Cria do Cruzeiro hoje no Red Bull Bragantino, Fabrício Bruno relata ao L! carinho pela Chape: ‘Até me emociono de falar’

Jogador atualmente no time paulista que disputará a Série A em 2020 também exaltou estrutura do clube bem como o sofrimento da queda pelo time mineiro que o revelou

Fabrício Bruno - Red Bull Bragantino
Foto: Divulgação/Red Bull Bragantino

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O primeiro clube que deu a oportunidade do zagueiro Fabrício Bruno se desenvolver na carreira foi o Cruzeiro. Logo, chega a ser quase que inegável o fato de que o clube de Belo Horizonte ocupa um espaço bastante especial no coração do defensor de 24 anos de idade.

Todavia, mediante ao rumo que a carreira do jogador natural de Contagem (cidade na Região Metropolitana da capital mineira) acabou tomando, o período entre 2017 e 2019 vivido com a camisa da Chapecoense foi tido como de grande aprendizado técnico e até mesmo sentimental.

Ao ponto de, inclusive, o simples fato de relembrar esses momentos ser capaz de emocionar Fabrício onde ele garante "que os olhos ficam lacrimejados".  

Contudo, apesar do período relativamente curto de atleta profissional, ele já viveu os lados mais extremos da moeda. Como, por exemplo, viver a trágica experiência de rebaixamento em 2019 justamente no clube que abriu as portas para ele e em meio a uma enxurrada de notícias aterrorizantes sobre o presente. E, porque não, também ameaçadoras para o futuro.

Hoje, o atleta vive, mesmo em meio a pandemia, uma realidade digna de ser "muito diferente dos clubes que ele já jogou". Algo que dará uma boa noção para o futuro que ele deseja para si e que coincide com o sonho de outros tantos garotos: o futebol europeu.

Confira a entrevista completa do zagueiro Fabrício Bruno:

L! - Cidades diferentes, torcida, estrutura... como foi a sua adaptação a nova realidade em Chapecó ao chegar ao clube? Teve receio em algum aspecto de não se encaixar nesse ambiente?

Quando cheguei à Chapecó encontrei uma realidade completamente diferente da que eu tinha no Cruzeiro. O medo que eu tive foi não conseguir jogar por estar longe da minha família depois de 20 anos morando com eles. Mas, ao mesmo tempo, eu estava feliz com o novo desafio e pensava comigo que, para ter sucesso na vida e na carreira, eu teria que passar por cima dos obstáculos e esse era o menor deles.

L! - O que você conseguiu sentir em relação a comoção do torcedor local com o clube? A comoção que vemos potencializada após o ano de 2016 era algo que, em determinados momentos, dava um "gás a mais"?

A cidade respira a Chapecoense, o início da reconstrução foi muito dolorosa pra todo mundo. A torcida ama o clube de verdade, vários jogos importantes a cidade se veste de verde e branco, as casas colocam bandeiras da Chapecoense, a cidade se comoveu muito. A nossa missão era não deixar a Chapecoense cair, em muitos momentos lembrávamos daqueles que se foram naquela triste tragédia e isso dava um gás, se não alcançássemos os objetivos traçados, com certeza a cidade sofreria de novo, isso tudo nos motivo a dar um gás na reta final e chegar a Taça Libertadores naquele ano. 


L! - É possível dizer que o Fabrício Bruno que voltou ao Cruzeiro em 2019 foi uma outra pessoa no aspecto profissional e também de evolução enquanto ser humano?

Sim, em Chapecó eu evolui muito no aspecto profissional e como ser humano. Como ser humano, tive que viver uma vida diferente, longe dos meus pais, longe da minha família em geral pois todos são de Belo Horizonte. E isso foi um grande aprendizado, aprendi a me virar sozinho, hora alguma eu reclamo, somente agradeço a Deus pela oportunidade de me tornar um homem melhor.
Como profissional, eu até me emociono de falar, olhos ficam lacrimejados! É um clube que aprendi a amar de verdade, que me fez bem durante dois anos, e quis dois anos felizes, hein?! As vezes no silêncio da noite me pego lembrando nos momentos que tive lá, aí vem vários momentos. Tenho contato até hoje com a diretoria da minha época, gratidão a eles por ter acreditado em mim, pelas cobranças que recebi deles, se não fosse isso eu não teria sido o atleta que fui lá. O mercado que tenho hoje é graças a Chape, pelas oportunidades concedidas, confiança que me passaram, enfim, o profissional que sou hoje, a experiência que tenho da Chapecoense me ajudou demais e com isso voltei mais maduro ao Cruzeiro em 2019.

L! - É possível descrever a sensação de ver o clube em que foi formado e se desenvolveu caindo para a Série B após tantas conquistas?

Foi muito triste pra mim, sempre vivi o clube, sempre torci e acompanhei. O ano de 2019 foi muito desgastante emocionalmente, ver o clube passando as situações que se encontrava, eram brigas políticas, salários atrasados, casos de Polícia, isso doía demais, principalmente em quem foi formado no clube.
Um clube multicampeão, vindo de um bicampeonato da Copa do Brasil, começa o ano embalado, ninguém esperaria que acarretaria a um rebaixamento, né? Mas as contas chegam, tem erros que custam caro e a conta por esse erro chegou! O que me resta é torcer que o clube se reconstrua e volte a elite do futebol brasileiro.

L! - Sua chegada ao Red Bull Bragantino te mostrou uma realidade diferente do que você havia se acostumado mesmo estando em outros clubes da Série A?

Quando cheguei ao clube, uma pessoa que hoje considero como um amigo, que é o Sandro Orlandelli (coordenador técnico do clube de Bragança Paulista), chegou até a mim e proferiu a seguinte frase: "Aqui é tudo diferente, muito diferente dos clubes que vocês já jogou." E, realmente, é diferente. Um clube correto, cumpre com suas obrigações, tem uma estrutura fantástica. O ponto mais importante que percebi até agora é o compromisso. Tudo é levado muito a sério. Principalmente nesse momento de pandemia, de instabilidade, hora nenhuma o clube deixou de amparar os atletas e demais profissionais.
Todos os compromissos firmados estão sendo cumpridos e todos tem a certeza de que terão tranquilidade para trabalhar a temporada inteira.

L! - Além do retorno as atividades em segurança, se houvesse a necessidade de especificar um objetivo fixo na sua mente como futebol europeu, Seleção Brasileira, um título em especial, qual seria?

Das três opções eu fico com o futebol europeu. Sempre deixei claro a vontade de jogar na Europa e penso comigo que, se eu estiver em um clube de elite na Europa, eu conquisto um título especial e, consequentemente, tenho grandes chances de chegar a Seleção Brasileira! Hoje estou no RB e sei que ainda preciso trabalhar muito para me consolidar aqui e alcançarmos nossos objetivos.

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