Empresa pede a prisão de Campello caso Vasco não pague dívida em 72h

Solicitação foi impetrada nesta sexta por advogados da 'Marcelo D Araújo Fornecimento de Alimentos'. Dívida chega a cerca de R$ 3,5 milhões. Prisão seria por desobediência judicial<br>

Alexandre Campello&nbsp; é o presidente do Vasco. Confira a seguir outras imagens na galeria especial do LANCE!
Campello tem enfrentado dificuldades para manter as contas do clube em dia (Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br)

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A empresa "Marcelo D Araújo Fornecimento de Alimentos" pediu, nesta sexta-feira, a prisão de Alexandre Campello, presidente do Vasco, por desobediência judicial, caso o clube não pague a totalidade de uma dívida que chega a R$ 3,5 milhões - na soma das causas -, em até 72h. O LANCE! teve acesso aos autos do processo, que corre na 34ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). O caso já está nas mãos do juiz da vara, que decidirá se acata ou não o pedido.

Há três processos desta empresa contra o Vasco em trâmite no TJRJ - e outros em que as partes são ré no Tribunal Regional do Trabalho da Primeira Região (TRT-1) em ações de ex-funcionários. O L! conversou com o advogado Gabriel Brasil, que assina a petição deste processo. Ele comentou sobre as tratativas com o Cruz-Maltino ao longo do tempo e o que levou ao pedido de prisão do representante legal do clube neste momento.

- Não houve nenhuma tratativa ou empenho do Vasco em honrar a dívida, pelo contrário, o processo tinha sido saneado por meio de acordo extrajudicial que o Vasco optou por parar de pagar para seguir uma linha de interpretação própria que fugia da lei e do que fora acordado entre as partes. Neste processo o Vasco alegou que estava exercendo seu direito de retenção previsto no acordo extrajudicial firmado entre as partes, que poderia ser utilizado caso o Vasco fosse compelido a pagar na esfera trabalhista a mesma valor abrangido pelo acordo - afirmou o advogado, seguindo com a explicação:

- Não foi o que aconteceu, o Vasco restou condenado na esfera trabalhista ao pagamento de funcionários e contratos que fugiam ao objeto do acordo e trouxe aos autos algumas ordens de penhora ao invés da efetiva prova de pagamento, o que já foi considerado pelo juízo como fundamental para afastar o pedido de retenção e determinar que a execução prosseguisse. Em uma dessas ordens de penhora, o juízo trabalhista determinou o depósito sob pena de prisão, afinal desobedecer comando judicial é um tipo penal no direito pátrio e foi justamente o que pedimos.

O advogado da empresa acrescentou ainda que a mesma não tem nenhum interesse na política do Vasco, querendo apenas que o clube honre com suas responsabilidades.

- Não temos qualquer interesse na política do clube ou em inviabilizar sua gestão, mas acreditamos que já passou da hora dos representantes de uma instituição tão querida e histórica no Brasil assumirem responsabilidades para com seus credores e respeitarem o Poder Judiciário e a autoridade de suas decisões. O Vasco deve ao nosso cliente, até o presente momento, cerca de R$ 3,5 milhões em processos ajuizados e R$ 300 mil em processos a ajuizar. O que seria facilmente quitado com as próximas receitas do clube caso houvesse empenho e interesse do mesmo em adimplir com suas obrigações - finalizou.

Procurado pela reportagem, o Cruz-Maltino afirmou que "O Vasco não se pronuncia sobre pedidos de advogados."

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