Ainda sem data para volta, Flamengo fará testes em jogadores e familiares

O Dr. Márcio Tannure, em entrevista à FlaTV, detalhou os procedimentos que serão adotados pelo clube no retorno das atividades - o qual ainda não tem data para acontecer

Márcio Tannure, chefe do departamento médico do Flamengo, foi alvo de críticas
O Dr. Márcio Tannure, chefe do departamento médico do Flamengo (Foto: Gilvan de Souza/ Flamengo)

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Em entrevista ao canal do Flamengo, o Dr. Márcio Tannure deu detalhes de como será o retorno das atividades do elenco profissional após a paralisação por conta do coronavírus. O médico, que faz parte das comissões da CBF e Ferj, explicou que ainda não há data para a volta dos treinos acontecer, apesar das férias do time se encerrarem nesta quinta-feira, mas, quando isso acontecer, todos jogadores, membros da comissão técnica e familiares serão testados.

- O término das férias não é sinônimo de retorno das atividades. Não tenho a menor dúvida de que, quando essa data chegar, só vamos voltar passando por todos protocolos médicos que elaboramos. Todos serão testados e após esse primeiro teste, por um período, serão retestados para que a gente não tenha a janela imunológica, como dizemos. Vão passar por todos procedimentos. Serão testados e avaliados. Não só os jogadores. Todos da comissão técnica, todos familiares envolvidos. Não adianta simplesmente testar o jogador e ter alguém contaminado na casa dele - afirmou o Dr. Tannure, antes de complementar:

- Após isso, vamos conseguir dividir os grupos, com a sorologia positiva, para saber quem é ou não é imune até que a gente tenha uma população considerada imunizada, que já teve contato e tem anticorpos contra isso.

O chefe do departamento médico do Flamengo ainda comentou sobre o processo de criação do protocolo de segurança, o qual ele fez parte ao lado de médicos do Vasco, Botafogo, Avaí, Ponte Preta, Atlético-MG e Seleção Brasileira, além de médicos da Ferj, da CBF e de consultorias com dois infectologistas.

- Foi criado uma comissão especial para discutir o caso da Covid-19, quais são as melhores práticas, criar os protocolos necessários para voltarmos com segurança. Criamos o protocolo com cuidado higiênico muito rígido. Conversamos com vários infectologistas, órgãos de saúde, trocamos ideias com médicos de outras ligas. Teremos cuidados de distanciamento, equipamento, acompanhamento de exames e clínico de jogadores, funcionários e familiares.

Confira outras respostas do Dr. Márcio Tannure à FlaTV, nesta quarta-feira:

Acompanhamento do retorno de outros clubes aos treinos
Como eles começaram antes (a quarentena), estão retornando antes e já tem um conhecimento para dividir com a gente. Mesmo sabendo que a realidade daqui é completamente da Europa. Não posso seguir fielmente o que está sendo realizando na Alemanha, Inglaterra ou Itália. Mas trazemos essa informação, vemos o que foi feito, o que não foi feito, ver as nossa demandas e conseguimos criar o nosso protocolo. Foram trocas muito importantes. Conversei com muitos colegas da Espanha, da Itália. Tudo que estamos fazendo é baseado na ciência, em dados, em números.

Jorge Jesus
Converso muito com o Mister também. É um cara muito antenado. Ele também tem conversado com muitas pessoas. Tenho dividido muito com ele, gosta de participar de todos processos. A preocupação maior dele é pela segurança dos nossos atletas. Continuamos tocando e sabendo que é um aprendizado. É algo novo.

Previsão de retorno das atividades
Não temos previsão. Isso não depende de mim. O Flamengo, através da diretoria, da presidência, me exigiu que eu debruçasse e trouxesse as melhores práticas e que estejamos preparados. A preocupação da diretoria é que, quando o momento chegar, estejamos preparados para ofertar o melhor de segurança e possibilidades. O risco existirá, o que queremos é minimizar. Não sabemos quando. É uma imprevisibilidade, mas o mais importante é que estaremos prontos.

Retorno dos jogos e presença da torcida
É cedo para falar. Estamos falando sobre retorno aos treinos, em pequenos grupos, como uma experiência, sobre como implementar as melhores práticas. Isso nos dará a segurança e o entendimento até que chegará o momento em que se discutirá, primeiro, a possibilidade de jogos. Depois essa questão de portões fechados. Essa possibilidade do retorno de portões fechados é muito grande. Se isso vai ser até o fim do ano, não posso afirmar. Espero que não. Participei de alguns sem público e, realmente, é algo muito diferente. É esquisito. O mais importante é a saúde, a segurança das pessoas e amenizar esse contágio.

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