L! Espresso: ‘Um banner não trará a valorização do futebol feminino’
iniciativa da CBF em homenagear Marta com uma placa gigante em sua sede, ainda que válida, não serve para tapar o descaso da entidade com o futebol feminino no país <br>
A fachada da sede da CBF, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, amanheceu ontem com uma homenagem à Marta. Um enorme banner foi colocado para enaltecer a conquista do sexto prêmio da Fifa de melhor jogadora do mundo da última temporada, anunciado na semana passada. A conquista fez com que Marta se tornasse a única atleta seis vezes ganhadora do título, superando Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, ambos com cinco. Mas a iniciativa da CBF, ainda que válida, não serve para tapar o descaso da entidade com o futebol feminino. Marta é uma extraterrestre e todos os recordes e títulos alcançados são reflexos apenas de seu talento. Os problemas para o crescimento da modalidade ainda são evidentes: falta de estrutura adequada, poucos clubes profissionais em atividade, desinteresse de patrocinadores, pouca visibilidade na mídia e salários baixos. Na Seleção Brasileira, boa parte destas discrepâncias em relação aos homens se repetem sistematicamente. Com apenas nove meses no comando, a técnica Emily Lima foi demitida no ano passado após uma sequência de maus resultados e atritos com o coordenador de futebol da seleção feminina, Marco Aurélio Cunha. Para o seu lugar, trouxeram de volta Vadão, que pouco fez para evitar os fracassos na Copa do Mundo de 2015 e Olimpíada de 2016. Enquanto não mudar a mentalidade retrógrada, não é um banner que trará a valorização do futebol feminino. Pelo contexto atual, parece apenas uma forma de surfar no sucesso alheio.
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