Presidente do Cruzeiro: ‘Meta é sobreviver até a metade de 2021’

Sérgio Santos Rodrigues comentou a dura realidade da Raposa para conseguir se manter em funcionamento

Sérgio Santos Rodrigues jogou água na "fervura" do Cruzeiro após pedido do patrocinador para demitir Enderson Moreira
O presidente da Raposa detalhou as dificuldades do clube em se manter funcionando-(Gustavo Aleixo/Cruzeiro)

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Que a situação do Cruzeiro é grave, não é novidade para ninguém que acompanha o mundo da bola. E, até para quem segue menos o dia a dia dos clubes é sabido que o time mineiro está em situação complicada.

Porém, as surpresas negativas para o torcedor do Cruzeiro parecem não ter fim. Segundo o presidente do clube mineiro, Sérgio Santos Rodrigues, a dívida da Raposa já está na casa dos R$ 980 milhões. E esse passivo aumentou nos primeiros cinco meses de 2020, com um déficit já registrado de R$ 259 milhões. Esse cenário indica que o clube azul está tentando es manter em funcionamento.

-Hoje, nosso grande desafio é sobreviver ao semestre agora, a este segundo semestre e ao primeiro semestre do ano que vem, equalizando essas dívidas, e colocando as dívidas de acordo com nosso potencial de captação de receita-disse Sérgio durante sua live semanal nos canais oficiais da Raposa. Em seguida afirmou que a melhora das finanças e da vida esportiva do Cruzeiro passa pela volta à Série A em 2021.

- A gente assume o clube no dia 1º de junho, basicamente, com receita zero de patrocínio. A gente que criou e fechou até o final deste ano. Temos o ano que vem, que é o do centenário, que possibilita negociar em patamares maiores. Na Série A, vamos ter direitos de TV maiores, vamos ter essas propriedades digitais. Conversamos hoje com diversos fundos que vem apresentando soluções. A Selic (taxa), com esse patamar, está todo mundo tirando dinheiro de banco e procurando novas formas de poder monetizar-explicou.

Outra forma do clube se planejar financeiramente e conseguir novas receitas é com a venda de jovens valores da equipe, que foram citados por Sérgio.

- Nós temos potencial(para gerar receitas e crescer). Ainda mais com esses atletas jogando. Quando eu falo de um Claudinho, de 19 anos, Rafael Luis, de 18, Airton, de 21, Mauricio, de 19, Jadson de 19. Eu estou falando de meninos que tem categoria de base na seleção, com baita capacidade de venda. Eu acredito muito no potencial desses meninos como grande forma de ativo, que hoje a gente não tem como quantificar-disse o mandatário celeste, que comentou também sobre usar o patrimônio do clube para amortizar dívidas.

- Existe planejamento (de vender) imobiliário? Existe sim. A gente conseguiu a aprovação da venda da Campestre e acho que será necessário fazer, no futuro, de outros imóveis.

Sérgio Santos Rodrigues tenta manter o otimismo e vê o Cruzeiro viável, apesar de opiniões contrárias.

-Nós vamos fazer todas as medidas que forem necessárias para solucionar o Cruzeiro, e ele tem solução. Muitos falavam que o Cruzeiro tinha que acabar ou que era terra arrasada. A gente é uma marca muito grande e vamos fazer o Cruzeiro retomar o seu trilho-disse, para em seguida explicar como vem sendo feito acordos com questões trabalhistas e de outros credores.

- Hoje nós temos, não lembro de cabeça, R$ 130 a R$ 150 milhões como passivo trabalhista. Desses, só R$ 70 milhões são do Fred, mas não quer dizer que serei condenado a pagar isso. A gente recebeu o pessoal do Tribunal do Trabalho, e a gente caminha para o chamado "ato trabalhista", que a gente pega boa parte da dívida e coloca dentro do fluxo que será possível o Cruzeiro pagar. Na área fiscal, a mesma coisa. O Corinthians fez um acordo com o PGFN. Está no nosso radar. Com os credores privados, isso também temos feito a mesma coisa-concluiu.

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