Diniz promete atenção especial ao lado emocional na volta do São Paulo

Técnico elogia cuidados tomados pelo Tricolor para o retorno dos trabalhos no CT da Barra Funda e revela preocupação com a parte mental após o período de confinamento

Fernando Diniz
Fernando Diniz em entrevista à TV oficial do clube - FOTO: Reprodução/SPFCtv

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Feliz com o retorno da rotina no CT da Barra Funda, mesmo que ainda com diversas restrições e sem data para o reinício dos campeonatos, Fernando Diniz revelou em entrevista à TV oficial do São Paulo que sua maior preocupação neste momento é com o emocional dos atletas.

- Eu acredito sempre que nas relações que a gente tem com a vida a parte emocional tem um peso muito grande, e essa pandemia deixou ensinamentos e cicatrizes em todos nós. Acho que essa parte emocional é a parte que a gente tem que cuidar com bastante cuidado. A parte física não tem o que fazer, você vai ter que treinar, correr, saltar... Mas a parte emocional é o que a gente pode se ajudar de uma maneira ainda mais profunda do que a gente já vinha fazendo - disse o treinador, que é psicólogo formado e recebe diversos elogios no clube por se preocupar com questões extracampo na relação com o grupo.

O São Paulo encerrou neste sábado o período de testes físicos e fisiológicos iniciado na terça-feira. A maioria do grupo compareceu ao CT diariamente para esses trabalhos, mas alguns jogadores foram liberados, como Daniel Alves. Só um atleta ficou afastado por testar positivo para a COVID-19, mas o nome dele não foi divulgado. A partir de quarta-feira, estarão liberados pelas autoridades os treinos convencionais.

- Eu não sei como estão os outros clubes, mas aqui foi uma coisa digna de nota, ficou um lugar extremamente seguro. Isso dá aos jogadores o conforto de saber que se está treinando em um lugar em que os profissionais estão de fato preocupados com a saúde. Está muito bonito, muito legal, e a gente tem que parabenizar o que o pessoal do estafe fez para receber os jogadores de maneira tão respeitosa - disse Diniz.

Veja outros trechos da entrevista do treinador do São Paulo:


Clima na volta das atividades

Está sendo muito bom. Com a convivência voltando, os ânimos já ficam muito mais positivo. Embora haja o distanciamento, os jogadores estão convivendo muito bem, todo mundo muito feliz de voltar, e essa perspectiva de retomar os treinamentos e ali na frente poder sonhar em voltar a jogar anima todo mundo.

Desafios no retorno

Acima de tudo, retomar o mais rápido possível o bom futebol. O torcedor passou a entender aquilo que o time estava fazendo, houve uma sinergia e a torcida passou a jogar muito junto e ser um dos nossos jogadores mais importantes. No jogo da LDU, que foi o mais importante da temporada, o torcedor fez toda a diferença, desde a chegada ao time ao Morumbi, durante o jogo, ao fim do jogo... Aquilo mexe com os jogadores, faz os jogadores se sentirem mais importantes, e era uma tendência muito clara de evolução da equipe que foi interrompida pela pandemia. É um grande desafio retomar aquele nível, mas a gente conta com o torcedor do nosso lado, porque vamos fazer de tudo para trazer aquilo que ele quer.

Falta de ritmo

A dificuldade maior é o número de dias parados, são 100 dias, acho que ninguém ficou parado durante tanto tempo antes. O que tem de positivo é que a gente já tinha adquirido um jeito de jogar. Agora é tentar resgatar aquilo, a coisa tática, a coisa das relações, para a gente poder encurtar esse caminho e fazer com que esses 100 dias não pareçam que foram 100 dias. O fato de ter melhorado na pré-temporada e ter tido esse começo de maneira positiva ajuda a recuperar mais rápido.

Ansiedade dos jogadores
Os jogadores estavam muito ansiosos para voltar. Eles são acostumados a jogar, a treinar, a receber o carinho do torcedor, uma vida muito agitada e fisicamente muito ativa. Imagine ficar enclausurado? Eles tinham esse desejo muito grande. Outro fator positivo que é bom colocar: o número de casos de COVID-19 que a gente teve mostra claramente que eles souberam se cuidar, respeitar, foram na direção que o clube como instituição escolheu, de se preservar, seguir as ordens governamentais. O elenco está de parabéns por isso também.

Ansiedade do treinador

Eu senti muita falta do futebol, mas de alguma forma já estou me contentando, mesmo sem ainda poder trabalhar de fato. Essa primeira semana está sendo de testes, avaliações. Mas vai ser para mim uma alegria muito grande poder trabalhar aqui, eu sinto muita falta do treino, eu preciso estar no campo para tirar o melhor de mim. Já falei algumas vezes que meu melhor momento de viver é estar no campo dando treinamento, então estou bastante feliz de voltar. Estou, de certa forma, com a ansiedade controlada, porque respeitei muito essa quarentena, fiquei muito entristecido com tudo o que aconteceu no mundo e de maneira especial aqui no nosso país. Eu soube controlar minha ansiedade por conta disso, era uma coisa muito maior do que meu desejo individual de estar ativo no futebol.

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