Cruzeiro se livra de nova punição na FIFA em imbróglio envolvendo o atacante Rony e o Athletico-PR

O Albirex Niigata cobrava R$ 57,7 milhões do Cruzeiro e do Athletico-PR, além de punição aos clubes por uma suposta quebra de contrato

Rony - Palmeiras
Rony, hoje no Palmeiras, era do Cruzeiro quando foi emprestado aos japoneses, gerando toda a confusão jurídica-Divulgação/Palmeiras

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O Cruzeiro anunciou a absolvição em mais um processo na FIFA contra o clube nesta terça-feira, 30 de março.O Departamento Jurídico celeste conseguiu retirar o Cruzeiro de um importante e complexo processo na FIFA, que envolvia outros três clubes e o atleta Rony, atualmente jogador do Palmeiras, com passagem pela Raposa em 2016.

Em 2020, o Cruzeiro foi incluído como réu no processo perante o Tribunal Arbitral du Sport (TAS), no qual foi pedida uma indenização de USD 10 milhões (cerca de 57 milhões de reais) e a aplicação de sanções disciplinares que, no caso do clube, poderiam representar o banimento de registro de novos atletas - transfer ban - por até duas janelas de transferências.

Após meses de trabalhos aprofundados sobre o caso, foi realizada uma audiência internacional nos dias 18 e 19 deste mês, conduzida por um painel de três julgadores (um inglês, um italiano e um português). Após a análise dos profissionais do painel, o Cruzeiro foi comunicado na última semana sobre sua total absolvição no caso e não precisará pagar nenhum valor e muito menos terá que cumprir qualquer sanção.

-Esta foi mais uma grande vitória do nosso Departamento Jurídico, em um dos casos jurídicos mais relevantes em nível internacional para nós nos últimos meses. Esse processo se arrastava há algum tempo e estava cheio de pontas soltas. No entanto, com muito trabalho, dedicação e estudos minuciosos, os profissionais do nosso Jurídico conseguiram, com argumentos sólidos, mostrar que o Cruzeiro deveria ser absolvido. Ficam aqui nossos cumprimentos pelo belo trabalho exercido por toda a equipe- disse o presidente do clube, Sérgio Santos Rodrigues.

Entenda o caso

Rony pertencia ao Cruzeiro em 2016, mas foi emprestado ao Albirex Niigata, do Japão, a partir de dezembro daquele ano. No fim de 2016, o Albirex investiu R$ 4 milhões para ter o atacante por ano de empréstimo, incluindo uma cláusula de renovação por mais três anos. Segundo o Cruzeiro, o acordo foi feito dessa forma porque o clube do Japão estava com problemas tributários.

Porém, Rony acreditou que seu vínculo com os japoneses havia se encerrado no fim de 2017 e retornou ao Brasil, para jogar no Botafogo. O jogador foi envolvido na negociação que trouxe o volante Bruno Silva para a Toca da Raposa.

Só que o Albirex alegou que Rony ainda tinha mais três anos de contrato e melou a negociação entre Rony e Botafogo. Então, na metade de 2018, o Athletico-PR se interessou pelo atleta e pediu a liberação do ITC (Certificado de Transferência Internacional) junto ao time japonês, que se negou a liberar.

O imbróglio foi armado de vez, pois os representantes do jogador acionaram a Fifa e fizeram um novo protocolo pedindo a liberação de Rony com urgência, para que ele pudesse ser inscrito a tempo no Brasileirão de 2018. Daí, o clube japonês abriu um processo contra o Furacão, que acabou envolvendo o Cruzeiro, pedindo a indenização milionária.

O Athletico conseguiu a liberação da Fifa e registrou Rony em agosto de 2018, ainda para jogar o Brasileirão daquele ano. Em seguida, obteve a autorização da Fifa para mudar de time, até chegar ao Palmeiras, em 2020, quando deixou o time paranaense, se tornando um dos destaques do time paulista, sendo decisivo nas conquistas da Libertadores e Copa do Brasil.

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