Trabalho de Aguirre no São Paulo já tem primeiro fruto: variação tática

Contra o Rosario Central, a equipe utilizou três sistemas diferentes de jogo, com eficiência, inclusive, enquanto esteve com um a menos no empate sem gol na Argentina, nessa quinta

Em seu primeiro jogo como titular, Régis atuou em três funções diferentes
Em seu primeiro jogo como titular pelo clube, Régis atuou em três funções diferentes (Rubens Chiri/saopaulofc.net)

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São três jogos seguidos sem vitória, mas o 0 a 0 diante do Rosario Central, nessa quinta-feira, na Argentina, pela Copa Sul-Americana, deixou claro que o trabalho de Diego Aguirre no São Paulo já tem um avanço. O técnico, que estreou há pouco mais de um mês, impôs uma variação tática que fez o time ter três sistemas ao longo do jogo no Gigante de Arroyito, mantendo-se firme mesmo com a expulsão de Rodrigo Caio, aos 35 minutos do primeiro tempo.

O Tricolor iniciou a partida com a novidade que o técnico escolheu baseado até na predileção da torcida, com três zagueiros na defesa. Militão formava o trio à frente do goleiro Sidão, com Rodrigo Caio pela esquerda e Arboleda jogando de líbero, tudo para que Régis e Reinaldo estivessem completamente livres para atacar pelos lados.

Mas o Rosario Central conseguiu se encaixar à frente de Petros e Liziero, que seriam os responsáveis pela transição da bola até Nenê e Tréllez, no ataque. Nos 18 minutos iniciais, o time tinha Jucilei quase colado ao trio de defensores e os alas como autênticos laterais, em uma tentativa desgastante de conter a pressão dos donos da casa.

Aguirre já tinha dito que seu trunfo para usar o 3-5-2 era Militão. Caso o esquema desse errado, bastava pedir para o jogador de 20 anos de idade abrir cerca de 10 metros para a direita e virar lateral. Foi o que aconteceu com a saída de Reinaldo, machucado, aos 18 minutos. Liziero passou a atuar como lateral-esquerdo e Lucas Fernandes entrou, compondo o momento mais tranquilo do time na partida.

O Tricolor mostrou-se completamente à vontade no 4-1-4-1, com Régis, Petros, Nenê e Lucas Fernandes, exatamente nessa sequência da direita para a esquerda, na linha de armação, entre Jucilei, na cabeça de área, e Tréllez, no ataque. O São Paulo preenchia o meio-campo e deixava Jucilei pronto para dar o combate em quem passasse com a bola. Pelos lados, Militão e Liziero fecharam os corredores do Rosario.

Quando Rodrigo Caio foi expulso, aos 35 minutos, iniciou-se mais uma mudança tática que ficou completamente clara na volta da equipe do intervalo. Militão virou zagueiro de novo, com Régis na lateral. Mas a grande chave foi o posicionamento no 4-3-2, com um triângulo no meio-campo (sendo Jucilei a ponta mais recuada, Petros pela direita e Lucas Fernandes pela esquerda) que fechava os lados e dava combate no meio-campo para impor dificuldades e irritar os donos da casa, que pressionavam mais na vontade do que pelo sucesso ao tentar encontrar caminhos para o gol.

É importante ressaltar também como os jogadores se mostraram preocupados com o posicionamento. Nenê, Petros e Jucilei falaram com os colegas o tempo inteiro e, principalmente Nenê e Petros, dialogavam com Aguirre frequentemente. Essas conversas são fundamentais para uma equipe que deseja se arriscar a alterar esquemas táticos ao longo da partida, como deseja o técnico uruguaio no Tricolor.

Os resultados ainda custam a aparecer, já que são três derrotas, um empate e só duas vitórias do treinador no clube. Sendo que o último triunfo foi o 1 a 0 diante do Corinthians, em 25 de março, na ida da semifinal do Campeonato Paulista - depois disso, o time acumulou derrotas para Corinthians e Atlético-PR e o empate em Rosário. Mas em campo, ao menos, já se vê a evolução que tanto o técnico aponta. E não é mais apenas a postura firme da equipe.

Veja o 4-1-4-1 do São Paulo em seu melhor momento no jogo em Rosário:

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