Fórmula E se reúne com cidades do Brasil e pilotos lamentam imbróglio

Categoria chega ao fim de sua quarta temporada com forte respeito pelo país nas pistas, mas sediar etapa ainda é sonho. Após o impasse com São Paulo, Salvador entra no radar <br>

Lucas di Grassi (Audi) - ePrix de Zurique
Lucas di Grassi vem embalado por cinco pódios seguidos e quer fazer bonito em Nova Iorque (Foto: Divulgação)

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A Fórmula E, única categoria de carros elétricos do mundo, disputada em circuitos de rua, chega ao fim de sua quarta temporada com forte respeito pelo Brasil. O encerramento será na rodada dupla de Nova Iorque (EUA), neste sábado e no domingo. Mas o país vive sentimentos distintos em relação à categoria, que luta para levar uma corrida ao território. Diante do impasse com a prefeitura São Paulo, Salvador entrou no radar e já foi feita uma reunião.

Em três anos, dois títulos ficaram com brasileiros. O primeiro veio com Nelsinho Piquet (então na China Racing e hoje na Jaguar), em 2014/2015. Lucas Di Grassi (Audi Sport), campeão da temporada 2016/2017, começou mal a atual edição, mas apresentou uma recuperação fora dos padrões e, com cinco pódios consecutivos, não só estabeleceu um recorde como se colocou na briga pelo terceiro lugar.

A presença de brasileiros no topo faz com que os organizadores mantenham vivo o antigo desejo de levar o evento ao país. É consenso que a realização de uma etapa seria determinante para ajudar a alavancar o campeonato na região, sobretudo após a confirmação de que Felipe Massa correrá pela Venturi em 2018/2019. Di Grassi, de 33 anos, atua não só nas pistas, mas nos bastidores. E sonha com o objetivo.

- A primeira reunião que teve sobre F-E teve três pessoas: o Alejandro Agag (presidente), o primo dele e eu. Tenho um senso de ajudar a categoria a se desenvolver. Quero levá-la ao Brasil, pois a F-E ainda tem pouca exposição no país. O público lá ainda não a absorveu como uma categoria de ponta - disse o brasileiro, ao LANCE!.

A prioridade da Fórmula E ainda é São Paulo, cidade que chegou a ser confirmada como uma das etapas desta edição, no dia 17 de março, no Parque Anhembi, e deu lugar a Punta del Leste (URU), já que o processo de privatização do local impediu os planos. Mas os organizadores já têm feito reuniões com diversas cidades, que buscam a categoria. Belo Horizonte foi uma delas.

No momento, estão confirmadas 12 das 13 etapas previstas para 2018/2019: Al Diriyah, na Arábia Saudita, Marrakesk, no Marrocos, Cidade do México (MEX), Hong Kong (CHN), Sanya (CHN), Roma (ITA), Paris (FRA), Mônaco (FRA), Berlim (ALE), Zurique (SUI) e duas em Nova Iorque (EUA). Santiago (CHI) ainda deve ser confirmada e o número pode aumentar, dependendo das negociações. A temporada começa em dezembro.

Para Nelsinho, a falta de interesse do mercado brasileiro no setor dificulta.

- Adoraria uma corrida no Brasil, mas em questão de carros elétricos, pela crise que o país vive, não parece ser momento de divulgar a mobilidade elétrica. Nem vendemos carros elétricos lá. Meu pai tem dois, que foram importados de pessoas físicas. Seria interessante ter, mas acho que vai levar tempo. O motivo para levar hoje seria o fato de ter brasileiros campeões - disse o piloto.

Nova Iorque recebe etapa dupla

A rodada dupla de Nova Iorque da Fórmula E começa hoje, com olhares voltados para a disputa pelo título entre o francês Jean-Eric Vergne (Techeetah) e o britânico Sam Bird (DS Virgin Racing). O primeiro tem 163 pontos, contra 140 do rival. O treino classificatório acontece às 12h30 (de Brasília), e a corrida tem início às 16h30. O vencedor

Lucas do Grassi, com 104, é o terceiro colocado, com nove a mais que o suíço Sébastien Buemi. O vencedor de uma corrida fatura 25 pontos, o pole leva três e o piloto que fizer a volta mais rápida na corrida soma um.

* O repórter viaja a convite da Fórmula E

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