Sindicato nega interferência externa e relata ameaças a árbitro de final
Em coletiva sobre polêmica da decisão do Paulista, presidente do Safesp diz que Secretaria da Segurança Pública e MP foram notificados de mensagens ofensivas
O presidente do Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo (Safesp), Arthur Alves Junior, convocou uma entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira para se posicionar a respeito das polêmicas envolvendo a final do Campeonato Paulista. O Palmeiras afirma ter acontecido influência externa na decisão do árbitro Marcelo Aparecido de Souza de voltar atrás na marcação de um pênalti contra o Corinthians.
Na terça-feira, o clube entrou com pedido de instauração de inquérito no Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo. Por meio da TV Palmeiras, o clube divulgou imagens exclusivas do diretor de arbitragem Dionísio Roberto Domingos dirigindo-se até o quarto árbitro em meio à demora para decidir se seria marcado o pênalti ou não.
- Nas imagens cedidas pela Sociedade Esportiva Palmeiras, em nenhum momento nós temos uma imagem em que vimos ele dizendo algo para o assistente 1, para o quarto árbitro, para o assistente reserva. Ele não falou nada. Se tivesse falado, na pior das hipóteses, se tivesse dito ao árbitro assistente 1, os jogadores palmeirenses teriam escutado algo. Não houve interferência externa – afirmou o presidente do Safesp.
- Ele não deveria estar ali. É preciso determinar e cumprir funções objetivas para cada pessoa que estiver no campo, assim, as polêmicas poderão ser evitadas - disse Arthur sobre o diretor de arbitragem estar no gramado.
Para Arthur Alves Júnior, a demora de oito minutos para se tomar a decisão final deveu-se ao barulho no estádio e pelo fato de Marcelo Aparecido não conseguir chegar até o quarto árbitro por estar cercado pelos jogadores das duas equipes.
De acordo com o próprio presidente do sindicato, houve diversos casos de ameaças ao árbitro da partida. As mensagens ofensivas feitas por celular já foram notificadas à Secretaria de Segurança Pública e a Paulo Castilho, promotor do Ministério Público.
- Temos gravações de ameaças de possíveis torcedores, que não são torcedores na verdade, para os árbitros. A equipe de arbitragem até gostaria de estar aqui presente, porém estão evitando sair na rua. Eles têm suas profissões, estão pedindo licença por ameaças. As famílias estão em pânico – concluiu.