Ricardo Goulart, Dudu e contratados: Mattos explica planos do Palmeiras

Diretor de futebol deu entrevista coletiva no primeiro treinamento aberto do Verdão na temporada, nesta sexta-feira, e falou bastante sobre as movimentações no mercado

Alexandre Mattos apresentou os cinco reforços já contratados pelo Palmeiras para esta temporada
Carlos Eduardo, Felipe Pires, Matheus Fernandes, Alexandre Mattos, Zé Rafael e Arthur Cabral (Foto: William Correia)

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No segundo dia de treinos da pré-temporada, o Palmeiras abriu as portas pela primeira vez para a imprensa e coube a Alexandre Mattos apresentar os cinco reforços já contratados para a temporada. E falar das movimentações do mercado, incluindo os temas mais comentados pela torcida desde o fim do ano passado: Ricardo Goulart e Dudu.

O dirigente afirmou que aguarda movimentação do Guangzhou Evergrande, clube chinês que tem contrato com Ricardo Goulart até janeiro de 2020 - a possibilidade é de o jogador vir por empréstimo, mas, segundo Mattos, ainda não se analisou a condição financeira. Já Dudu, de acordo com o diretor de futebol, não recebeu nenhuma oferta e, se receber, a promessa é de segurá-lo, como o clube já tem feito desde 2016.


Por enquanto, as únicas certezas são o volante Matheus Fernandes, ex-Botafogo, o meia Zé Rafael, ex-Bahia, e os atacantes Arthur Cabral, ex-Ceará, Carlos Eduardo, ex-Pyramids, do Egito, e Felipe Pires, ex-Hoffenheim, da Alemanha, apresentados nesta sexta-feira ainda sem numeração definida. Eles darão suas primeiras entrevistas coletivas como atletas do clube ao longo da próximas semanas.

Confira abaixo os temas abordados por Alexandre Mattos:

Ricardo Goulart
Não falamos de jogador que não está aqui. Mas vou falar do Goulart, até pela euforia que está causando. O Palmeiras tem um grupo bem sacramentado, definido pela sua comissão técnica, que é quem define, a diretoria faz acontecer. O Ricardo é um excepcional jogador e um grande amigo meu, mas, no momento, ainda se recupera de lesão, faz tratamento aqui dentro. Não tem conversa com time dele para entender o que pode ser feito. Se, em algum momento, tiver viabilidade financeira possível para o Palmeiras, vamos estudar o caso. Mas nem diretoria nem comissão técnica estão nessa euforia. Não tem qualquer avanço, até porque ainda está em fase de recuperação, não 100%, e não temos direcionamento da China. Seus representantes ainda estão aguardando alguns movimentos na China para entender se pode ser emprestado, se pode pagar salário. Vamos entender e ver viabilidade econômica, caso a comissão técnica queria. Como ele ainda está se recuperando, não há uma situação definida. O que a comissão técnica pediu, foi entregue. Absolutamente tudo, jogadores com características que nos faltavam no ano passado, principalmente a velocidade pelos lados.

Dudu
O Dudu tem contrato com o Palmeiras até 2022. O Dudu teve contato no meio de 2016, o mais crítico de quase saída, e não se criou esse auê todo, mas foi dificílimo segurar. No meio de 2017, a China veio atrás do Dudu. Em janeiro de 2018, também. Fizemos plano de carreira para ele em fevereiro e, no meio, vieram, bateram aqui, ouviram que não queríamos vender e fizeram o que sempre fazem: oferecem salário 15 vezes maior ao jogador e ficam todos loucos. Mas o Palmeiras tem comando e o Dudu está feliz. Não teve proposta e, se tiver, faremos de tudo para segurar. O Palmeiras conseguiu, em todos os departamentos, ser uma equipe equilibrada, por isso não fazemos loucura. Entendemos o lado de todos, mas queremos a manutenção do Dudu e faremos como já fizemos cinco vezes, desde o meio de 2016, para estancar algum problema, principalmente da China falando com ele. Se vem essas coisas absurdas, todos pensam um pouco na família também.


Libertadores é prioridade?

No início de 2018, eu disse ao nosso torcedor que o Palmeiras vem forte, como protagonista, mas não está sozinho. Vou, basicamente, repetir isso agora. Tem Cruzeiro, São Paulo, Corinthians, Flamengo, Inter, Grêmio, todos muito fortes. O Palmeiras é uma das forças. Não a única nem favorita. Mas com a obrigação com o torcedor de ser protagonista e ir atrás dos sonhos, que são títulos, independentemente de quais sejam. O Palmeiras vem trabalhando há quatro anos com equipes para buscar isso. Na maioria das vezes, terminamos com relevância muito forte. Não há obsessão desenfreada por Libertadores, isso prejudica muito. Em 2016, saímos na fase de grupos, em 2017 nas oitavas, ano passado nas semifinais. Queremos avançar. É a primeira vez que joga quatro Libertadores seguidas, e nosso objetivo é sempre avançar em todos os campeonatos.

