Real pode ganhar a 3ª Liga seguida. Veja os times históricos que já atingiram o feito

Se vencer o Liverpool na final da Liga, o Real Madrid conquistará o seu terceiro título consecutivo, feitos que poucos alcançaram. Confira detalhes sobre esses elencos vitoriosos

O Real garantiu vaga na final da Liga e pode conquistar seu 3º título consecutivo. Confira as equipes que alcançaram este feito...
AFP

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O Real Madrid enfrentará o Liverpool na final da Champions League 2017/2018, no próximo dia 26, em Kiev, Ucrânia. E pode conquistar o seu terceiro título consecutivo da competição. Apenas três times conquistaram esse feito, sendo um deles o próprio Real Madrid, de Di Stéfano e outros craques que se sagraram pentacampeões da Europa nos anos 1950, algo que nenhum outro clube alcançou ou ficou próximo de alcançar. E os tricampeões Ajax, do lendário Johan Cruyff, no início dos anos 1970, e o Bayern de Munique, de Gerd Müller e Franz Beckenbauer de 1973 a 1976, ambos com esquadrões que fizeram história e marcaram época no futebol mundial.

Zinédine Zidane chega a sua terceira final em três edições disputadas da Champions, algo inédito entre os tricampeões. O próprio Real Madrid chegou a trocar de treinador durante o penta, logo na segunda temporada vencedora devido a dificuldades em renovar o contrato de José Villalonga. Houve a chegada do gênio Ferenc Puskás, protagonizando o ótimo ataque que conquistou o tetra e o penta. Já no Ajax, o técnico Rinus Michels foi para o Barcelona antes mesmo do segundo título, dando lugar ao Stefan Kovács. E o Bayern de Munique dispensou Udo Lattek por conta de resultados ruins e Dettmar Cramer assumiu para completar a sequência vencedora.

O LANCE! conversou com especialistas e jornalistas europeus que contaram a importância de cada uma dessas equipes e como conseguiram conquistar tal feito. Confira abaixo os detalhes sobre os elencos tricampeões da Europa.

Real Madrid - 1955-56, 1956-57, 1957-58, 1958-59, 1959-60
Vencedor das cinco primeiras edições da Liga, o Real Madrid começou a se destacar nos anos 50, sob o comando de Santiago Bernabéu (hoje dá nome ao estádio), presidente do clube na época. O mesmo dirigente foi quem incentivou e lutou pela criação de um torneio entre clubes europeus após muita insistência perante a Uefa. E a entidade criou em 1955 a Copa dos Campeões Europeus, que futuramente se tornaria Liga dos Campeões da Uefa.

Uma equipe que contava com ataque extremamente perigoso e demolidor, o argentino naturalizado espanhol Di Stéfano e o húngaro Ferenc Puskás, certamente um dos maiores jogadores da história do clube. Além de José Santamaria, um dos maiores zagueiros de todos os tempos, Miguel Muñoz, capitão, autor do primeiro gol do clube na Champions e técnico do time na quinta conquista europeia do Real Madrid, em 1960 e Francisco Gento, um dos principais nomes daquele elenco vitorioso e um ótimo e rápido ponta.

O Real Madrid que conquistou cinco vezes consecutivas a Champions League está marcado na história do futebol mundial e é o que afirma o jornalista espanhol Maximo Perez, atualmente produtor da rádio 3zzz, na Austrália.

- Foram cerca de 12 anos gloriosos para o Real Madrid, onde além das cinco Copas consecutivas, venceram Intercontinental, Ligas nacionais e algumas Copas do Generalíssimo. Tornando-se o clube de futebol mais admirado e com mais expressão do mundo. Foram grandes e ótimos jogadores que conquistaram esses títulos, apenas os melhores. A Era de Ouro terminou após a conquista da sexta Liga Campeões Europeus com uma equipa totalmente espanhola - disse.

Maximo ainda falou sobre o peso e a importância que o Real alcançaria ao vencer três vezes consecutivas a Liga.

- Nos últimos sete anos, o Barcelona jogou apenas uma final da Liga dos Campeões enquanto o Real disputou quatro. E os madrilenhos fizeram história novamente quando no ano passado, venceram novamente a competição, a única equipe a alcançar este feito desde a criação deste formato em 1993. Se conquistarem o tri, o legado do "Los Blancos" seria imenso, se tornando a segunda época de ouro do clube.

- O segredo do clube para ser tão bem sucedido na Europa é a perseverança, um espírito competitivo e jogadores que entenderam o significado de defender as cores do time mais importante do século XX e prestes a se tornar também o mais importante no século XXI. Este é o espírito de uma equipe campeã, ainda mais em um tempo de investimentos, onde o dinheiro diz muito - finalizou o jornalista.

