Eslovênia) e Jongwon Chon (Coreia do Sul).

A princípio, Adam Ondra mostrou-se muito motivado e inteiramente concentrado. As primeiras três linhas de boulder (de um total de quatro) foram escaladas em flash (apenas uma tentativa) e com relativa facilidade pelo escalador tcheco. Porém a surpresa ficou para a última linha, que fez com que Adam Ondra sequer chegasse à agarra bônus (que lhe daria pontuação para a tentativa). Jakob Shubert, que tinha falhado na primeira linha, mas tinha alcançado a agarra bônus, conseguiu escalar a última linha.

Por não ter conseguido atingir ao menos a agarra bônus da última linha de boulder, Adam Ondra ficou atrás. O acontecimento de Adam Ondra ter saído de uma performance sólita, para um inesperado revés, pode ser comparado com a de um time de futebol que consegue reverter um resultado adverso, mas toma um gol no último minuto da partida.

O resultado, até certo ponto surpreendente, ensinou uma coisa ao público e também a Adam Ondra: em esportes de alto desempenho é necessário ter concentração máxima todo o tempo e ter frieza de análise em qualquer momento de adversidade. Foi exatamente isso que faltou a Ondra e sobrou ao escalador Jakob Schubert, que sagrou-se vencedor.

O pódio da categoria masculina ficou configurado da seguinte maneira:
1. Jakob Scubert (Áustria)
2. Adam Ondra (República Tcheca)
3. Jan Hojer (Alemanha)
4. Aleksey Rubtsov (Rússia)
5. Anze Peharc (Eslovênia)
6. Jongwon Chon (Coreia do Sul)

Janja Garnbret soberana
Quem tem acompanhado as competições de escalada na Copa do Mundo do IFSC deve ter notado que é quase um ato de copiar e colar os textos sobre a escaladora eslovena Janja Garnbret. A escaladora tem vencido todas as etapas de 2019, além de ter ganho as duas últimas de 2018. Janja também é a atual campeã mundial nas duas disciplinas consideradas nobres da escalada: Vias guiadas e boulder.

O rendimento de Janja é tão impressionante, que faltam adjetivos que sintetizem o que representa suas vitórias. Com uma concentração inabalável e uma frieza de análise de seus desempenho, Garnbret está muito perto de conseguir algo inédito na história do esporte: ganhar todas as etapas da Copa do Mundo de Escalada.

Pelo regulamento, Janja já é a campeã da temporada, pois cada atleta pode descartar o seu pior resultado de cada uma das seis etapas. Logo após a conquista, Janja confirmou que irá participar da última etapa de boulder da temporada que será realizada em Vail, nos EUA dia 7 e 8 de junho próximo.
Nas finais, ficou marcado por dois destaques da seleção da Eslovênia. O primeiro destaque foi a maciça presença de atletas do país entre as finalistas. Com três atletas entre as semifinalistas, a Eslovênia confirma ser a maior potência do esporte ao lado do Japão.

O segundo destaque da seleção eslovena foi a performance de Mia Krampl, que tinha lesionado o joelho em uma queda nas semifinais. Mesmo aconselhada por algumas pessoa a abandonar a competição, Krampel, mesmo com visível dificuldade em caminhar, conseguiu ficar em terceiro lugar. A atleta da Eslovênia mostrou força de vontade, superação e determinação, que o público a ovacionou. As imagens de seu rosto, contorcendo de dor mas sem desistir, é, sem dúvida a imagem de uma geração de atletas treinados para serem vencedores, não somente para ganhar.

A francesa FanyGibert mostrou bastante determinação, conseguindo seu melhor resultado em anos. Apesar de ter ficado em segundo lugar, perdeu para Janja apenas por critérios secundários. A seleção francesa, aliás, mostrou que o investimento em remodelamento em sistemas de treinamento vêm fazendo a diferença.

O pódio da categoria masculina ficou configurado da seguinte maneira:
1. Janja Garnbret (Eslovênia)
2. Fanny Gibert (França)
3. Mia Krampl (Eslovênia)
4. Julia Chanourdie (França)
5. Ievgeniia Kazbekova (Ucrânia)
6. Katja Kadic (Eslovênia)

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