Pratto pede desculpas à torcida e diz: ‘A tristeza é muito grande’

Centroavante do São Paulo vê problema de confiança dos jogadores após três eliminações consecutivas e põe vaga na Libertadores como meta mínima no Brasileirão

Pratto mais uma vez fez críticas à atuação do São Paulo contra o Defensa y Justicia
Bruno Grossi

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Dono das declarações mais lúcidas após a eliminação para o Defensa y Justicia (ARG) na última quinta-feira, Lucas Pratto mais uma vez representou o São Paulo diante das câmeras. Em um CT da Barra Funda dominado pelo silêncio e pelo baixo astral, o argentino voltou a pedir desculpas pela queda na Copa Sul-Americana e apontou os principais problemas do Tricolor.

- Peço desculpa por ter sido eliminado de novo. E depois falo que vamos tentar reverter a situação e que domingo vamos dar tudo para conseguir passos firmes e pequenos no Brasileiro. O mais importante é pedir desculpas. Eu acabei de chegar no CT, só troquei de roupa e vim aqui para a entrevista. O clima, como podem ver, não é bom, é de tristeza e frustração. Temos dois dias para mudar a cabeça - disse.


Esse tempo é o que resta antes da estreia no Campeonato Brasileiro, às 16h de domingo, contra o Cruzeiro, no Mineirão. O palco e o adversário são os mesmos daquele que é considerado o último grande jogo do São Paulo na temporada, quando venceu por 2 a 1, mas foi eliminado na Copa do Brasil. De lá para cá, Pratto passou a ver o time sem confiança.

- Temos que mudar muita coisa, a começar pela cabeça, pela confiança em nós mesmos. Ontem (quinta) tivemos muitos erros infantis de passes, passes fáceis que um profissional normalmente não erra. Até de três, quatro metros. Temos que recuperar os indivíduos e depois isso transpassará ao coletivo. Estrategicamente, a questão é do treinador, que está vendo em que precisamos melhorar - afirmou.

Confira outros trechos da entrevista coletiva de Pratto:

Qual avaliação faz sobre mais uma eliminação do São Paulo?
Acho que minha resposta ontem depois do jogo são as mesmas, mesmo com o corpo e a cabeça mais frios. O time jogou mal, não conseguimos quebrar o sistema defensivo deles, não criamos chances de gol no segundo tempo e não conseguimos mostrar a superioridade no campo de jogo como fizemos contra Cruzeiro e Corinthians, com posse de bola e agressividade. Não procuramos o gol. Não fizemos muitas coisas boas. Temos que trabalhar e assimilar a derrota, mesmo que tenhamos caído com dois empates e gol fora de casa. Temos que reagir rápido no domingo, contra um time grande, no primeiro jogo do Brasileiro, fora de casa.

O aproveitamento contra times da Série A (cerca de 45%) preocupa?
Estaríamos na metade da tabela, né? É uma coisa difícil de analisar. Se perde do time de menor qualidade, o time está mal. Se ganha, mas perde do grande na semifinal, também está mal. Sei lá. Temos que olhar para frente, na Série A, para os times grandes e de história. A tristeza é muito grande pela terceira eliminação em pouco tempo. Não podemos jogar o que jogamos ontem. É isso que temos que colocar na cabeça. Temos que melhorar muito e fazer todos os jogos de fim de semana como foi em Belo Horizonte contra o Cruzeiro. Se mantivermos esse nível, teremos regularidade. Até aqui, não conseguimos manter a mesma concentração e qualidade daquele jogo.

Era melhor ser mais ousado, mesmo com mais gols sofridos?
O esquema é o mesmo. Só um jogo teve o esquema diferente, no jogo de ida contra o Cruzeiro, que foi 4-2-3-1. O resto é 4-3-3, com pressão e contra-pressão. O que aconteceu é que perdemos confiança individualmente, começamos a perder o Cueva e outros por lesão, alguns baixaram o nível, como eu mesmo. Depois tivemos levantadas individuais, mas faltou confiança. Muitos estão com a confiança baixa e precisamos recuperá-los.

Não fosse Ceni um ídolo, já estaria demitido?
Demitido, não sei. Mas pressionado ele já está, como nós estamos. A pressão em um time grande existe sempre. Rogério jogou 25 anos no São Paulo, ganhou tudo e sabe o que tudo representa. Demitir é muito forte, porque só perdemos quatro vezes no ano, mesmo com as eliminações. Temos uma motivação extra por ter só uma competição e somos um time grande que precisa ter uma margem de erro muito pequena a partir de domingo, tanto jogadores como o treinador.

Ainda dá para confiar em título no Brasileirão mesmo após essas quedas?
Não sei se algum de vocês viu minha entrevista para a Globo na semana passada, mas eu disse que no Brasileiro é definido como você começa. Nosso objetivo principal é chegar à Copa Libertadores, mas depois que acaba o primeiro turno você pode pesar se dá para brigar pelo título. Agora ainda são 38 rodadas e têm pelo menos 11 times brigando pelo título. A liga brasileira é muito difícil e quem falar hoje que vai ser campeão é mentiroso. Temos que largar bem para ter condições. O objetivo vai ser sempre ser o primeiro, eu quero ganhar sempre e ser campeão.

O São Paulo é o grande paulista mais desacreditado?
Nunca fomos do gosto de todo mundo, sempre fomos o terceiro ou quarto para a imprensa. Estamos acostumados com isso. Temos que trabalhar para mudar isso, com vocês, com a torcida e a diretoria, que também não está feliz. Nós somos os primeiros a saber que não estamos bem.

Arrependeu-se de vir ao São Paulo?
Não. Por quê? Vim porque era o momento certo, porque queria jogar aqui. Obviamente queria estar na final do Estadual, seguir na Copa do Brasil, na Sul-Americana, mas o presente é diferente e preciso me focar com meus companheiros no Brasileiro.

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