Ajax - 1970/1971, 1971/1972, 1972/1973
Sob o comando de Rinus Michels e já dominando o seu país com a conquista do tricampeonato holandês, 1966 a 1968 e da Copa da Holanda em 1967, o Ajax demonstrava um futebol tático e inovador, que encantou o mundo. Seus jogadores não tinham posição fixa e jogavam como um verdadeiro "carrossel", padrão de jogo que confundia, assombrava e deslumbrava seus adversários. Anos depois esse método de jogo seria utilizado pela histórica seleção holandesa na Copa de 1974, que conquistou o vice campeonato, sendo derrotado pela Alemanha na final. E com isso, a equipe chegou à final da Champions League em 1968/1969, contra o Milan (ITA), mas foi goleado por 4 a 1. Resultado que serviu como aprendizagem para o time reforçar sua base e dominar a Europa.

Jogadores como Ruud Krol, Neeskens e Arie Haan chegaram ao clube e logo a equipe foi aperfeiçoando o padrão de jogo. Liderados por Cruyff, os holandeses chegaram à grande decisão da Liga de 1970/1971 e venceram o Panathinaikos (GRE) por 2 a 0, conquistando o seu primeiro título no torneio. No ano seguinte, o Ajax perdeu o técnico Rinus Michels para o Barcelona e no seu lugar assumiu o romeno Stefan Kovács. A qualidade do futebol continuou a mesma e na temporada de 1971/1972 os holandeses chegaram novamente à final da competição, contra a Internazionale (ITA). Com dois gols de Cruyff e uma partida que coroou a tática utilizada pela equipe, o Ajax se tornou bicampeão da Europa e já marcava história no futebol mundial. Na temporada seguinte, seu adversário na grande decisão foi a ótima equipe da Juventus (ITA). E com gol de Johnny Rep garantiram o terceiro título consecutivo da Liga dos Campeões.

Depois do tri, o protagonista Johan Cruyff, maior jogador holandês de todos os tempos, foi para o mesmo Barcelona de Rinus Michels, onde também fez história, e Neeskens também deixou o clube. Saídas que foram fundamentais para determinar o fim da brilhante geração que encantou a Europa e o mundo, formada pelo Ajax.

Bayern de Munique - 1973/1974, 1974/1975, 1975/1976
Mesmo com o tricampeonato da Champions League conquistado pelo Ajax de Cruyff (1970/1971, 1971/1972, 1972/1973), a expectativa era alta no início da década de 70 para o Bayern. Jovens talentos como Beckenbauer, Sepp Maier e Gerd Müller subiram para a equipe profissional com o objetivo de conquistar a Bundesliga. Além do trio de novatos, os alemães contavam com Georg Schwarzenbeck, Paul Breitner, Uli Hoeneb e Franz Roth, elenco que seria base da seleção alemã campeão do mundo, justamente vencendo a Holanda na final, que teria a equipe do Ajax como base de sua seleção.

Esse esquadrão tinha como característica um ataque preciso, muito por conta de Müller, um dos maiores atacantes que o mundo já presenciou e o maior goleador do futebol alemão, ao todo foram 453 jogos e 447 gols pelo Bayern e 68 gols em 62 jogos pela seleção alemã. E a perfeição na linha defensiva, dificilmente levava gols e contava com o craque Beckenbauer, capitão do tricampeonato europeu e também da Alemanha campeã da Copa do Mundo de 1974, certamente o maior jogador da história do futebol alemão.

O primeiro título europeu veio contra o Atlético de Madrid (ESP), após empatar a primeira partida e golear por 4 a 0 no segundo jogo. Contra o Leeds United (ING) na temporada seguinte, a final foi marcada por diversas polêmicas, devido à violência dos ingleses e por um gol mal anulado pelo árbitro a favor do Leeds - a partida terminou em 2 a 0 para os alemães, sagrando o bicampeonato da equipe. Por fim, o Bayern decidiu a final da Liga dos Campeões de 1975/1976 contra o Sanit-Étienne (FRA) e com gol único marcado por Roth, veio a conquista do tricampeonato consecutivo e se tornaria o terceiro clube a repetir tal feito.

Muitos consideram esse Bayern o melhor time do futebol alemão e para o alemão Kai Schiller, jornalista e especialista do jornal Abendblatta, a grandeza da possível conquista do Real Madrid não terá o mesmo peso do tri dos alemães.

- Com certeza foram os três melhores anos da história do Bayern e o melhor time da Alemanha, que conquistou não só a Europa mas também a Bundesliga com um futebol exemplar. E muito se deve ao novo treinador Udo Lattek, de 35 anos, que foi praticamente o arquiteto dessa história. Além de jogadores como Beckenbauer, Schwarzenbeck e o mais importante de todos Gerard Müller, que marcou muitos gols durante esse período - disse o jornalista, que completou:

- Esses grandes triunfos nos anos 70, foram o início do domínio da equipe na Alemanha, essa é a grande diferença entre a conquista do Bayern e uma possível do Real Madrid, pois os espanhóis já são há um tempo, junto com o Barcelona, a equipe mais forte de seu país, enquanto o Bayern passou a ser reconhecido depois desses títulos - finalizou Kai.

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