Confederação de basquete e Liga expõem racha sobre futuro do NBB

CBB emite portaria com determinação para que os clubes sigam à frente da organização do torneio, como repasse de uma porcentagem do faturamento da Liga, e desagrada equipes

Guy Peixoto, presidente da Confederação Brasileira de Basquete
Guy Peixoto, presidente da CBB, assinou portaria que desagradou clubes do NBB (Foto: Divulgação)

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A Confederação Brasileira de Basquete (CBB) e a Liga Nacional de Basquete (LNB) escancararam uma ruptura após uma portaria publicada na última quinta-feira pela entidade máxima da modalidade no país. O texto impõe exigências para que os clubes continuem a organizar o NBB, fundado em 2008 e reconhecido pela Federação Internacional de Basquete (Fiba).

O clima entre as partes se deteriora há meses, mas piorou após a CBB anunciar, em outubro, um Campeonato Brasileiro Adulto a partir do ano que vem, sem divulgar que seria uma competição de segunda divisão. Na verdade, o novo campeonato é um substituto da Liga Ouro, a "Série B" do basquete. 

A LNB não gostou da atitude, pois se trataria de um desrespeito ao acordo firmado em 2009, segundo o qual o NBB seria o único campeonato brasileiro de clubes de basquete adulto masculino de primeira divisão reconhecido, e respondeu com duras críticas. O documento publicado esta semana mostra que a CBB revogou qualquer decisão anterior de cooperação entre os lados.

Dentre os itens exigidos pela CBB, estão o repasse de uma porcentagem do faturamento da Liga e também cessão gratuita de espaço publicitário nas quadras aos patrocinadores da entidade. A confederação ainda exige o uso obrigatório dos árbitros e do Tribunal de Justiça da CBB para os jogos do NBB.

Na portaria, assinada pelo presidente da CBB, Guy Peixoto, é dito que a LNB deverá respeitar a hierarquia da entidade - respondendo diretamente à Confederação, depois ao Comitê Olímpico do Brasil (COB), à Fiba e ao Comitê Olímpico Internacional (COI). A justificativa é uma conversa da LNB com a Fiba sobre um possível novo torneio intercontinental, sem que a CBB fosse consultada. Até então, o mandatário nunca havia publicado portarias.

"A Liga Nacional de Basquete (LNB) lamenta que a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) tenha tornado pública uma discussão interna sobre divergências de visão sobre o basquete brasileiro que deveriam ser tratadas diretamente entre as entidades. Com relação ao posicionamento da LNB sobre o assunto, o mesmo está expresso de forma clara no referido ofício enviado à CBB”, informou a LNB, por meio de nota.

Em entrevista ao blog "Olhar Olímpico", do "Uol", o diretor sênior de operação, Ricardo Trade, o Baka, afirmou que apenas cumpriu o que manda o regimento.

– Não tem como eu fazer algo que não seja regimental. A CBB tem que publicar suas decisões. Se soltamos uma portaria, temos que publicar. Vocês (jornalistas) tanto cobram que seja transparente, então publicamos a portaria que somos obrigados – afirmou Baka.

Agora, o assunto deve ir parar na Fiba. Em entrevista ao mesmo blog, o presidente da LNB, Kouros Monadjemi, afirmou que a LNB seguirá com o NBB.

– Não temos medo. A Liga está fazendo o campeonato dela e vai continuar fazendo. (A CBB) que mande a Fiba vir falar que não posso fazer o campeonato. A gente não tem diálogo franco, aberto. A liga não tem nenhum problema com a CBB, a CBB que tem problema conosco – disse o dirigente, que reassumiu a presidência no dia 6 de dezembro deste ano.

Atualmente, a LNB tem parceria com a NBA e é a principal liga esportiva independente organizada no país.

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