Rodrigo Santana, ex-Galo, minimiza trabalho de Jesus e Sampaoli e defende treinadores brasileiros

O ex-comandante do alvinegro rechaçou o valor dos estrangeiros que atuam no futebol brasileiro e desafiou os 'gringos' a terem sucesso com times que lutam contra a degola

Flamengo x Atlético-MG - Rodrigo Santana
Rodrigo saiu em defesa dos treinadores brasileiros e criticou o excesso de "badalação" em torno dos estrangeiros que atuam no país-(Bruno Cantini / Atlético)

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O ex-técnico do Atlético-MG, Rodrigo Santana, está sem clube no momento, mas virou manchete por declarações em defesa dos treinadores brasileiros e críticas aos estrangeiros, incluindo Jorge Jesus, multicampeão pelo Flamengo em 2019.

Santana foi duro nas palavras e questionou o suposto atraso metodológico dos técnicos brasileiros em relação aos “gringos”. O ex-comandante do Galo falou ao jornal “A Tribuna de Santos”, da cidade do litoral paulista, afirmando que qualquer treinador se daria bem no Flamengo pelo elenco que foi montado.

-Eu tenho certeza absoluta, assim como tenho convicção que qualquer treinador que pegasse o Flamengo iria bem. Não tiro o mérito do Jorge Jesus, que é bom para caramba. O time dele tem uma grande movimentação e você percebe que aquilo é fruto de treino. Existem falhas? É claro. A gente consegue observar, mas não está com o controle remoto para mudar aquilo de imediato. Nem sempre você tem no elenco os jogadores adequados para explorar as fragilidades apresentadas. Para parte da imprensa esportiva, o Jorge Jesus acabou com o mito de poupar jogadores que disputam várias competições- disse.

Rodrigo Santana fez questão de lembrar que quando comandou o Galo, venceu o Flamengo pelo Brasileiro, por 2 a 1 e desafiou um estrangeiro a pegar uma equipe em situação de luta contra o rebaixamento para avaliar o seu sucesso no Brasil.

-Dá uma equipe que caiu ou que brigou para não cair para um estrangeiro e veja se ele consegue fazer isso. Eles não vão fazer. Não estou tirando o mérito deles, que são muito bons, mas é evidente quando você tem no seu elenco jogadores com características ofensivas, agudas e que joga bonito, tudo se torna mais fácil. Eu peguei o Flamengo no Horto e ganhamos por 2 a 1 com um a menos desde o final do primeiro tempo. Ao comparar os times do Flamengo que jogaram contra o Galo, no segundo turno entraram o Felipe Luís, o Rafinha e mais um zagueiro. O Jorge Jesus ajeitou a linha defensiva do time, mas do meio de campo para a frente eram os mesmos jogadores. Hoje vários clubes têm treinadores portugueses, mas quantos brasileiros treinam em Portugal? Quase nenhum- comentou.

O treinador reforçou a defesa dos colegas nacionais citando que a melhor campanha da seleção portuguesa em uma Copa do Mundo foi com um brasileiro: Luiz Felipe Scolari, no Mundial de 2006. Um equívoco de dados de Rodrigo, pois Portugal já havia ficado entre os quatro melhores do mundo na Copa de 1966, na Inglaterra, com Otto Glória.

-Qual foi a melhor campanha de Portugal em uma Copa do Mundo? Com o Felipão. Os portugueses teorizaram a prática. A gente fala contra-ataque e eles, transição ofensiva. Os estudiosos do futebol que nascem agora, principalmente os treinadores mais novos, que falam bonitinho, estão colocando em prática. O problema é que o glamour em torno dos técnicos estrangeiros está muito grande agora- concluiu.

Rodrigo Santana foi demitido do Galo em outubro de 2019, tendo dirigido a equipe mineira em 41 jogos, com 18 vitórias, 6 empates e 16 derrotas. O treinador desde então não assumiu nenhum clube.

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