O Raio-x da Seleção Brasileira que disputa o Mundial feminino

A Copa do Mundo feminina da França começa no dia 7 de junho e vai até 7 de julho. O Brasil está no Grupo C, ao lado de Austrália, Jamaica e Itália e estreia dia 9 

Montagem Seleção Brasileira Feminina Raio X
Brasil inicia a oitava participação em Copas do Mundo (Arte: Marina Cardoso/Lancenet)

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A Seleção Brasileira estreia na Copa do Mundo da França, no domingo, às 10:30, em Grenoble, quando encara a Jamaica. A Seleção participou de todas as oito edições do torneio. A melhor campanha foi em 2008, quando as brasileiras chegaram à final, mas acabaram derrotadas pela Alemanha. Esta será a última Copa do trio Marta, Formiga e Cristiane, já que as duas últimas confirmaram a aposentadoria do time após o torneio.  

As expectativas, no entanto, não são das melhores. A fase preparatória do Brasil não foi animadora. Foram nove derrotas. Ainda que avance na fase de grupos, a previsão, segundo especialistas, é que o time  tenha pouca força no mata-mata.  

Como chega o Brasil?

Foto oficial seleção feminina
Seleção posa para foto oficial antes da Copa (Foto: Divulgação/CBF)

Apesar Seleção ter no elenco muitas jogadoras de talento e a melhor jogadora do mundo, o Brasil não chega como um dos favoritos ao título na França.  O trabalho do técnico Vadão tem sido alvo constante de críticas, desde que assumiu o cargo, no lugar de Emily Lima, em 2017. O desempenho do time nos últimos amistosos e jogos oficiais ficou abaixo do esperado. Foram nove derrotas consecutivas e a equipe chega pressionada por bons resultados na França. Na primeira vez que os jogos femininos serão transmitidos pela TV aberta, o cenário que deveria ser de festa pelos avanços no esporte, pode se converter em frustração, caso o Brasil sofra tropeços ainda no início da Copa do Mundo.

Desempenho na preparação

Inglaterra x Brasil - Feminino
Brasil sofreu nove derrotas seguidas (Foto: ELSA / GETTY IMAGES/ AFP)

Na preparação para a Copa da França, a Seleção Brasileira do técnico Vadão vem de nove derrotas.  Desde a conquista da Copa América, em abril de 2018, que garantiu a vaga no Mundial, as brasileiras ganharam apenas uma vez, por 2 a 1, do Japão, em 11 partidas. e hoje vivem uma série ininterrupta de nove derrotas.  O Brasil jogou contra Austrália, Japão (duas vezes), EUA , Canadá, França, Inglaterra (duas vezes), Espanha e Escócia. Com os resultados a Seleção ocupa o 10º lugar no ranking da FIFA. 

Principais adversárias

Sam Kerr - Austrália
Sam Kerr é principal nome da Austrália (Foto: Reprodução)

O grupo do Brasil tem Jamaica, Itália e Austrália. A seleção da Oceania tem progredindo bastante nos últimos anos e subindo no ranking da Fifa e é o adversário que mais preocupa, na fase eliminatória do torneio.  Lideradas por Sam Kerr, as Matildas são apontadas como um seleção que corre por fora, mas que pode surpreender nesta edição do Mundial. Considerada uma das melhores jogadoras do mundo em atividade, a atacante Sam Kerr é o principal nome da Austrália. Hoje com 25 anos, Kerr fez sua estreia com a seleção principal em 2009, com apenas 15 anos. Desde 2018, atua nos Estados Unidos, pelos Chicago Red Stars.

Quem é Vadão?

Vadão - Seleção Brasileira feminina
Vadão chega à França contestado (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Oswaldo Alvarez, o Vadão, tem uma longa carreira no futebol brasileiro, mas poucas glórias. Os títulos mais expressivos são um título do torneio Rio-São Paulo, pelo Tricolor paulista, e os estaduais catarinense e paranaense, além do feito de ter dado oportunidade para Kaká no futebol profissional. Também passou por clubes como Mogi Mirim, Guarani, Ponte Preta e Corinthians. Contestado pelas nove derrotas na preparação da Seleção feminina, Vadão chega à França para disputar sua segunda Copa do Mundo.

O técnico teve a primeira passagem na Seleção feminina, em 2014, Foi o comandante da equipe na Copa do Mundo de 2015, quando caiu nas quartas para a Austrália e Olimpíadas de 2016, em que o Brasil terminou, sem medalhas, em quarto lugar. Foi demitido após os Jogos do Rio para dar lugar a Emily Lima e assumiu o Guarani, clube no qual ficou até receber o convite da CBF para reassumir o cargo no time feminino, em setembro 2017.

No ciclo mais recente, Vadão foi campeão da Copa América, no inicio de 2018, com sete vitórias em sete jogos contra seleções consideradas fracas. Nos jogos contra adversários mais exigentes, contudo, acumulou derrotas e não conseguiu organizar um sistema defensivo eficiente. Foram 11 jogos e 10 derrotas, nove delas consecutivas.

Fora dos gramados, Vadão coleciona frases polêmicas como “a Jamaica é uma seleção que não foge ao estilo de jogo africano” e “é um pouco mais difícil acalmar mulheres do que homens".

O fator Formiga

Formiga
Aos 41 anos, Formiga vai disputar o sétimo Mundial (Divulgação/CBF)

A Copa do Mundo na França marcará um momento especial para a meia Formiga. Ela chegará a sete mundiais disputados, recorde entre homens e mulheres. Referência, a jogadora terá a missão de ajudar o Brasil a recuperar os bons resultados. São nove derrotas consecutivas na preparação para a competição. Aos 41 anos, a volante garante que ainda tem o nervosismo antes da Copa. Formiga disputou as Copas de 95, 99, 2003, 2007, 2011 e 2015.

- É claro que essas derrotas te deixam inseguro. E deixa os torcedores se perguntando: “será que vai (ganhar) dessa vez”. Acho que temos que esquecer (o período ruim). É claro que as derrotas mostram muita coisa, ensinam muito. Mas acredito que agora vai ser diferente. Dificuldade já temos há muitos anos e agora a gente tem que virar a chave. Acredito que a gente vai bem nesse Mundial apesar da desconfiança - afirmou Formiga.

Problemas com lesões

Cristiane
Cristiane passou por uma longa recuperação (Foto: AFP)

A Seleção Brasileira vem sofrendo com a lesão de algumas atletas desde o período preparatório para o Mundial. As zagueiras Bruna Benites e Rafaelle passaram por cirurgia no ligamento do joelho cinco meses antes da convocação para a Copa e ficaram de fora da lista de Vadão por não se recuperarem a tempo. No ataque, Cristiane conseguiu se recuperar de lesão muscular com trabalho de aprimoramento físico, assim como Bia Zaneratto, que sofreu uma fratura na fíbula, em março.

A lateral Fabiana não teve a mesma sorte. Ela sofreu lesão no músculo posterior da coxa direita e o departamento médico decidiu pelo corte da jogadora, que foi substituída por Poliana. A dois dias da estreia contra a Jamaica, o time sofreu mais uma baixa. A zagueira Érika, do Corinthians, não se recuperou a tempo de uma lesão no músculo sóleo da perna esquerda e também acabou cortada para dar lugar a  Daiane, do PSG.

Por fim, Marta, principal nome do Brasil no torneio, sentiu dores na coxa esquerda, durante o período de treinamentos da equipe. A atacante ainda faz recuperação muscular e não está garantida na estreia.

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