‘Obrigado por tanto, perdão por tão pouco’, diz Lugano ao ver filme em sua homenagem

“Don Diego - Carne, osso e coração”, documentário produzido pelo São Paulo no fim do ano passado, está concorrendo ao prêmio de melhor longa-metragem no Cinefoot

Lugano
Diego Lugano dá entrevista antes da exibição de documentário sobre sua aposentadoria - FOTO: Divulgação

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Quase duas centenas de são-paulinos foram ao Museu do Futebol na noite desta segunda-feira para assistirem ao filme que o clube produziu em homenagem a Diego Lugano no fim do ano passado, quando ele se aposentou. Entre eles, o próprio Lugano, que ainda não havia visto "Don Diego - Carne, osso e coração”, disponibilizado no YouTube e agora concorrente ao prêmio de melhor longa-metragem no Cinefoot, festival de cinema sobre futebol.

- Eu ainda não havia visto. Peço desculpas ao pessoal da comunicação do São Paulo, que fez tanto esforço para produzir, mas quando o jogador de futebol para de jogar é quase uma morte. Tem uma instabilidade emocional. Eu não estava muito preparado para receber essa homenagem, vi o trailer e já me emocionou. Minha família, sim, meus amigos viram e se emocionaram. Já passaram dez meses, estou em outra fase, então tomara que não me pegue tanto - brincou o ex-zagueiro e atual superintendente de relações institucionais do Tricolor.

O filme de 58 minutos, dirigido por Luciano Chuquer, Guilherme Palenzuela e Adriano Esteves, mobilizou todo o departamento de comunicação do São Paulo nos últimos meses do ano passado. O público vibrou com imagens do ídolo nos bastidores e se divertiu com entrevistas dos atletas que conviveram com ele, principalmente o jovem Brenner, que contou ter tomado “um cascudão” quando deu uma caneta involuntária no uruguaio: "eu não vi que era ele", brincou.

- É incrível ter um reconhecimento deste tamanho das pessoas que trabalham dentro do clube. É o mais importante. Às vezes, dependendo do resultado, do marketing que você faz, você fica com uma boa imagem, mas o dia a dia não mente. Isso é o que me deixa mais satisfeito. Alguma coisa boa a gente fez para ter esse reconhecimento do povo são-paulino que está dentro da instituição - agradeceu Lugano.

Antes da exibição do filme, ele subiu ao palco ao lado de Marco Aurélio Cunha, ex-dirigente e atual conselheiro do São Paulo, para receber em nome do clube uma homenagem do Cinefoot aos dez anos do tricampeonato brasileiro de 2006 a 2008. Bastante aplaudido, Lugano fez um agradecimento direcionado à torcida tricolor:

- À torcida do São Paulo, como eu sempre falo, obrigado por tanto e perdão por tão pouco.

Lugano chegou desconhecido ao São Paulo, aos 21 anos, em 2003, e saiu como ídolo em 2006. Conquistou Paulista, Libertadores e Mundial, além de ter participado de parte da campanha do primeiro título brasileiro da era Muricy Ramalho. Retornou no fim de 2015 e jogou por mais duas temporadas antes de se aposentar e passar a integrar a diretoria.

- A gente achou necessário contar essa história. O ano de 2017 foi duro para a gente, para quem está acostumado com as glórias do São Paulo, e tinha dentro do clube uma história que precisava ser contada, de um personagem complexo, com seus valores, com sua idiossincrasia, e que a gente via que era fundamental naquela caminhada do clube. O objetivo central do documentário foi mostrar que algumas pessoas, por maior que seja o êxito profissional, podem se sentir vazias e incompletas, como diz o próprio Diego Lugano, se não conseguirem transmitir alguns valores. Acima de tudo, “Don Diego” é um agradecimento ao Lugano pela obra e por tudo o que nos ensina diariamente - explicou Guilherme Palenzuela, diretor de comunicação do São Paulo e idealizador do filme.

O vencedor, divulgado na quarta-feira, será determinado com base nas avaliações dos espectadores.

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