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Marcada por polêmica, Ingrid abre o jogo: ‘espalharam mentiras, porque eu sou uma mulher que faz sexo’

Brasileira ficou conhecida após se tornar público o fato dela ter tido relações sexuais com o outro atleta no Parque Olímpico do Rio. Ela conta sua versão da história

Foto de Ingrid no Pan de Toronto foi uma das polêmicas envolvendo a atleta (Foto: Reprodução)
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A atleta dos Saltos Ornamentais Ingrid Oliveira, de 22 anos, ficou conhecida em 2015 após conquistar uma medalha de prata no Pan-Americano de Toronto, na plataforma de 10 metros. Nessa mesma competição, a primeira polêmica envolvendo a atleta: Uma foto onde aparece de biquíni, sentada na plataforma foi o suficiente para a conquista da jovem ser colocada em segundo plano.

Mas a maior polêmica estaria por vir na  Olimpíada do Rio, em 2016, quando se tornou público que a atleta teve relações sexuais com Pedro Gonçalves, da Canoagem. Agora, a atleta brasileira resolveu contar sua versão dos fatos, fala que sofreu machismo e se diz injustiçada. O relato da atleta foi publicado pelo 'Uol Esporte'.

- Eu fui detonada pelo mundo inteiro. Eu fui assediada. Recebi pornografia. Recebi proposta para fazer programa - sexual, não de televisão. Eu perdi trabalhos. Fui atacada por jornais do mundo inteiro. Na Wikipedia, eu fui definida como a 'A menina que fez salto com vara'. Uma parada muito bizarra. Criaram uma história e repostaram, repostaram e repostaram. Colocaram rótulos, espalharam mentiras, escreveram histórias que não vivi. Tudo porque eu sou uma mulher que faz sexo, afirmou.

Ingrid posa de biquíni na praia. (Foto: Gabriel Molon)

VERDADES, SEGUNDO INGRID
A atleta admitiu o envolvimento com o atleta da canoagem, mas afirmou que ela foi julgada pelo fato do seu caso ter se tornado público, pois o envolvimento entre atletas é prática comum dentro da Vila Olímpica.

- A única verdade é que eu levei o Pedro para o meu quarto. Mas não foi na véspera da minha competição, nem da competição dele. Ele não passou a noite comigo. Eu não expulsei ninguém do quarto. Colocaram de uma forma que pareço uma desmiolada. As pessoas não sabem, mas nas Olimpíadas isso é normal. Vocês devem ter visto o número de camisinhas que eles distribuíram na Vila. Tinha no refeitório e em todos os lugares. Era para quê? Para fazer balão e sair voando? - ironizou.

TRAUMAS APÓS DIVULGAÇÃO DO CASO
Ingrid contou ainda o momento que descobriu que o fato seria noticiado na mídia mundial e como aquilo abalou seu psicológico em meio a competição.

- O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) nos chamou: 'vai sair no jornal amanhã'. Eu não dormi. Acordei às 5h, li a matéria e chorei para caramba. Em poucas horas, já tinha saído em todos os lugares do mundo. Alemanha, França, Portugal. Meu Instagram passou de 90 mil para 250 mil seguidores. Um bando de gente me xingando, me xingando, me xingando. Eu ia apagando um comentário por um - lamentou.

- Nesse dia, eu chorei o treino todo, não conseguia fazer nada. Chegava no treino, chorava. Minha técnica mandava eu me concentrar. Fiz a série toda e nem me lembro como. Só chorava e pensava nisso. À noite, minha sensação era de que eu tinha perdido toda a água do corpo. Devo ter perdido 15 litros em lágrimas, concluiu.

Ingrid, durante as Olimpíadas do Rio (Foto: Vitor Silva/SSPress)

VERGONHA DE SAIR NA RUA
A atleta conta que ficou traumatizada e com vergonha de andar em público.

-  Tinha vergonha de andar na Vila Olímpica. Se alguém me olhasse, eu já pensava: "Ferrou, tá me julgando, tá me julgando". Foram dias horríveis. Eu não saía mais para tomar café da manhã. O que eu fiz foi errado e eu tenho consciência disso. Eu me torturei muito: "Eu tô errada, eu tô errada"... Mas, aos poucos, fui percebendo que o tratamento dado a mim não era justo. A imprensa fez um estardalhaço. A história foi totalmente distorcida. Eu queria contar a minha verdade, mas a minha técnica falava: "Não é o momento" - disse.

Reprodução/Instagram

MACHISMO E OFENSAS
A atleta afirmou ainda que sofreu machismo e recebeu, inclusive, convites para se prostituir. Já Pedro, por ser homem, foi elogiado por ter tido relações sexuais com Ingrid.

- No meu Instagram, além de estarem me xingando muito, escreveram coisas nojentas. Sem contar uma porrada de nudes que me mandavam por direct. Teve até um que perguntou: "Quanto você cobra pra fazer sexo comigo?". Ai que ódio. Eu entrava no Instagram do Pedro e não tinha xingamento. Era: "parabéns, você é o fodão". Saiu uma foto no jornal em que está a cara dele com uma medalha de ouro e a minha foto dentro. O pior comentário que eu via era 'sem foco'. Sem foco!? Nem um "vadio". Nem um "puto", lamentou.

DE OLHO EM TÓQUIO 2020
Ingrid atualmente treina no Fluminense e se prepara para as competições do ano e para a Olimpíada de Tóquio, em 2020. Ela sonha com uma medalha olímpica.

- Eu sonho com uma medalha olímpica. Eu gostaria do ouro, mas tenho os pés no chão. Nas chinesas tem que jogar urucubaca. Não tem como, gente. Elas não erram. A minha expectativa é de brigar numa final. Eu, com esse salto ajustado, tenho tudo para brigar por uma medalha.

Ingrid com a camisa do seu clube, o Fluminense. (Foto: Davi Fernandes/Lancepress)