Fundador da Mancha é enterrado e polícia investiga crime

Moacir Bianchi recebeu homenagens até mesmo de rivais. Com atividades suspensas, torcida organizada do Palmeiras convive com brigas internas

Moacir Bianchi, fundador e ex-presidente da Mancha, foi assassinado 
Moacir Bianchi, fundador e ex-presidente da Mancha, foi assassinado (Foto: Divulgação)

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Assassinado com 22 tiros na última quinta-feira, Moacir Bianchi, um dos fundadores da Mancha Alviverde, foi velado na manhã desta sexta-feira por dezenas de torcedores, no cemitério do Jaraguá, em São Paulo, onde foi enterrado. O crime gerou comoção na principal organizada palmeirense, que anunciou atividades suspensas por tempo indeterminado. Até mesmo líderes de torcidas rivais prestaram homenagens no enterro.

A Mancha vem passando por conflitos internos nos últimos meses. A Polícia Civil apura possível participação do crime organizado na morte de Moacir. Há conflitos, relatados por torcedores, entre o atual comando da organizada e sub-sedes de outras zonas da cidade de São Paulo, que estariam insatisfeitas com os rumos e condutas da atual diretoria e ligações com outras facções. Brigas pesadas foram relatadas antes do Carnaval nas imediações do Allianz Parque, região onde fica a sede da Mancha Alviverde.

Vários integrantes da torcida alegam que Moacir Bianchi, da dita "velha guarda", tentava acabar com os conflitos para pacificar a organizada. Bianchi tinha participação mais ativa na Mancha Verde, escola de samba, que tem Paulo Serdan, amigo do torcedor morto, no comando. Serdan afastou-se da torcida, mas Moacir vinha tentando intervir. Uma reunião entre os grupos divergentes teria acontecido horas antes do assassinato.

- O que aconteceu foi que a entidade perdeu a ideologia. Já faz alguns anos que pessoas ruins se aproximaram de pessoas da diretoria e isso foi afastando as pessoas boas - afirmou Serdan, à "Folha de S. Paulo".

Bianchi, de 48 anos, caiu numa emboscada na Avenida Presidente Wilson, durante a madrugada de quinta-feira. Fotos do seu corpo baleado rodam até em redes sociais.

O palmeirense morto é tratado como "lenda" por seus parceiros de torcida organizada, no mesmo patamar de Cléo Sóstenes, assassinado em 1988 em briga de torcidas. A imagem de Cléo esteve, inclusive, em um mosaico que a Mancha ergueu no Allianz Parque antes da final da Copa do Brasil de 2015, ao lado das fotos da taça e de Fernando Prass. A Mancha tem 34 anos.

O policiamento deve ser reforçado no próximo jogo em casa do Palmeiras, no sábado, dia 11 de março, no clássico contra o São Paulo. Na partida contra a Ferroviária, no último fim de semana, não foram registrados problemas - os conflitos internos da organizada já vinham acontecendo na ocasião.

Nas primeiras horas da pré-venda desta sexta de ingressos de sócios-torcedores Avanti para o Choque-Rei, o setor Gol Norte, onde fica a Mancha, esgotou-se, como de costume há mais de dois anos.

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