‘Ousadura nunca morre’: os atos da volta de Felipe Melo ao Palmeiras

Há quase três meses sem disputar uma partida, camisa 30 está relacionado e ficará no banco nesta quinta, contra o Bahia. Veja uma retrospectiva do que ocorreu nesse período<br>

Felipe Melo e Cuca
(Foto: Jales Valquer/Fotoarena/Lancepress!)

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Depois de 78 dias, Felipe Melo está mais uma vez relacionado para um jogo no Palmeiras. O meio-campista será opção no banco de reservas nesta quinta-feira, às 21h, contra o Bahia, pela 27ª rodada do Brasileiro. A escolha de Cuca por convocar o camisa 30 chegou a parecer improvável durante estes dois meses e meio, mas depois de testes com o Ousado como zagueiro e as ausências de Mina (em fase final de recuperação após fraturar o pé esquerdo) e Luan (suspenso), o técnico informou no começo da semana de sua decisão. Veja abaixo a retrospectiva do que aconteceu desde o último jogo de Felipe:

- O estopim
Felipe Melo foi titular em Cruzeiro 1 x 1 Palmeiras, resultado que eliminou o Verdão da Copa do Brasil, no dia 26 de julho. Ele foi substituído aos 12 minutos da etapa final, e viu o time cair nas quartas de final do banco de reservas do Mineirão. Após o jogo, no vestiário, fez críticas em voz alta a Cuca, que depois chegaram ao conhecimento do técnico.

- Afastamento
Já em São Paulo, houve uma reunião entre diretoria, comissão técnica e jogadores. Felipe pediu desculpas para Cuca em frente a todos; o técnico disse que aceitava, mas não o usaria mais. Além dos problemas de relacionamento entre os dois, o técnico argumentou que o volante não se encaixava no seu estilo de jogo. O anúncio da decisão de afastá-lo foi feito pelo próprio Cuca, motivo para um desentendimento entre ele e o diretor Alexandre Mattos.

- Áudio vazado
Mesmo com a posição de Cuca em não usar mais Felipe, a decisão não era definitiva, já que membros da diretoria queriam tentar um acerto entre os dois; a torcida também mostrou-se contrária ao técnico. Mas um áudio vazado do meio-campista, em que chama o chefe de "covarde, mau caráter, mentiroso" acabou o complicando. Em entrevista à ESPN, o camisa 30 admitiu a veracidade da mensagem, mas mostrava-se arrependido.

- Mattos confirma afastamento
A resposta veio no dia seguinte à divulgação do áudio. Alexandre Mattos convocou uma entrevista, avisando que a decisão de deixar o jogador treinando em horários alternativos aos do elenco era sua. Na ocasião, o diretor de futebol afirmou que o afastamento era a última ação para "evitar algo pior" depois das ofensas a Cuca. Felipe já recebia sondagens de times da Europa, mas sua intenção ainda era permanecer no Brasil. Mattos, enquanto isso, avisava que não iria liberá-lo "facinho".

- Sem propostas, notificação extrajudicial
Felipe treinava sem seus companheiros na Academia enquanto esperava uma proposta que o agradasse. Nada chegou ao Palmeiras. E quase 15 dias depois de seu afastamento, o jogador, via seus advogados, notificou o clube extrajudicialmente, pedindo a reintegração, pelo argumento de que não estava tendo as mesmas condições de trabalho que o restante do elenco. Naquele momento, a rescisão amigável parecia ser o caminho natural, mas havia um entrave: os valores que o jogador ainda tem para receber do Palmeiras. As luvas de quando assinou, por exemplo, foram diluídas e vão ser pagas até o fim de seu contrato, em dezembro de 2019.

- Início do trabalho para reintegrar
Maurício Galiotte, Alexandre Mattos e Cícero Souza passaram a trabalhar pelo retorno de Felipe, inclusive liderando uma reunião entre o jogador e Cuca. O técnico, antes irredutível, passou a mostrar-se disposto a reintegrá-lo se não aparecesse uma proposta até o fim da janela de transferências. O volante, que chegou a ser liberado para passar um período de férias com a família em Jericoacoara (CE), adotou a hashtag "#ousaduranuncamorre" nas redes sociais durante esta fase.

- De volta, mas...
Cuca acabou aceitando o pedido da diretoria para reintegrar Felipe, e assim evitar um problema na Justiça. As primeiras atividades foram apenas físicas, e o técnico dizia que o jogador ainda precisaria recuperar a condição física perdida no período fora para ter alguma chance de ser usado - na época, algo que parecia improvável.

- Treinos como zagueiro
Quando retomou seu condicionamento, Felipe passou a treinar como zagueiro. Foi escalado assim no jogo-treino contra o Desportivo Brasil sub-20, na última sexta. A decisão de treiná-lo em outra posição saiu depois de uma conversa entre o técnico e jogador. Embora prefira ser usado como meio-campista, o camisa 30 não reclamou por ser usado na linha de defesa.

- Relação com Cuca
Apesar dos problemas que tiveram até o afastamento, o relacionamento entre Felipe Melo e Cuca está mais tranquilo agora, de acordo com pessoas ouvidas pela reportagem. Logo após a reintegração, os dois tiveram uma rápida conversa diante dos jornalistas, e não há relatos de novos entreveros. No dia de sua reintegração, o jogador disse que "colocou os pingos nos is" com o chefe.

- Surpresa pela convocação
Por seu desempenho nos últimos treinos, Felipe Melo já imaginava que poderia receber uma oportunidade, mas não sabia que seria contra o Bahia. O anúncio de sua convocação veio em uma entrevista de Cuca para o Bandsports, quando disse que os problemas com o camisa 30 já estão no passado. Hoje, ele pode, enfim, ter a nova chance.

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