Luiz Gomes: ‘Desfalques’

Sem Arrascaeta e Filipe Luís, Jorge Jesus deverá fazer experiências no time titular do Flamengo nos próximos jogos. Técnico deve testar opções pensando na Libertadores

Jorge Jesus
Jorge Jesus terá que achar soluções nos próximos jogos (Foto: Celso Pupo/Fotoarena/Lancepress!)

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Um dos argumentos de que Renato Portaluppi lançou mão para justificar o apagão sofrido pelo Grêmio, especialmente no primeiro tempo do jogo de quarta-feira contra o Flamengo foi o desfalque de quatro titulares de seu time: Geromel, Felipe Vizeu, Jean Pyerre e Leonardo, além de Maicon, que entrou apenas nos 15 minutos finais, tendo participação decisiva no gol de empate. O técnico lembrou que terá agora tempo de recuperar alguns deles e que, na partida de volta, no Maracanã, dia 23, o script poderá ser bem diferente.

Menos de 24 horas depois do confronto na arena gremista, o torcedor rubro-negro recebeu a notícia da grave contusão de Arrascaeta que, operado para corrigir uma lesão no menisco do joelho esquerdo ficará longe dos campos por pelo menos um mês. Ou seja, estará fora da decisão de quem será o representante brasileiro na grande final da Libertadores, em novembro, em Santiago.

Arrascaeta não foi a única baixa do técnico Jorge Jesus: Filipe Luís, com entorse no joelho direito, será desfalque nos próximos jogos do rubro-negro e seu aproveitamento também não é garantido no confronto contra o Tricolor gaúcho. Um cenário que inverte a situação do jogo de ida, deixando, ao menos no quesito "titulares à disposição" o time carioca em desvantagem.

Substituir Arrascaeta não é tarefa das mais fáceis. O uruguaio tem sido, mesmo em um elenco estrelado como o do Flamengo, importante diferencial, dando estabilidade ao meio-campo e se constituindo um dos principais garçons para a dupla Gabigol-Bruno Henrique disparar na artilharia. Um papel fundamental na boa fase que o time vive. Mas Jesus tem tempo para decidir e preparar o substituto, dirão alguns. Afinal, ainda faltam mais de 15 dias para o “jogo do ano”.

É uma meia verdade. De fato, o Flamengo tem cinco jogos no Brasileirão antes de voltar à Libertadores. Enfrentar o lanterna Chapecoense, neste domingo, Atlético-MG, Athletico, Fortaleza e Fluminense nas próximas rodadas seria um vasto laboratório para o Mister testar alternativas, as diferentes composições de que dispõe para armar o seu time. Mas apenas seria, é isso mesmo.

Com as injustificadas - e diante das circunstâncias, ainda mais penosas convocações de Gabigol e Rodrigo Caio para os insignificantes amistosos da seleção de Tite, e com Reinier já à disposição da CBF para disputar o Mundial Sub-17, a proposta de testar o time no Brasileirão para pegar o Grêmio depois fica prejudicada logo de saída.

Reinier era uma das opções para substituir Arrascaeta. Talvez, apesar da pouca idade, da inexperiência, a que menos mexeria no time, seria uma troca simples de um pelo outro. Mas está naturalmente descartada. Sobram o paraguaio Piris Da Motta, o colombiano Berrío e Vitinho, já que Diego, com quem Arrascaeta chegou a disputar diretamente a posição nos tempos de Abel Braga, continua sem condições de jogo, em recuperação da grave lesão sofrida.

Piris Da Motta seria a escolha mais cautelosa, aproveitando-se até da vantagem de poder empatar sem gols. Nessa formação, Willian Arão atuaria como segundo volante, liberando Gerson para fazer as funções de Arrascaeta. Mas sem descuidar-se da marcação. Já com Berrío, pela direita, ou Vitinho, pela esquerda, quem faria o papel do uruguaio seria o capitão Everton Ribeiro. Embora mantendo a ofensividade do time, a entrada de um dos dois atacantes, pelas limitações de ambos, poderia reduzir a constante movimentação e a troca de posições que caracterizam hoje o diferenciado esquema de jogo rubro-negro e têm sido fundamentais para chegar aos resultados recentes com a impressionante sequência de vitórias.

Tudo isso não passa de mera especulação, na verdade. A cabeça de Jorge Jesus, em pouco mais de três meses no Ninho do Urubu, já revelou-se surpreendente, seja para o bem ou para o mal. Coelhos que o português tirou da cartola já deram certo, como a bem sucedida contratação de Pablo Marí, e naufragaram como a tentativa de escalar Rafinha no meio-de-campo, uma desastrada improvisação que custou a derrota do Fla para o Emelec na primeira fase da Libertadores. Nada impede, portanto, que já a partir do jogo deste domingo o Mister pense em algo bem distante do que parece ser mais óbvio. E pague para ver, sem medo do que virá.

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