Ramon, Maxi e muito mais que três pontos aliviam o Vasco na hora certa

Um tropeço poderia deixar equipe na zona de rebaixamento antes de sequência difícil, com problemas dentro e fora de campo. Vitória marca união do grupo e tira peso das costas

Vasco x Cruzeiro
Rafael Ribeiro/Vasco

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A segunda-feira do dia 15 de outubro provavelmente é uma das melhores deste ano para o torcedor vascaíno. Não por ter conquistado um título ou algo que ficará para história, longe disso. Mas a grande vitória em cima do Cruzeiro em São Januário tira um caminhão das costas da torcida. Mais que três pontos, o alívio do triunfo e a demonstração de reação era o que faltava ao time em um momento crucial que, sem exagero, poderia mudar o rumo do clube no cenário nacional. 

Problemas dentro e fora de campo assombram os vascaínos desde o primeiro dia do ano, ainda com brigas políticas e polêmicas internas. Nos últimos dias, principalmente, o clima ficou mais tenso. Protestos da torcida, decisões judiciais que anulariam as eleições e uma série de jogos ruins fizeram relembrar os últimos anos sombrios. O rebaixamento parecia uma realidade.

Mas, só por conta de uma vitória contra um time reserva, tudo muda? Sim. Futebol é dinâmico. E veio em hora perfeita. Não apenas pelos três pontos, que podem ser facilmente tirados em caso de novos tropeços contra rivais diretos - próximo jogo é contra o Sport na Ilha do Retiro. Mas pela postura e esperança que, agora sim, parece ter mudado. O futebol praticado não foi dos melhores e os gols saíram basicamente pela finesse de Maxi López. E precisamos falar dele.

Contratado como maior reforço no meio do ano, gerou algumas dúvidas tanto na imprensa como na própria torcida. Um atacante com 34 anos, desmotivado, fora de forma, vai fazer o que em um time desorganizado e pouco talentoso? O tiro, porém, foi certeiro. Não pelo rendimento dentro de campo, com a qualidade inegável já conhecida pelos tempos de Grêmio. Mas pela postura fora dele, talvez adquirida nos tempos de Barcelona e Milan ao lado de gênios do futebol. Sempre tranquilo, o argentino parece não sentir o peso do momento. Ou apenas finge que não, para tranquilizar os inexperientes do elenco vascaíno. Cobra os companheiros dentro de campo, demonstra raça e faz a torcida ter esperança. Fora de campo, posta fotos em redes sociais despretensiosas, como se nada estivesse acontecendo internamente no clube. É referência e tem tudo para virar ídolo. 

Assim como Ramon, que não chega perto do nível técnico do argentino, mas compensa no estilo brasileiro. As últimas partidas não foram boas, verdade. Porém, no momento de maior crise, chamou a responsabilidade por conhecer o Vasco. Foi quem deu a cara a bater nos protestos da torcida. E assumiu a braçadeira de capitão no lugar de Martin Silva. Neste domingo, deixou mais claro ainda sua liderança: pediu por conta própria para Valentim não tirar Fabrício, xingado pela torcida. Teve uma pequena parcela na vitória em campo, e uma gigante fora dele. Deu conselhos ao garoto Bruno Ritter, de 19 anos, que estreou numa fria e mostrou personalidade. E poderia muito bem ter 'abandonado o barco' quando virou reserva de Henrique há alguns meses.

Cada pequeno detalhe desta vitória contra o Cruzeiro tem que ser comemorado pelo vascaíno. Um novo tropeço poderia fazer o clube desandar. E um novo rebaixamento inviabilizaria o Vasco. A zona de rebaixamento ainda está bem próxima, numericamente falando. Mas o momento de união do time e torcida provavelmente é o melhor de 2018. Um ano sofrido, que não será lembrado de maneira positiva nem se vencer todos os jogos até dezembro. Mas que, se não fosse a tarde deste domingo, poderia terminar em tragédia. Se mantiver esta pegada nas próximas partidas, o ano que vem certamente será mais feliz para os torcedores. 

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