Lenda do futebol holandês critica ideia de igualdade salarial no futebol feminino e masculino: ‘É ridículo’

Atual treinador do Atlanta United, Frank De Boer justificou que os salários não podem ser iguais por conta das rendas e publicidades distintas que cada modalidade rende

Frank de Boer não resistiu a quatro derrotas seguidas no início do Campeonato Inglês e foi demitido pelo Crystal Palace
Frank De Boer é o terceiro jogador que mais jogou com a camisa da Holanda (Foto: Paul Ellis / AFP)

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O ex-jogador e atual treinador do Atlanta United, Frank De Boer, terceiro atleta que mais jogou com a camisa da seleção da Holanda, ressaltou que as jogadoras não devem ganhar o mesmo que os jogadores, pelo fato de que a receita e a publicidade do futebol feminino é inferior ao futebol masculino.

- É ridículo. Se 500 milhões de pessoas assistem à final da Copa do Mundo e 100 milhões à final da Copa feminina, existe uma diferença. Por isso não é a mesma coisa - disse o holandês, que pontuou que as mulheres devem receber o que merecem:

- Claro que as mulheres devem receber o que merecem, não menos do que isso, mas aquilo que merecem. Se (o futebol feminino) for tão popular como o masculino devem receber a mesma coisa, pois as receitas e a publicidade irão ao encontro disso. Mas, na realidade, não é isso que acontece. Então, porque devem receber o mesmo? É ridículo, não consigo entender - pontuou De Boer ao 'The Guardian'.

De Boer ressaltou que fora do esporte, a igualdade no salário deve acontecer, principalmente em posições de chefia, pois não depende tanto do físico, mas da parte mental.

- Tudo começou porque as mulheres não estavam sendo remuneradas como deviam, especialmente em posições de chefia. Aí elas devem ganhar o mesmo que os homens. Em uma posição de chefia num banco, por exemplo, o salário tem que ser igual, pois não depende do físico. Porque ganham menos se fazem um trabalho igual ao dos homens? Tudo isso transpirou um pouco para o mundo do esporte, no tênis, no futebol... Mas acho que existe uma diferença - finalizou.

DESIGUALDADE
Nos Estados Unidos, local em que o futebol feminino tem bastante força e onde De Boer trabalha, a explicação dada pelo treinador não se aplica. Lá, o futebol feminino tem uma receita superior ao masculino, de acordo com uma auditoria feita pelo 'WSJ'. Mesmo assim, as jogadoras recebem menos. Uma atleta recebe um salário mínimo de 16,5 mil dólares (R$ 62 mil), enquanto os homens recebem em média 70 mil dólares (R$ 262 mil), quatro vezes mais, segundo levantamento do 'El País'.

A seleção feminina dos EUA também tem rendimento melhor em campo e já conquistaram quatro Copas do Mundo e quatro medalhas de ouro em Olimpíadas. Enquanto a masculina nunca venceu a Copa do Mundo e tem duas medalhas olímpicas (prata e bronze).

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