Presidente do Conselho defende pena a Genaro, mas caso pode ir à Justiça

Opositores argumentam que a votação foi irregular, mas Seraphim Del Grande considera que seguiu o mesmo rito da punição a Luiz Gonzaga Belluzzo, ex-presidente do Palmeiras

Maurício Galiotte e Seraphim Del Grande são investigados pela Polícia Civil
Seraphim Del Grande é presidente do Conselho (Foto: Fabio Menotti/Agência Palmeiras/Divulgação)

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A suspensão por um ano de Genaro Marino no Palmeiras pode ser discutida na Justiça comum. O ex-candidato a presidência e opositores contestam a forma como o parecer da sindicância foi votado nessa quinta, mas o presidente do Conselho Deliberativo, Seraphim Del Grande, não concorda com a reclamação.

A justificativa é de que a pena, sugerida pela sindicância do "caso Blackstar", foi definida após votação com a maioria simples do Conselho Deliberativo - ou seja, em relação ao número de presentes.

Os opositores lembram que, pelo estatuto, a suspensão de um conselheiro, como Genaro, só pode ser confirmada tendo a maioria absoluta do CD - a partir do número total de cadeiras, fazendo com que fossem necessários mais de 140 votos para puni-lo. O opositor acabou condenado, porém, com 122 votos, a maioria dos que estavam na reunião de quinta.

- No estatuto, para suspender de cargo ou função precisa de maioria absoluta, mas ele foi suspenso como associado. Neste caso é maioria simples. Foi a mesma coisa com o (Luiz Gonzaga) Belluzzo (suspenso em 2016 por um ano), na época também era maioria simples - justificou Seraphim.

Belluzzo, presidente do Palmeiras entre 2009 e 2010, foi suspenso após sindicância por não ter as contas do segundo ano de seu mandato aprovadas. Genaro, por sua vez, acabou punido por ter levado a oferta de patrocínio da Blackstar ao Verdão. A diretoria encerrou rapidamente a negociação, alegando ter recebido documentos falsos da empresa.

Com a punição, Genaro está impedido até de entrar na sede social durante 12 meses. Por considerar que Seraphim não comandou uma sindicância correta, o caso pode ser levado pelo conselheiro à Justiça. O presidente do CD não vê problemas se isto ocorrer.

- Se a pessoa se sente prejudicada, entre na Justiça comum. Cada um defende do jeito que quiser, se ele se acha totalmente injustiçado, entre na Justiça. No meu entendimento, é realmente a maioria simples porque ele foi julgado como associado, não como conselheiro. Pelo que foi exposto, acho que o que conselho resolveu é uma pena correta - acrescentou

A sindicância que suspendeu Genaro Marino também deu advertências a José Carlos Tomaselli, Ricardo Galassi e a Paulo Nobre. Rompido com Maurício Galiotte, o ex-presidente não comparece mais no Palmeiras e entregou uma carta a Seraphim Del Grande renunciando de sua vaga no Conselho Deliberativo.

- Ele entregou a carta há algum tempo, falando que ao fim do episódio (da sindicância) estava entregando o cargo. Tive de esperar o encerramento do caso, mas é difícil julgar os outros. O Paulo Nobre faz dois anos e meio que não vem ao clube. Até um pouco mais. Então é uma decisão dele, uma coisa íntima, só é possível acatar. Não tem o que discutir, é o desejo dele - encerrou.

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