Jair diz não ter sido avisado sobre Carille e faz planos no Corinthians

Após sua provável despedida, na derrota por 1 a 0 para o Grêmio, técnico afirmou que não foi procurado pela diretoria e planejou a próxima temporada à frente da equipe

Cruzeiro x Corinthians - Jair Ventura
Jair tem contrato com o Corinthians até dezembro de 2019 (Foto: Fernando Michel)

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Enquanto a diretoria do Corinthians trabalha para fechar a volta de Fábio Carille, Jair Ventura ainda faz planos para a próxima temporada. Em entrevista coletiva após a derrota para o Grêmio, em sua provável despedida do clube, Jair disse não ter sido avisado sobre as negociações com Carille e afirmou que segue trabalhando normalmente.

- Você sabe que a vida de treinador é sempre assim, principalmente quando os resultados não acontecem. Você olha um percentual, mas a gente não pode pegar só o percentual e falar disso. Temos que analisar as circunstâncias. Circunstâncias essas que quando nós chegamos, a maioria de vocês falou "você vai encarar uma situação como essa, de muitas mudanças, de várias perdas, de jogos decisivos?". Por falar em número, de 80 equipes que iniciaram a Copa do Brasil, só restaram duas. 78 foram eliminadas, conseguimos uma classificação para a final, fizemos bons jogos. Acabamos perdendo alguns, e jogos que você perde diminui o percentual, mesmo sendo em mata-mata. Então, de repente, dentro do que tudo aconteceu, não foi tão bom. Mas de repente foi o possível. Poderia ter sido melhor? Poderia. Mas também poderia ter sido pior. De repente conseguimos fazer o possível dentro de uma circunstância que era muito difícil. Acho que ficou claro para todo mundo que isso acaba sumindo um pouquinho quando chega no final do campeonato. Mas faria a mesma coisa. Você receber o convite do Corinthians, independentemente da circunstância que era muito difícil, não tinha como não aceitar - afirmou Jair.

- Lógico que a gente poderia ter ido melhor no Brasileiro. Muitos falaram em rebaixamento, eu fui incisivo e cobrado por essa situação que eu falei que não caía, e realmente não caiu. A gente sempre estava com uns quatro times acima da zona de rebaixamento. Por issso também a gente falava que não ia cair. Teriam que cinco times ultrapassar o Corinthians. Chegamos agora no final do campeonato, queríamos a classificação para a Libertadores, mas conseguimos uma classificação para a Sul-Americana. Lógico que é pouco para a grandeza do Corinthians, mas dentro de todas as circustâncias, nós conseguimos ir para a final da Copa do Brasil, conseguimos ser campeões paulista, eu falo "nós" porque me sinto parte do processo. E sobre minha permanência ou não, sigo trabalhando e fazendo o planejamento, tudo normal. Tenho até dezembro de 2019 contrato, e a decisão fica sempre da diretoria. Mas sigo trabalhando normalmente. Quando você tem contrato, você só vai ser avisado se não for seguir. Desde o momento que não tem a conversa de não seguir, você segue sua vida normalmente como funcionário do clube - completou o treinador, na longa resposta após ter sido perguntado sobre sua situação.

Jair ainda detalhou as "circunstâncias" citadas. O treinador foi contratado em setembro, antes do clássico contra o Palmeiras e da semifinal da Copa do Brasil diante do Flamengo. Sob seu comando, o Timão chegou à decisão da Copa do Brasil, mas perdeu para o Cruzeiro.

- Circunstâncias que quando eu cheguei toda a imprensa falava: de eu ter aceitado o convite em um momento delicado do clube, que vinha de muitas perdas, que vinha de desempenhos oscilando. Dentro dessas dificuldades de você pegar um trabalho em transição, a gente fez o que fez o possível. Foi o ideal? Não. É diferente ser bom e ser dentro do que foi possível. Mas dentro do possível, conseguimos uma final da Copa do Brasil, onde entrou mais de R$ 20 milhões na conta do clube, acho que qualquer clube fica feliz com essa situação. Oscilamos no Brasileiro, não estamos aqui para fugir dessa responsabilidade, e agora vamos fortes para 2019 - projetou o treinador, que ainda citou o planejamento de contratações.

- Sei de todo o processo, de todos os jogadores que vão, quem fica, que não fica. Mas já falei algumas vezes que vamos falar disso depois. Vamos sentar com a diretoria e explicar os jogadores que permanecem ou não - disse.

Embora Jair tenha falado sobre os planos para a próxima temporada, a tendência é de que ele seja demitido ainda neste ano. A expectativa no Corinthians é de que o acerto com Carille seja sacramentado nos próximos dias. Entre Timão e treinador já está praticamente tudo certo. No entanto, a multa rescisória com o Al Wehda (SAU) é de 700 mil dólares (cerca de R$ 2,7 milhões).

Em sua provável última entrevista coletiva. Jair também comentou sobre o desempenho do Corinthians na derrota por 1 a 0 para o Grêmio. Ele falou que teve "um bom papo" no intervalo e aprovou a melhora da equipe no segundo tempo, mas lamentou o fato de o Grêmio ter dominado e marcado na etapa inicial.

- Primeiro tempo total do Grêmio, a gente com uma postura bem abaixo. No intervalo, conseguimos de alguma maneira mudar isso. Tive um bom papo com eles, não gosto de revelar nossa intimidade, mas um bom papo dá para entender. Voltamos com uma postura diferente, fechamos com 65% de posse de bola. Inverteu: o Grêmio passou a ser o Corinthians e o Corinthians passou a ser o Grêmio. Fizemos um belo segundo tempo, mas em dois tempos distintos, acho que ficou claro isso, o Grêmio foi mais eficiente e o Grêmio conseguiu a vitória. Uma pena a gente ter oscilado dessa maneira tão drástica que nos custou uma vitória. A gente vinha conversando, foi uma das coisas que aconteceram de ter que levar o gol para começar a jogar, e aconteceu hoje. Nem sempre vai conseguir reverter a situação - afirmou Jair.

- Começamos o jogo com cinco meninos de 21 anos, muito jovens, e alguns da minha idade como o Danilo e o Sheik, que encerrou. Queria até desejar sucesso ao Emerson para sua carreira fora de campo. Que o Danilo possa ser campeão e feliz como sempre foi. Estamos buscando nomes, sabemos da necessidade de reposição. Não é nem reforços, porque perdemos muitos jogadores, o mercado vem muito forte com o time atual campeão. Estamos trabalhando, sabemos das dificuldades, mas também sabemos da necessidade para poder fazer um grande ano. Lembrando também que em 2008, exatamente há dez anos, o Corinthians perdeu uma final da Copa do Brasil e ganhou no ano seguinte. Pensamos em fazer ainda melhor ano que vem e conseguir o título como aconteceu há dez anos - acrescentou.

Apesar da derrota em Porto Alegre, o Corinthians ficou com uma vaga para a Copa Sul-Americana do ano que vem. O Timão terminou o Brasileiro em 13º lugar, com 44 pontos.

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