Tamanho do elenco
Diziam que o Palmeiras tem elenco grande, mas tinha 28 e tivemos dificuldades, ficamos limitados em algumas posições. Não falarei em números, mas um ou outro vai sair. Todos que estão aqui, sem exceção, o Felipão pediu para, pelo menos, observar. Se aparecer proposta ou alguém solicitar para sair para jogar... O Palmeiras prioriza jovens. Veiga e Victor Luis saíram e voltaram, Zé Rafael e Arthur Cabral contratamos antes, Matheus já são dois anos falando com pai dele, empresário e Botafogo. Teremos crescimento importante para Felipe e Carlos Eduardo. Vamos pensar sempre no agora e no futuro, como projetamos sempre nas competições.

Mais contratações?
Não vou citar nomes, mas grandes jogadores mundo afora tomam a iniciativa de ligar para o Palmeiras. Às vezes, não temos necessidade. Mas isso mostra que fazemos muita coisa boa. Não só acertos, mas muita coisa boa. Nunca podemos fechar elenco. Queremos manter e, de repente, um sai, ou tem lesão, ou jogador que não esperávamos acontece de vir. Mas a comissão está feliz com o que tem na mão, suprimos as necessidades deles. Só que podemos ter uma mexida, sim. Sem problema nenhum.

Pressão
Desde 2015, é pressão atrás de pressão. Pressão eu tomo até dando volta olímpica, pedindo para passar mais devagar, com troféu, xingando. Pressão é constante, característica do clube, chega a ser insana em alguns momentos. Mas a alegria nas vitórias é maior do que em qualquer outra situação. Sabemos que o palmeirense é exigente, e o que ficou para trás passou, como falo para jogadores e funcionários: fomos campeões, mas passou. Eu já esqueci. Vamos pensar no que vem pela frente. Agora, primeiro, é o Paulista. Queremos mais vitórias e mais títulos.

Gastar em vez de usar a base
Não tem (jogador da mesma característica dos contratados na base). Se tivesse, a gente não faria. A avaliação não é minha, é técnica. Quem avalia é a comissão técnica, e ninguém melhor do que eles para avaliar a base. No Palmeiras, dificilmente se falava na base, a não ser, como acontece na maioria, quando não tem dinheiro ou está próximo de tragédia. O Palmeiras é campeão brasileiro e é cobrado pela base porque tem processo de excelência na base como nunca teve na história, desde 2015. O Yan não tem estrutura física para atuar até o momento no profissional. No ano passado, teve uma lesão atrás da outra. O menino joga demais, mas na base e demonstra no dia a dia. Ninguém faz a transição como o Palmeiras, com treino da base junto com profissional todo dia, treinadores se falando. Mas quem avalia se menino está pronto é a comissão técnica. O Palmeiras observa o mercado, mas também a base. se a base supre, o Palmeiras não traz. Se traz, é porque quem avalia, conhecendo até emocional e fisicamente o jogador, acha que precisa. Yan precisa ganhar massa, como foi com o Hyoran. Podem saber que quem avalia se jogador contratado é melhor do que está aqui é a comissão técnica, que tem a nossa confiança para isso.

Campeonato Paulista
O Palmeiras vai jogar com o que tem de melhor. A ideia do Campeonato Paulista é boa de limitar inscrições, se fosse o único ou o principal torneio do ano. Limitar jogar cinco da base durante o jogo faz com que o planejamento do ano sofra um pouco. Palmeiras, São Paulo. Corinthians e Santos vão sofrer porque deixa um sem inscrever por um mês e meio. Na Libertadores, que é a mais importante, tem 30 inscrições. mas o Palmeiras respeita tradição, camisa, torcedor que vai ao estádio e o atleta que recebe para jogar. Mas quem escala é o professor Felipe, que fará o melhor como sempre soube fazer.

Primeira força do Paulista?
Quem diz isso muito é torcida e imprensa, não são os clubes. Em 2017, teve esse negócio de quarta força do Corinthians e criticaram o Palmeiras, mas quem do Palmeiras disse isso?! O Palmeiras busca sempre a excelência e ser competitivo. Primeira força é quem ganha. Se ganharmos, seremos. O Palmeiras tem Corinthians, São Paulo e Santos como grandes adversários e grandes equipes. Serão jogos muito iguais, principalmente os clássicos, realmente resolvidos nos detalhes. Que o Palmeiras esteja pronto. Se ganhar, será a primeira força.

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