Em nota, clubes e FERJ reiteram apoio a profissionais médicos e questionam notificação da CREMERJ

Carta foi divulgada nas redes sociais e não teve participação de Fluminense e Botafogo. Conselho de Medicina é acusado de "expedir documento absolutista"

Flamengo
Flamengo retornou às atividades no Ninho na última semana (Foto: Alexandre Vidal/Flamengo)

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O debate nos bastidores sobre o retorno do Campeonato Carioca não tem fim. Depois do ofício enviado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro a todos os clubes da primeira divisão sobre o retorno aos treinamentos na última semana em meio à pandemia da COVID-19, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro e os clubes favoráveis ao retorno do campeonato assinaram uma espécie de "nota de repúdio" a CREMERJ.

A nota foi publicada nas redes sociais da Federação e dos clubes (veja abaixo a publicação do Madureira). Na carta, os envolvidos questionam o posicionamento do Conselho afirmando que este "foge das suas atribuições para opinar no que desconhece, investindo-se de competência que não possui, e expedir documento absolutista". Fluminense e Botafogo, que desde o início mostraram-se contrários ao retorno, não assinaram e consequentemente não publicaram a nota.

Confira a nota na íntegra
A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro e os filiados America, Americano, Bangu, Boavista, Cabofriense, Flamengo, Friburguense, Macaé, Madureira, Nova Iguaçu, Portuguesa, Resende, Vasco e Volta Redonda, em apoio aos seus profissionais médicos, estranham a posição do CREMERJ ao fugir de suas atribuições para opinar no que desconhece, investindo-se de competência que não possui, e expedir documento absolutista, caracterizado por conteúdo intimidatório e coator direcionado aos médicos dos clubes para impedir que os mesmos pratiquem o exercício legal de sua profissão.

Não cabem retaliações, recalques, frustrações ou ameaças àqueles que não tem nenhum poder se vai ou não haver treino ou jogo, decisão que compete unicamente à direção de cada clube, fato inexplicavelmente olvidado pelo CREMERJ, mas do conhecimento de muitos dos profissionais que dele fazem parte.


Em relação ao protocolo denominado Jogo Seguro, elaborado, debatido e finalizado para a fase de treinamentos, por médicos de todos os clubes, com fundamentos e bases científicas, convém ressaltar que não existe impermeabilidade a críticas ou sugestões desde que propositivas e fundamentadas, melhor ainda se revestidas da experiência na matéria por parte de quem as façam.

Ratificamos o que vem sendo repetido há muito tempo e por inúmeras vezes de que a volta de partidas oficiais de futebol profissional, em cada município do Estado do Rio de Janeiro, deverá ocorrer a partir do momento em que não houver impedimento legal e de acordo com as diretrizes do protocolo específico ainda não finalizado para essa fase. Sugestões técnicas, científicas, factíveis, coerentes, lógicas, fundamentadas e sem nenhum viés político podem ser encaminhadas até o dia 4 de junho através do e-mail: [email protected].

A LINHA DO TEMPO
Na quinta-feira, o Flamengo posicionou-se de forma oficial sobre o uso do Centro de Treinamento. Em nota publicada em seu site, o Rubro-Negro afirmou que está dando auxílio ao Doutor Márcio Tannure, chefe do Departamento Médico de Futebol do Flamengo, para que fique esclarecida os questionamentos da entidade.

Em entrevista ao L! na última quarta, o presidente da CREMERJ, Sylvio Provenzano, explicou a orientação oficial do conselho médico e reforçou que tratou-se de "uma orientação, não uma norma, uma regra a ser aplicada e seguida".


- Não é uma norma. Uma norma é uma regra a ser aplicada e seguida pelo profissional. É uma recomendação. É uma orientação fornecida pelo CREMERJ de que não é recomendável a prática (do futebol). Evidentemente que se acontecer alguma coisa, o conselho tem o direito, a qualquer momento, de chamar o profissional em atividade e dizer "Olha, isso é sua responsabilidade". Há uma diferença entre recomendação e norma. O CREMERJ foi uma orientação - afirmou Sylvio Provenzano com exclusividade ao LANCE!

Quem também se manifestou nos últimos dias foi o Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, conforme informação publicada em primeira mão pelo LANCE!. Na sexta-feira, a SAFERJ reiterou o apoio das atividades por "necessidade de sobrevivência", mas cobrou a Federação que os pagamentos aos atletas por parte dos clubes sejam feitos em dia, sob pena de perda de pontos futuro caso não seja concretizado.

A carta enviada à FERJ e assinada pelo presidente do Sindicato, Alfredo Sampaio, também pondera que é "inadmissível que, no estado de insegurança que ainda estamos, os atletas retornando às suas atividades incorram no risco de não terem seus salários recebidos."

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