Apatia fora de casa do Fluminense faz retrospecto de Odair voltar à tona

Sob o comando do Internacional, treinador teve desempenho irregular quando o time jogava como visitante. Jornalistas de Porto Alegre confirmam críticas sobre esse aspecto

Fluminense x Boavista - Odair
Odair Hellmann foi bastante criticado por eliminação do Tricolor na Sul-Americana (Foto: Lucas Merçon/Fluminense)

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A eliminação precoce na Copa Sul-Americana evidenciou um dado que acompanha a curta carreira de Odair Hellmann. Nos tempos de Internacional, o treinador sofria críticas pelo mal desempenho do time fora de casa, situação que se repetiu no primeiro compromisso importante do Fluminense como visitante sob o comando do treinador.

Em números absolutos, contando todas as competições, o Internacional de Odair Hellmann teve um retrospecto irregular atuando longe do Beira-Rio. Em 62 jogos, venceu 21, empatou 17 e perdeu 24, marcando 55 gols e sofrendo 61. No entanto, o Colorado conquistou mais vitórias do que derrotas como visitante na Libertadores de 2019.

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Na principal competição do continente, perdeu apenas para o Flamengo, no Maracanã, pelas quartas de final. Antes tinha vencido fora de casa o Palestino (CHI), Alianza Lima (PER) e Nacional (URU), além de ter empatado com o River Plate no Monumental de Núñez. Já na Copa do Brasil de 2019, o Internacional chegou até a final, mas perdeu o título para o Athletico, perdendo os dois jogos. Fora de casa venceu o Cruzeiro e perdeu para o Palmeiras.

A atuação apática contra o Unión La Calera, no Chile, fez com que o placar ficasse no 0 a 0, ocasionando a queda do Tricolor da competição continental. Na quarta-feira, o Fluminense joga novamente longe do Maracanã, diante do Moto Club, no Castelão, no Maranhão, pela estreia na Copa do Brasil, ligando portanto o sinal de alerta.

OPINIÃO DOS ESPECIALISTAS

Além dos números, o rendimento dentro de campo fora de casa mudava bastante em relação ao desempenho no Beira-Rio. O repórter Paulo Nunes, da Rádio GRENAL, relembrou que mesmo repetindo a escalação, o time não conseguia se impor longe de Porto Alegre.

- Nos jogos fora de casa ele era muito contestado porque o Internacional despencava em termos de aproveitamento. O Colorado do Odair tinha um ótimo aproveitamento no Beira-Rio, cerca de 80%, e como visitante caia quase pela metade, indo para 35, 40%. Dentro de casa o Inter criava muitas oportunidades, conquistando boas vitórias e bons placares. Fora de casa era um time muito reativo, tendo a mesma escalação. Sofria muito para conseguir as vitórias ou os resultados que precisava.

Na avaliação de Paulo Nunes, o desempenho como visitante foi determinante para a demissão de Odair Hellmann, que chegou a ficar quase um ano sem vencer fora de casa pelo Campeonato Brasileiro.

- Em 2018, ano que terminou na terceira colocação no Brasileiro, o time conseguiu apenas cinco vitórias como visitante, uma no returno. Portanto, contando com 2019, o Internacional ficou quase um ano sem vencer fora de casa. O jogo culminante para a demissão, foi um jogo fora de casa contra o CSA, no qual o Inter perde. Os resultados, o rendimento do Inter como visitante foi o que acabou pesando para a demissão de Odair Hellmann.

O LANCE! também conversou com Luciano Coimbra, comunicador da Rádio GRENAL, que opinou sobre o tema. Para o jornalista, não se tratava de medo, mas sim de maior cautela por parte do treinador quando os jogos eram fora do Beira-Rio.

- Não sei se medo é a palavra certa, mas ele jogava com muito mais cautela do que se tivesse jogando no Beira-Rio. Isso era um fato. O time dele era mais marcador, priorizava ficar sem a bola, diferente do que acontecia no Beira-Rio, onde buscava mais o jogo. Essa era a diferença principal. Mesmo que o time dele fosse reativo, de esperar e ser atacado, de sofrer nas partidas, dentro de casa ele buscava atacar.

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