L! Espresso: Certo do jeito errado

Luiz Fernando Gomes analisa a decisão da CBF de adotar o árbitro de vídeo apenas na reta final do Campeonato Brasileiro, o que gerou muita polêmica

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A farsa de Jô, dissimulado o gol de mão e quebrando o fair play na vitória do Corinthians contra o Vasco, desviou a atenção de uma outra faceta do problema. A urgência de que o auxílio da tecnologia seja incorporado ao futebol brasileiro, como já ocorre lá fora. Eis que, sorrateira e oportunisticamente como sempre, Marco Polo Del Nero – aquele que não pode sair do país com medo de ser preso – surge num rompante e determina que, já na próxima rodada do Brasileirão, o árbitro de vídeo (VAR, na sigla em inglês) seja utilizado em todos os jogos. Trata-se de uma balela. Primeiro por não haver tempo útil para fazer isso. Ao menos para fazer direito. Segundo, e aí está a gravidade da intervenção transloucada do cartola, pela insegurança e os prejuízos que a pressa pode provocar. É preciso que os juízes sejam treinados – três estão no Paraguai num curso da Conmebol para o uso da tecnologia na Libertadores.

É preciso que o próprio sistema da CBF, testado apenas em jogos amistosos na Granja Comary, receba o selo de qualidade e eficiência de que precisa. Sem isso, vão se repetir situações como aconteceram na Europa, com longas interrupções quebrando o ritmo dos jogos. Sem isso, o tiro de Del Nero - no fundo, apenas uma resposta irresponsável ao aliado Eurico Miranda - pode sair pela culatra. E o que é para ajudar, vai acabar por atrapalhar.

Contra tudo e todos: O rompante de Del Nero não encontra respaldo, sequer, na diretoria da CBF. Em entrevista recente ao LANCE!, o diretor executivo de gestão da entidade, Rogério Caboclo, afirmou que a implantação do árbitro de vídeo, sob o aspecto técnico, era 100% de responsabilidade da comissão de arbitragem. Era o coronel Marinho que daria, portanto, a palavra final. E ele foi surpreendido, agora, como todos.

Caboclo destacou ainda que a medida envolvia vários departamentos da CBF.

- É uma decisão conjunta que tem que ser tomada. O aparato tecnológico para fazer a cobertura do Brasil é quase igual ao da Europa inteira, às custas da CBF. Estamos trabalhando para baratear. Existem duas questões: a conclusão da formatação técnica, a aprovação e depois a gestão de custos. Hoje, está em torno de R$ 12 milhões para uma competição - afirmou o diretor, Será que, de repente, como num passe de mágica, o dinheiro apareceu agora? É difícil entender. Já quanto as questões técnicas, bem, é fazer figa e esperar para ver que bicho que vai dar.

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