Buenos Aires ‘explode’ na conquista mais memorável da história do River

Desfecho da Libertadores marcará um antes e um depois na história de River Plate e Boca Juniors. Uma nova era se inicia no futebol argentino, com a promessa de novos cânticos

Torcida - River Plate
Torcida do River sofreu, mas no fim soltou o grito de tetra da Copa Libertadores (Foto: Divulgação/River Plate)

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A parte branca e vermelha de Buenos Aires explodiu na comemoração do terceiro gol do River Plate, marcado por Pitty Martinez. Esse foi o desfecho da Libertadores deste ano. Após o apito final, enquanto a equipe da "banda roja" corria para o abraço de campeão, milhares de torcedores millonarios choraram e saíram às ruas da cidade em meio a uma forte chuva. Lavaram a alma.

O River alcançou o triunfo mais importante da sua história. Nunca antes havia acontecido um superclássico numa final de Libertadores, e vencer seu maior rival em uma decisão é a maior glória que um clube argentino poderia alcançar. O desfecho marcará um antes e um depois na história de ambos os clubes. Uma nova era se inicia, com novos cânticos e um legado tão importante, que será capaz de apagar os rastros da Série B disputada pelo River Plate.

Finalmente o torcedor genuíno, aquele que não participou dos ataques violentos que mancharam essa linda história, puderam dar lugar à paixão e o sentimento de ser argentino e chegar ao topo mais uma vez. Os 60 mil que estiveram no Monumental durante sete horas esperando por uma definição foram vingados. "Roubaram" a Libertadores de Buenos Aires, mas as ruas e os maiores personagens dessa história, os torcedores, mostraram que ela nunca saiu daqui. Se a Argentina for vista de cima neste domingo e ao longo desta semana, refletirá as cores vermelho e branco, sem sombra de dúvidas.

A equipe de Marcelo Gallardo fez o que precisava bem feito. Transformou um jogo dramático numa vitória com virada por 3 a 1. A partida começou marcada pela imprecisão de ambas equipes, que entre os nervos da final e a solidez do campo do Santiago Bernabéu, não conseguiu circular a bola e caiu constantemente em erros. O jogo era muito intenso, mas faltava futebol. Em Buenos Aires, por outro lado, sobrava paixão e expectativa num ambiente dramático e silencioso que dava lugar a pequenos gritos de nervosismo. Como sempre, as ruas da cidade se transformaram em estádio pulsante.

No primeiro tempo, o Boca possuiu mais chances e maior número de finalizações. Até que, como na primeira partida, um bom passe filtrado por Nahitán Nández deixou Darío Benedetto com o poder de consagração. O atacante deixou Maidana pelo caminho, e com muito sangue frio, finalizou antes da saída de Franco Armani para colocar a equipe de Guillermo à frente. Buenos Aires parecia a Bombonera e os festejos duraram até Pratto empatar a partida, no segundo tempo.

A partir do gol de Pratto, o jogo ficou tenso. Ninguém queria arriscar, tendo em conta a possibilidade da prorrogação. E assim, praticamente sem aproximações, os últimos minutos do tempo regular passaram e Buenos Aires poderia chegar ao óbito. Como cena de filme, alguns torcedores se dirigiram aos hospitais por sintomas de infarto.

O início da prorrogação seria marcado pela expulsão de Wilmar Barrios, do Boca, que viu o amarelo vermelho duplo, após uma entrada em Palacios, numa decisão duvidosa da arbitragem. Deste momento em diante, o River começou a mover a bola em busca de espaços diante de um Boca acuado, que recuou como pôde. No entanto, aos nove minutos do segundo tempo da prorrogação, Quintero receberia de Mayada para soltar um chute memorável ao gol. Uma verdadeira pérola. E Buenos Aires virava Monumental com a virada do River.

Os xeneizes, na tentativa do empate, foram para cima, em vão. A cidade ainda se consagraria Monumental mais uma vez. Andrada deixou seu gol vazio e Pitty Martinez ficou com o momento final, finalizando com todo o tempo do mundo para dar ao River sia quarta Copa Libertadores e libertar a loucura millonaria, tanto no Bernabéu, quanto no Monumental, que abriu suas portas para receber os torcedores que não foram a Madrid.

A super final foi disputada em Madri por decisão da Conmebol, mas os torcedores de River e Boca, em sua grande maioria, ficaram no país. A comemoração, de maneira clássica e história, agora vai para o Obelisco de Buenos Aires, palco especial sempre que uma equipe se consagra campeã. Para evitar problemas, o Ministério de Segurança de Buenos Aires preparou uma super operação para garantir os festejos de maneira segura. Diego Santilli, vice chefe de Governo, garantiu que se houver incidentes violentos, forças federais atuarão para restabelecer a ordem. Não haverá transporte público nesta zona, porque os festejos sempre ocupam as ruas mais importantes, que estarão devidamente fechadas. As ruas serão todas dos torcedores do River.

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