Suspensão de liminar faz Vasco correr para fechar o empréstimo

Decisão da desembargadora Márcia Alvarenga, suspendendo anulação da eleição até a juíza Maria Gonçalves se pronunciar, dá chance ao clube conseguir dinheiro e fechar o ano

Alexandre Campello em conversa com os jornalistas na noite desta sexta-feira. Confira a seguir a galeria especial L!
David Nascimento/LANCE!Press

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A suspensão da liminar pela desembargadora Márcia Ferreira Alvarenga na última quarta-feira, que havia sido proferida pela juíza Glória Heloíza Lima da Silva, anulando a última eleição do Vasco, até que a juíza Maria Cecília Pinto Gonçalves se pronuncie, foi vista por bons olhos pelos pares do presidente Alexandre Campello. Principalmente no que diz respeito ao empréstimo, que havia sido travado por conta de "insegurança jurídica", desfeita após o efeito suspensivo aplicado na anulação.

Este empréstimo, em um valor máximo de R$ 38 milhões, foi autorizado pelo Conselho Deliberativo do Vasco em segunda tentativa, após adiamento em primeira por explicações solicitadas por membros da oposição. O Vasco esperava fechar o empréstimo e pagar os salários atrasados - atualmente são dois meses -, além de garantir o fechamento de 2018 no lado financeiro cruz-maltino de maneira tranquila, nos primeiros dias deste mês. Mas a liminar, proferida no fim do mês passado, atrapalhou os planos.

No recurso do Vasco contra a anulação da eleição, o qual ainda não foi julgado o mérito, o clube usou a questão do empréstimo como o principal argumento para convencer o judiciário em conceder o efeito suspensivo - ponto não avaliado pela desembargadora, que justificou a suspensão da liminar pelo entendimento da conexão desta ação com a da urna 7, que corre na Justiça desde 2017. Na então liminar, a juíza determinava que os atos praticados até a nova eleição poderiam ser revistos pelos novos gestores, o que fez o clube perder as garantias para o empréstimo.

Nos bastidores, o Vasco já fechou o empréstimo com o Banco BMG. Desde horas após a suspensão liminar, o clube trabalha para reter novamente as garantias - junto ao Grupo Globo pelos direitos de transmissão até 2023 e também junto a Federação de Futebol do Estado dO Rio de Janeiro, totalizando duas operações financeiras. Ao todo, o Cruz-Maltino espera receber R$ 31 milhões, apesar deste número ainda não ter sido fechado pelos dirigentes. Estes detalhes são esperados para serem resolvidos nos próximos dias, com o dinheiro caindo na conta do Vasco até segunda-feira.

Há uma certa agilidade no trabalho em torno do empréstimo por parte do Vasco por conta de não existir certeza de quando a juíza Maria Cecília Pinto Gonçalves irá se pronunciar. Inclusive diante de quais condições que a magistrada, caso decida em anular toda a eleição do Vasco e não somente a urna 7, irá colocar em prática em sua sentença. Pelo fato de ela já ter reconhecido que houve fraude na urna 7, os envolvidos nos bastidores veem como certa a anulação, mas em condições diferentes, como a de não deixar em aberto a possibilidade de revisão de atos, assim como a própria magistrada decidiu na urna 7.

A decisão que suspendeu a liminar era esperada por Alexandre Campello. O presidente do Vasco trabalha com a possibilidade de na pior das hipóteses, ter uma nova eleição, mas não em dezembro como havia sido determinada pela última liminar e sim em fevereiro de 2019. Com isto, Campello entende que daria tempo para conseguir um patrocínio master para o Cruz-Maltino, fazer contratações de peso, começar o Campeonato Carioca e com isto, se candidatar novamente, sem sombra de críticas por falhas na administração. Este discurso, inclusive, foi apresentado pelo presidente a seus pares na última terça-feira.

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