Luiz Gomes: ‘Fifa protege Messi e CR7, injustiça Neymar e De Bruyne’

Critérios que servem à escolha dos finalistas do 'The Best' claramente são influenciados pela popularidade, o peso do nome... Assim, prêmio vai perdendo a credibilidade<br>

Montagem Neymar (PSG) e De Bruyne (Manchester City)
Neymar e De Bruyne não vão concorrer ao prêmio no dia 17 de dezembro (Foto: FRANCK FIFE / AFP)

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O prêmio de melhor do mundo da Fifa cada vez mais perde credibilidade. Os critérios que servem à escolha dos finalistas claramente são influenciados por quesitos como a popularidade, o peso do nome e até resultados coletivos muito mais do que a real avaliação do desempenho individual de cada jogador.

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Quantas vezes a gente já não ouviu: ah, o Barcelona ganhou a Champions então Messi vai ser o melhor. Ou, se o Real for campeão do mundo Cristiano Ronaldo será o 'The Best'. O que levou Modric a entrar na lista tríplice e acabar levando o prêmio em 2018 a não ser a surpreendente campanha da Croácia com o vice-campeonato no Mundial da Rússia?


Tudo bem, consideremos que Messi e CR7 sejam, como fora de série que são, peças fundamentais nas campanhas de seus times. E que se possa dizer o mesmo de Modric na seleção croata. Mas esse, afinal, não deveria ser um fator fundamental na escolha do melhor do ano da Fifa. Até que ponto conquistas coletivas podem ser atribuídas a méritos individuais de um ou de outro personagem?

Se o PSG, derrotado pelo Bayern de Munique na final da Champions League tivesse vencido aquele jogo, certamente Neymar e não Lewandowski estaria agora disputando o título de melhor do mundo. Alguém tem alguma dúvida disso? E, seja para Neymar ou para o polonês, não é aceitável que o resultado de uma partida, por mais importante que seja, decida a escolha, deixando todo o resto do ano em segundo plano.


Foi injusta a não indicação de Neymar na lista tríplice anunciada essa semana. Assim como injusto foi o belga De Bruyne também ter ficado de fora. Ao lado de Lewandowski eles deveriam estar disputando o título desse ano. Mas, ao que parece, só havia uma vaga. As outras duas são para atender à popularidade de CR7 e Messi, alimentada pelo interesse da Fifa em fazer dessa rivalidade entre o português e o argentino um filão de marketing a ser explorado até o último bagaço.

Foi isso que sustentou esse ano a indicação da dupla, 11 vezes alçada ao topo no mundo da bola - Messi ainda vence por 6 a 5. Para eles nem a falta de resultados ou uma eventual má fase são capazes de influenciar na eleição. São dois pesos e duas medidas.

Sejamos objetivos. O que fez Messi nessa temporada? O hermano esteve longe, muito longe dos seus melhores momentos. A novela de sua permanência no Barça, a crise por que passa o clube catalão parecem ter afetado diretamente o seu futebol. Talvez seu gesto mais marcante nos últimos tempos tenha sido a homenagem a Maradona, exibindo a camisa do Newell's Old Boys no jogo contra o Osasuna pela Liga espanhola.

De CR7, apesar de uma temporada de rara incidência de lesões, ainda se pode dizer um pouco mais. Depois de um começo instável firmou-se como líder na Juventus. A ter-se de escolher entre um e outro, certamente seria o gajo o candidato a 'The Best'.

A partir desse cenário, com Neymar e De Bruyne fora, a eleição de Lewandowski seria o desfecho natural da premiação da Fifa. Seria, que fique claro. Pois nunca se sabe, e não faltam provas disso, o que o colégio eleitoral futebolístico e as manobras da cartolagem podem aprontar no final da história.

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