Esportistas espanhóis testam positivo para doping, e Agência Mundial Antidopagem é acusada de evitar sanções

Agência Nacional Antidopagem da Espanha utilizou fundos públicos para pagar testagens irregulares por cinco anos, segundo jornal local

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José Luis Terreros é diretor do CELAD desde março de 2017 (Foto: ÓSCAR J.BARROSO/AFP)

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A Agência Mundial Antidopagem (WADA) foi acusada de permitir que a Espanha deixasse diversos atletas que testaram positivos para doping sem sofrer sanções. Segundo investigação realizada pelo jornal local "Relevo", a instituição foi conivente com os casos flagrados pelo órgão máximo de anti-doping no país (CELAD), que também não forçou as punições e acobertou os positivados.

De acordo com o periódico, a Agência Nacional de Anti-Doping espanhola utilizou dinheiro público para pagar testagens irregulares entre 2017 e 2022. A ação teve o aval de José Luis Terreros e Jesús Muñoz-Guerra, diretor e chefe de departamento do órgão de controle, respectivamente.

Outra fórmula utilizada pela CELAD foi a não-comunicação aos atletas dentro do prazo obrigatório, de um ano, com a contagem iniciada a partir da abertura das investigações. O Relevo afirmou que a notificação era enviada aos atletas exatamente no 365º dia do processo via correio postal, demorando alguns dias para chegar. O Tribunal Administrativo de Esportes (TAD), portanto, livrava o esportista de qualquer punição devido aos informes serem tardios.

Um dos casos citados pelo diário foi o de Patrick Chinedu Ike. O atletista testou positivo para AAS endógeno, norandrosterona e noretiocolanolona, mas o CELAD não abriu expediente ou fez sanções. Isso levou à continuidade do esportista nas competições e a uma espécie de apagamento do caso, embora tenha existido o registro no sistema ADAMS, plataforma da WADA que informa e leva ao cumprimento das normas.

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Patrick Chinedu Ike em ação no atletismo (Foto: Reprodução/Instagram)

A maratonista Majida Maayouf se encaixou em um caso diferente. A Autorização de Uso Terapêutico (AUT) foi criada para permitir o uso de substâncias proibidas, havendo solicitação e justificativa plausíveis. Maayouf foi notificada por Muñoz-Guerra de que havia a possibilidade de cobrir seu resultado positivo, e as investigações foram findadas pelo Departamento de Controle de Dopagem por um envio de uma AUT que não constava datas.

José Terreros já afirmou ao jornal "Marca", em 2022, que existem pelo menos outros cinco episódios de positivos não-sancionados. Nenhuma das agências antidopagem se pronunciou, assim como o Comitê Olímpico Internacional.

Vale lembrar que a Rússia passou por um processo parecido anos atrás, com escândalos que levaram atletas do país a disputar competições como as Olimpíadas e as Paralimpíadas sem uniforme e bandeiras oficiais russas.

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