Médico cita medidas essenciais para retorno das atividades em academias de artes marciais

Com quase 40 anos atuando em sua profissão, médico Ricardo de Carvalho opina sobre a flexibilização da quarentena e possível volta das atividades em academias; confira

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Doutor Ricardo de Carvalho deu dicas para um possível retorno das atividades em academias (Foto: Divulgação)

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A população brasileira, desde o mês de março, vem lidando com os impactos da pandemia global do coronavírus, que causou uma mudança radical no dia a dia de grande parte das pessoas e, infelizmente, vem provocando inúmeras mortes e milhares de casos em cidades espalhadas pelo país. Ao mesmo tempo em que o Brasil sofre com as consequências do vírus, nas últimas semanas, vem sendo debatida e aplicada a flexibilização da quarentena, onde as autoridades de cada cidade discutem e implementam a retomada das atividades de alguns setores econômicos e, consequentemente, causam à volta de uma parte considerável da população às ruas.

No Rio de Janeiro, segundo estado com maior número de casos e mortes causadas pela Covid-19, a flexibilização do isolamento social e a volta de alguns serviços num período em que os índices causados pela pandemia ainda são crescentes geram incertezas na população. Ao mesmo tempo em que se faz necessária a retomada de serviços e atividades, é notória a preocupação, tendo em vista que a aglomeração de pessoas pode causar um aumento em casos e mortes.

Para debater o assunto de flexibilização da quarentena, conversamos com o Doutor Ricardo de Carvalho, de 63 anos. Com experiência de 39 anos na medicina, o clínico geral e cardiologista opinou sobre o tema e destacou pontos importantes a serem considerados no atual momento.

- Vejo a flexibilização da quarentena como algo que tem que ser pensado, não só aqui (Rio de Janeiro), mas em todas as cidades e países do mundo, haja visto o transtorno social e econômico causado por um período longo de quarentena. Porém, temos que fazer isso de forma extremamente pensada e cautelosa, seguindo dois critérios importantes: temos que olhar os critérios técnicos, analisar a curva de novos casos, a curva ao longo de duas semanas de estabilização no número de mortes pelo vírus, olhar a disponibilidade de leitos hospitalares e de CTI. São dados essenciais para serem pensados. Por outro lado, não podemos nos esquecer dos cuidados individuais: uso de máscaras, luvas e álcool em gel, evitar aglomerações, manter a distância de pelo menos 1,5m, entre outros diversos cuidados. A flexibilização do isolamento social não representa o fim da pandemia, é apenas mais uma etapa visando um retorno futuro à vida social, então, as orientações precisam ser seguidas, não podemos deixar as precauções de lado -.

Outra questão que causa grande debate é a volta das atividades em academias de artes marciais e, em consequência disso, o retorno das competições esportivas. A pauta está presente em uma das fases elaboradas pela Prefeitura do Rio de Janeiro, todavia, é necessária uma série de medidas de prevenção e higienização, tendo em vista que modalidades como Jiu-Jitsu, Judô, Boxe, Muay Thai, entre outras, são de extremo contato físico. Ricardo, que também é pré-candidato a prefeito de Itaboraí, região metropolitana do Rio, citou algumas medidas que devem ser adotadas visando o retorno.

- Sobre um retorno das atividades esportivas, precisamos ter em mente algumas coisas. Primeiro: testagem dos atletas. As artes marciais demandam muito contato físico, então, a testagem em massa nesses profissionais é essencial, assim como uso de máscaras e luvas, uso constante de álcool em gel, isso é fundamental. Além disso, as academias precisam se readequar para um ‘novo normal’, organizar uma estrutura que vá garantir a saúde dos atletas, colocar treinos com um número mínimo de praticantes, dividir turmas, higienizar constantemente os tatames, a academia como um todo, desinfectar os atletas, entre outras coisas. A gente vê que o Futebol já voltou em alguns países, aqui no Brasil está voltando o esporte no Rio de Janeiro, mas todo cuidado é pouco com aglomerações. Não é momento de reunir público - concluiu.

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