Pedro, salários, patrocínios… os 100 dias da nova gestão do Fluminense

O presidente Mário Bittencourt e o vice geral Celso Barros fizeram um balanço dos cem primeiros dias à frente do Tricolor. Qestão financeira segue sendo o principal obstáculo

Coletiva Mário Bittencourt
Mário Bittencourt fez um balanço dos cem primeiros dias de gestão no Flu (Foto: Lucas Merçon/Fluminense)

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O presidente, Mário Bittencourt, e o vice geral, Celso Barros, fizeram uma apresentação sobre tudo que foi feito nos primeiros 100 dias da gestão no Fluminense. A questão financeira segue sendo o principal obstáculo, porém apesar de todas as dificuldades, o clube consegue caminhar.

O mandatário tricolor começou explicando o andamento jurídico, buscando acordos e desbloqueios financeiros. Na primeira pauta, Mário Bittencourt afirmou que a gestão conseguiu celebrar 15 acordos, gerando uma economia de um pouco mais de R$ 500 mil. Nesse período, o clube levantou judicialmente R$ 3.620.030,01.

A diretoria destacou que no período de três meses, quitou quatro folhas salariais, reduziu os custos operacionais em R$ 1,5 milhão e ainda conseguiu recuperar e captar valores, que somados chegam a R$ 8,4 milhões. No entanto, a venda de Pedro foi a grande alívio financeiro nos primeiros 100 dias, porém o valor corre o risco de não chegar integralmente ao clube.

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Venda da joia

O atacante Pedro foi assunto mais debatido e o mais importante nos 100 dias da nova gestão do Fluminense. A venda, que era inevitável, se confirmou no último dia de janeral. O jogador foi negociado com a Fiorentina, da Itália e Mário explicou como foi a transação.

- O mercado se mostrou diferente após a lesão dele. Para os valores de mercado, consideramos que foi uma venda muito boa. A maior proposta foi da Fiorentina. Queríamos no mínimo, 8 milhões de euros. Eles ofereceram 10, mas depois chegaram aos 11, para suprir a necessidade do Artsul. Vendemos 80% dos direitos econômicos e temos direito a 20% (10% pertencem ao Artsul), em uma futura negociação.

Mário Bittencourt afirmou que o dinheiro corre o risco de não chegar integralmente aos cofres do Fluminense. Vale lembrar que o clube tem uma dívida com a empresa que intermediou a saída de Gerson para a Roma. Como informado pelo LANCE!, o presidente confirmou que tem uma audiência de conciliação para se tentar um acordo, que não vai ser de graça ao Tricolor

- Falar em dívida, temos uma com o percentual do Gerson. Temos uma audiência onde perderemos um pedaço do dinheiro do Pedro.

Patrocinadores e novo fornecedor de material esportivo

Desde que assumiu o Fluminense, a nova gestão conseguiu dois patrocinadores. A Kashbet, até o fim do ano, e o Azeite Royal, parceria firmada até dezembro de 2020. O tão sonhado patrocinador master até o momento não saiu. No entanto, isso não causa preocupação ao presidente Mário Bittencourt, que pretende não banalizar o uniforme do clube.

- O uniforme se divide em propriedades e existe um parâmetro de quanto custa cada local. Nós não podemos entregar por um valor muito abaixo, seria desleal com as empresas que já são parceiras. Entramos no meio do ano e as empresas se programam para investimentos em janeiro. Os valores oferecidos são baixos. Criamos um modelo de valorização do clube. Não adianta vender o espaço por jogo, porque isso mostra que estou vendendo por qualquer valor - finalizou Mário, que foi endossado por Celso Barros.

- Momento de crise do país dificulta para fechar patrocínios. A torcida precisa acreditar e ser sócio do clube para ajudar nessa questão financeira.

Além de patrocínios, o Fluminense se movimenta para ter um novo fornecedor de material esportivo, tendo em vista que a Under Armour, não vai permanecer no futebol brasileiro, dando ao clube autorização para abrir negociações. A previsão é de que em março do ano que vem, o Tricolor esteja de roupa nova.

Herança maldita

Além de apresentar o que foi feito nos primeiros 100 dias, coube a Mário Bittencourt explicar algumas situações de gestões passadas. A primeira, as demissões por WhatsApp feitas pelo clube, no fim de 2017, quando Pedro Abad era o presidente. Na ocasião, Diego Cavalieri, Henrique e Marquinho deixaram o Tricolor, criando uma enorme dívida. O mandatário afirmou que o montante gira em torno de R$ 80 milhões.

- A gente já tomou uma das penhoras do processo do Marquinho. Quando parcelamos a dívida, os juízes colocam uma multa de 60% ou 70% sobre o valor pendente. Hoje, essa dívida gira em torno de R$ 80 milhões. Estamos tentando negociar e parcelar essas dívidas com os atletas. O que a gente está tentando é reduzir o que tem hoje e pagar um bom pedaço.

A outra questão foi o projeto do Fluminense com o Samorín, equipe da Eslováquia, que recebeu alguns jogadores da base tricolor. Mário Bittencourt revelou que foi notificado de uma dívida de 2,5 milhões de euros (cerca de R$ 11,3 milhões). Segundo o presidente, o clube eslovaco afirmou que o Fluminense ajudaria a construir o estádio e cogita ir à Fifa em busca do dinheiro.

- Fomos notificados por eles. Respondi dizendo que não conhecia a dívida e que eles me respondessem explicando de onde surgiu esse valor. Eles falaram que viria de aportes que o Fluminense faria lá por contrato e não fez e um dos aportes era construir o estádio do Samorin. Caso a dívida de fato exista, ofereci um acordo de percentual de atletas que jogaram lá. Eles não aceitaram e cogitaram ir na FIFA contra o Fluminense.

Mário Bittencourt afirmou ainda que está em contato com um antigo dirigente do Fluminense. Para o presidente, caso seja confirmada a dívida, daria para pagar três folhas salariais.

- Eu os notifiquei pedindo uma prestação de contas sobre tudo o que o Fluminense investiu e todas as contrapartidas que eles nos deram. No entanto, quem cuidava disso era uma pessoa daqui do Fluminense. Agora estamos enviando emails, comunicados a quem representava o Fluminense lá, para que a gente possa saber se a gente deve ou não. É surpreendente um clube da nossa magnitude faça uma parceria com um clube desconhecido, em um lugar tão longe e ainda tenha essa dívida. Esse valor pagaria três folhas nossas de salário. Ao confirmar, vamos pagar.

Outros tópicos da entrevista:

Certidões Negativas de Débitos
- Está havendo um trabalho interno para encontrar o valor real para se pagar. As informações que chegaram da gestão anterior são truncadas. Para se resolver o problema e emitir uma guia e pagar, porém falta o dinheiro para isso. A gente precisa desses certidões para conseguir dar início aos projetos incentivados, como nos Esportes Olímpicos e em melhorias na estrutura.

Profut

- Conseguimos pagar para nos manter dentro do projeto, exceto para o Profut do FGTS. Entramos com um recurso, seguimos pagando e temos boas chances de retornar.

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